Arquivo da ‘Causos’ Categoria

Barragem do Castanhão – CE

Recentemente conheci o Castanhão, no Ceará. Confesso que me encantei, pela diversidade de estruturas para pesca e belezas naturais, e, principalmente, pelo tamanho de seus tucunarés, só rivalizados pelos do Amazonas.
Vou passar ao largo dos problemas ambientais da região, não é o foco no momento. Quero apenas tecer alguns comentários do pouco que vi, em apenas dois dias e com as condições de pesca prejudicadas pela brusca variação da pressão atmosférica, caindo de 2000 milibares para 1000 milibares, de um dia para outro.

Tucunaré é tucunaré, aqui e em qualquer região do Brasil, e seus hábitos não podem ser diferentes de região para região. Digo isso porque estranhei quando soube pelos guias que os peixes só atacavam, na maior parte das vezes, iscas de meia água e fundo, como os jigs, por exemplo. Acontece que a beleza maior da pesca do tucunaré são os ataques às iscas de superfície, sua explosão é inigualável. Assim sendo, privilegiamos o uso das iscas de superfície, e não nos decepcionamos.

É evidente que em certas condições, como quando estão mais no fundo, em função de temperatura da água, pressão atmosférica, etc, iscas de meia água e fundo são mais eficientes, além de mais fáceis de trabalhar. Mas a insistência na utilização de iscas de superfície traz uma recompensa maior.

Perguntamos qual a melhor época para a pesca na região, e nos informaram que era junho/julho. Acredito que na realidade seja a época em que as condições melhoram, daí para frente, porque a pesca do tucunaré se torna mais efetiva quando está baixando o nível das águas. Assim, acredito que a pescaria se torna mais eficaz daqui para frente. Pretendo voltar em setembro/outubro, quando acho que as condições estarão ideais.

Outra coisa que observei foi a grande quantidade de linhas estourando em função das estruturas e tamanho exagerado dos peixes (graças a Deus). Assim, aconselho a utilização de iscas artificiais com as farpas amassadas. Não é frescura de pescador esportivo, mas apresenta três razões fundamentais para tal prática:

– Uma isca que se solta da boca do peixe, de um enrosco, etc, pode atingir o pescador, e aí, na maioria das vezes, acaba a pescaria, pois não é raro a situação não poder ser resolvida no local, e, após viajar tanto tempo para a pescaria sonhada, perder pelo menos uma etapa da mesma não faz muito sentido.

– Se somos adeptos do pesque e solte, e nos preocupamos com a integridade do peixe, uma isca sem farpa magoa muito menos, e é muito mais fácil sua retirada, mas o motivo principal é que quando perdemos o peixe com a isca na boca, por estouro da linha, ele terá muito mais chance de se livrar da isca e sobreviver. Sempre que vejo um peixe escapar com a isca na boca fico chateado com a situação e desespero do peixe para se livrar da isca, deve ser bastante incômodo, não?

– Se somos pescadores esportivos, porque não dar uma chance a mais ao peixe? Chance mínima, acredite, pois já nos prevenimos cada vez mais com o uso de linhas e equipamentos reforçados. E o uso de iscas sem farpa não é fator preponderante na perda do peixe, se trabalharmos direitinho. Afinal, você está ali para se aprimorar, e não rebocar o peixe, certo?

Outra coisa, a represa de Castanhão é uma represa perigosa para quem não a conhece e se aventura sem guia. Por ser grande, quando venta é necessário procurar abrigo nas margens, mas por outro lado é povoada o suficiente para se conseguir ajuda, sem maiores problemas. Além disso, tem locais em que existem muitas pedras submersas e oferece perigo à navegação, dependendo da altura das águas, principalmente se não conhecemos bem a região.

Como dica final, um Kit de primeiros socorros é uma boa pedida, pode ajudar muito numa emergência. Uma lanterna deve fazer parte desse Kit, pois é a melhor maneira de se pedir ajuda e facilitar sua procura numa perdida à noite.
Dito isso, vamos a algumas breves imagens do local, apenas para mostrar aos amigos que por lá forem o que devem encontrar. Chega de blá-blá-blá…

Aguarde o vídeo carregar… 

https://www.youtube.com/watch?v=deoWEQiL9-k

Camurupins gigantes no Cunhaú-RN

Há algumas semanas estava eu com uma pescaria marcada com o Guia profissional de pesca Auricélio em Barra do Cunhaú que fica no município de Canguaretama-RN distante cerca de 100KM de capital Natal e fui com minha esposa Luciana. A idéia era pescar robalos com artificial e como Luciana não tinha nenhuma experiência em pinchar no mangue ela iria pescar de camarão vivo. Chegamos na noite anterior a Pousada Chalés do Cunhaú de propriedade do Sr Zilson, uma pessoa que não mede esforços em servir, onde, à noite, podemos saborear uma excelente pizza de carne de sol com nata na companhia do Zilson e do Auricélio onde ficou definido que pescaríamos somente com artificiais.
Na manhã seguinte levantamos cedo e após o café da manhã o Auricélio já nos esperava com tudo pronto em frente a pousada para pescarmos. Começamos pinchando nas galhadas e percebíamos que a água estava um pouco turva devido as chuvas e que os peixes ainda estavam um pouco inativos. Não desanimamos e continuamos! Luciana estava com pinchos ainda tímidos e eu, mais experiente, enrrosquei mais que ela… rsss… Sairam uns robalinhos e ela pegou um maior que o meu! Aí foi quando em determinado trecho do rio o nosso experiente guia percebeu algumas garças “pousando na água” o tempo todo e nos avisou sobre a presença de cardume de peixinhos (manjubas) no rio e fomos para lá onde escutávamos e víamos algumas batidas muito fortes no meio do rio e logo constatamos que tratava-se de um grande cardume de grandes tarpons! Começamos a pinchar com iscas de fundo abaixo do cardume que manjubihas que era imenso e Luciana capturou um xarelete enquanto os tarpons batiam por todos os lados!
Tivemos alguns “puxões” em nossas linhas mas nenhuma fisgada efetiva e foi aí que Luciana engata o primeiro big tarpon que fez a adrenalina no barco subir e que após o primeiro salto deixou todos eufóricos e entusiasmados com seu tamanho (estimamos o seu peso – cada um estime o seu..rsss). Foi fisgado em uma ratlin da rapala de 8cm que se foi após alguns minutos de briga onde o líder de mono 0, 60 rompeu na boca do peixe que aainda saltou onde pude ouvir o ratlin da isca na boca dele! Fisguei um tarpons de iguais dimenções que retirou uns 30-40m de linha antes de saltar e se livrar da isca e Auricélio também fisga um que rompe o líder muuuito rápido… Isso sem falar dos inúmeros “puxões” que não fisgavam!
Continuamos pescando e o cardume de manjubas foi dividido em várias partes pelos peixes onde uma grande parte dele foi para as margens do mangue e ficamos com o barco a cerca de 10-15m do mangue e entre nós e ele estavam o cadume, xaréis e alguns big tarpons: cena indescritível! Fisquei um xareu de 3kg com uma Mirrolure 32M (uma das minhas iscas de paixão). Paramos para almoçar e continuávamos vendo as grandes batidas e as garças caçando! Comemos rapinho e o melhor veio a acontecer!
Luciana fisga um tarpon que não saltou! Tirou muuuuuuuita linha e fomos com o barco atrás dele! Ele insistia em não aparecer por quase 30minutos quando de repente veio a superfície! IMENSO! GIGANTE! E tome linha… Luciana já cansada após uns 40 minutos de briga me passou a vara onde fiquei um bom tempo. Este peixe entreu em trechos do rio com muuuuita galhada, não podia sentir uma correnteza que ia pra lá e nada podíamos fazer pois ele teimava em não subir e não tinha braço que fizesse ele pensar o contrário! E ele continuava sem saltar! Em um dado momento ele ficou beeeeem na lateral do barco pela primeira vez onde o nó do líder ficou fora da água foi quando pude vê-lo por inteiro… Noooooooosa que peixão! Auricélio logo tratou de estimar em valores mais altos o peso do animal! E tome linha… Auricélio começou a dizer que eu estava dando mole pro peixe e passei a vara a ele… ahahahahahahahah… Logo ele mudou de opinião! A pressão estava alta pra cima do tarpon, fricção beeem apertada! Voltei à vara e estava ficando com a virilha muito dolorida após 2h de briga e coloquei uma proteção improvisada no local com uma sandália de borracha rss… Ô beleza! Brigaria até escurecer agora! Fisgamos este peixe por volta das 13:40 e às 16:30h Auricélio avisa sobre o horário e manda apertar a fricção para termos chances de cançar o incansável peixe que continuava tomando linha deixando o carretel do molinete aquecido e nós o seguindo com o barco! Foi quando a vara quebrou! Tratava-se de uma vara com uma emenda que resistiu a muuuita pressão até partir! Não estávamos com material para aqueles peixes pois a pescaria era de robalos, lembra? Foi aí que por volta das 17:20h e mais um aperto na fricção, que os anzóis do jumpping Jig de 30g abriram (os 2 anzóis) e o peixe fugiu… Este peixe não subiu a superfície mais que 10 vezes e percorreu cerca de 3km de rio mostrando que é de fato um troféu e que para conquistá-lo temos que estar preparados para tal e que tal sucesso não ocorreria por acaso pois estávamos diante do Rei de Prata!

Agradecimentos especiais ao Sr Zilson da Pousada Chalés do Cunhaú pelo excelente atendimento; ao Auricélio um guia incansável na arte de servir; ao Marcão (Marcos Reia) pela edição do vídeo; ao Chrony do Pesca Nordeste por se dispor em ajudar na divulgação do relato; aos fóruns de pesca pela divulgação e a minha amada esposa Luciana que brilhou na pescaria!

Material utilizado:
Luciana: Vara Bass pro Shops Spiral grafite IM7, 6pés e 17lbs para molinete e com um remendo! Molinete Shimano Sarus 4000 com linha power pro 20lbs amarela e líder de mono 0,60mm e depois de 0,80mm

Katiuscio: Vara Sumax Java de 14lbz e 5’6″ para carretilha com uma Daiwa Advantage 153L Super Tuned com linha power pro 30lbs amarela e líder de fluorcardono 0,52mm

Auricélio: Vara Bass pro Shops Tourney Special IM6 de 6pés e 17lbs com molinete Shimano Aero Symetre 2500 e linha power pro de 10 lbs com líder de fluor 0,41mm

Tucunaré Albino – O Sivuca

Tucunaré capturado no agude do Saco em Nova Olinda, sertão da Paraíba, pelo pescador Aníbal Rodrigues. Trata-se de um peixe raro, quem sabe até único (seria demais). O importante é que foi capturado, devidamente fotografado e devolvido à natureza. Resolvemos chamá-lo de Tucunaré Sivuca em homenagem ao sanfoneiro e compositor paraibano Severino Dias de Oliveira.

Seções
Facebook
Twitter
Instagram