Era uma vez Pedreiras do Rio Negro

Recentemente comentamos as dificuldades que passávamos ao ir pescar no Amazonas no início do turismo da pesca esportiva na região, onde não dispúnhamos de guias ou piloteiros e tínhamos que nos virar com o motor de popa e o elétrico, além de matar a charada com os pontos de pesca e hábitos dos peixes, em função da época da pescaria e da altura das águas.

Não existia a internet, e, comparando com os dias de hoje, eram poucas as informações de um modo geral, principalmente com relação ao material adequado.

Aí tiveram papel de destaque as revistas de pesca, programas de televisão e as conversas nas lojas de pesca.

Lembro-me que fiquei fascinado com os primeiros números da revista Aruanã, onde se ensinava os principais tipos e modelos de iscas artificiais. Lembro-me também, salvo engano, que o primeiro curso sobre iscas artificiais foi ministrado pela revista Aruanã, no “Parque da Água Branca”. Se eu estiver errado, me corrija, Toninho.

Hoje em dia o pessoal está mal acostumado, só vai aos pesqueiros com todas as dicas de bandeja. O desafio da aventura e descoberta parece que perdeu um pouco o valor.

Além disso tudo, aqueles tempos me ensinaram que não existem verdades absolutas em pescaria com relação à captura do peixe, coisa que muitos pescadores ainda não aprenderam.

Você pode ir a determinado pesqueiro na melhor época, melhor horário, melhor lua, etc, e quebrar a cara. Muitos pensam que na Amazônia é só jogar a isca em qualquer lugar que captura o peixe. Ledo engano.

Mas também é fato que o estudo e observação da natureza e hábitos dos peixes é essencial para ter êxito, mas apenas otimiza a pescaria, não garante nada.

Numa de minhas viagens ao Amazonas, estávamos em um grupo de amigos, a “Turma do Chegado”, onde aproveitava para dar vazão à minha secura para pescar. Levava a câmera apenas pelo hábito de registrar alguma coisa que fugisse ao comum. Saímos um dia eu e o Sabá, proprietário do barco “Miss Bebel”, para pinchar numas pedreiras velhas conhecidas na altura do Rio Unini, mas ainda no Rio Negro, local excelente para tucunarés.

Pois bem, foi ação o tempo todo, um espetáculo. Eu estava quase sem bateria e pouca fita, pois tinha ido para pescar, e registrei pouca coisa, mas despertou meu lado “câmera”. Assim, mal cheguei ao barco fui logo combinando com o Guila e o Feijão uma gravação para o dia seguinte, pois queria pegar o mesmo horário e mesmas condições. Achava que iria gravar uma obra prima.

Mal amanheceu e já estávamos à caminho do pesqueiro. Batemos a manhã toda, nos mesmos locais, e nada, nem sequer uma marola. E o pesqueiro abrangia vários pontos e situações diferentes. Batemos em todos, sem efeito. O que aconteceu? Mesmas condições, mesmo horário, não houve mudança de clima, nada.

Por isso nunca podemos garantir a ninguém uma pescaria de sucesso, apenas otimizar a pescaria com base nos conhecimentos e torcer para que dê certo.

Essa é a história desse videozinho…

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Marco Antônio Guerreiro Ferreira

 
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