Museu da Pesca 28 – Vídeo “ABC do Fly” parte 01

Abrimos a série com cenas do maravilhoso Rio Claro e da primeira saída do Paulo para a pescaria. No barco da frente iam o Padilha e o Alcides, e no meu o Paulo, o Mauro, e eu.

Nesse segmento o rio deu uma amostra do que o aguardava, apresentando a matrinchã e a bicuda.

Museu da Pesca 27 – Vídeo “ABC do Fly” trailer

Há muitos anos atrás, 1993, tive o prazer e o privilégio de conhecer o Paulo Cesar Domingues, numa pescaria no Rio Arinos, em MT, que deu origem ao vídeo “ABC do FLY”.

Naquela época não havia Internet, e eram poucas as informações disponíveis sobre a modalidade, principalmente fora dos grandes centros.

Daí surgiu a ideia de fazer um vídeo com informações básicas para o principiante, além de divulgar a pesca com mosca.

Para que isso acontecesse, soube pelo Padilha, proprietário da fazenda Matrinchã, que um senhor de nome Paulo César, um dos pioneiros do fly no Brasil, tinha agendado uma semana de pesca em sua fazenda. Disse ainda que o Paulo iria pescar só com equipamento de mosca, sua especialidade. Fiquei entusiasmado e perguntei se podia entrar em contato com ele para saber se permitiria gravar sua pescaria, pois embora eu não pescasse com mosca, achava muito bonita plasticamente e sabia por terceiros ser muito eficiente.

Tive assim meu primeiro contato com o Paulo César, e de lá para cá fizemos várias viagens de pesca juntos, tanto para o Pantanal como para a Amazônia, sem falar em locais mais próximos de São Paulo, como Pereira Barreto, por exemplo.

Aprendi a respeitar e admirar o Paulinho, como o chamava, não só por suas qualidades como pescador e ambientalista, mas principalmente pelo ser humano que era, pela paciência e boa vontade com que atendia todos que o procuravam para tirar alguma dúvida ou aprender alguma coisa sobre o fly, com humildade e sem ostentação ou interesse em aparecer na mídia. Infelizmente ele não está mais entre nós, deve estar brilhando em outra dimensão.

Só tempos depois, quando já éramos amigos, soube que ele detestava o termo “Pesca com Fly”, o correto era “Pesca com Mosca”, tanto que não gostou do título do vídeo, “ABC do Fly”. Se eu soubesse não teria sido esse o título, mas educado como ele era não disse nada e se sujeitou à opinião de uma pessoa que mal conhecia a modalidade, eu!

O tempo passou, nasceu a Internet, e hoje em dia é grande o volume de informações disponíveis a todos os interessados. A pesca com mosca não é mais uma novidade, é uma realidade.

Na época das gravações ainda persistia para grande parte dos pescadores de outras modalidades a “Lenda Urbana” que com Fly só se pegava peixes pequenos. Era uma inverdade, tanto que resolvemos tempos depois gravar outro vídeo de pescaria com mosca, com o Quico e o Paulinho, chamado “Pescando com Fly no Pantanal”, o que mostra que o Paulo ainda não tinha tido comigo a conversa sobre a “ojeriza” da palavra “Fly”.

O objetivo dessa gravação no Pantanal era mostrar que a pesca com mosca era como qualquer outra, apenas uma variação de equipamento, técnica, estilo e filosofia. Reunimos no vídeo uma série de pescarias que colocava em pé de igualdade todas as modalidades, destacando-se o fly por sua característica inigualável de harmonia e plasticidade.

Em resumo era essa a história do vídeo “ABC do Fly” quando lançado.

À exemplo de outros títulos, vou fazer a postagem em partes, para não ficar muito longo e desestimular os amigos. Mas não começarei com a primeira parte, pois todas são cenas de pescaria, e não daria ideia do que se trata o vídeo. Para tanto, a primeira postagem será um “trailer” do vídeo, e a partir daí as partes com as principais cenas de pescaria que sobraram de meu arquivo.

Vamos ao trailer, que foi feito já na era dos DVDs, incluindo a capa e o rótulo.

Museu da Pesca 26 – Vídeo “A Pesca Esportiva no Pantanal” parte 04

Era um privilégio pescar no Touro Morto, tanto pela quantidade e qualidade dos peixes, como pela beleza do local. As vezes não sabíamos se pescávamos ou ficávamos apenas observando a passagem dos cardumes. Imagino a beleza que seria um mergulho naquelas águas.

Embora um paraíso, estava sempre presente a luta pela sobrevivência, representada pela busca constante de comida numa cadeia alimentar bem definida.

Foi o que aconteceu com um biguá que quis fazer de um armao sua refeição. Ao tentar engoli-lo, seus ferrões ficaram cravados no pescoço e na parte superior do bico.

Tentamos de todas as maneiras driblar a mãe natureza, na esperança de capturar a ave e livrá-la da sentença de morte. Desistimos após inúmeras tentativas, pois todas as vezes que chegávamos perto ele mergulhava e aparecia em pontos diferentes. Se tivéssemos uma tarrafa no barco seria mais fácil captura-lo, mas não era o caso.

Penalizados, fomos obrigados a deixa-lo entregue à própria sorte e a natureza seguir seu curso.

Voltamos ainda algumas vezes ao Touro Morto, na última não conseguimos avançar muito, devido acúmulo de aguapés. Não sei como está hoje em dia, se alguém tiver alguma informação, agradecerei o retorno.

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