Tucunarés na barragem do Prata
Às vezes, quando estamos em casa impossibilitados de pescar por qualquer motivo que seja, costumamos aplacar nossas vontades por meio dos programas sobre o assunto ou através da pesquisa de vídeos na internet. E, quase sempre, entre uma imagem e outra, encontramos os ataques explosivos do tucunaré na superfície. Isso nos deixa com uma pontinha de inveja e nos faz almejar essa pescaria que é tão comum para os amigos que a praticam mais para o sul do Brasil. Entretanto, o que muitos desconhecem é que o tucunaré é um peixe comum também no Nordeste.
Para mostrar que os tucunas estão mais pertos do que se pensa, fomos até a barragem do Prata, localizada em Bonito, Agreste pernambucano. A represa tem capacidade para 43 milhões de metros cúbicos e conta com águas cristalinas quase o ano todo, o que a torna excelente para a prática da pesca esportiva. No local é possível pescar das margens, entretanto o uso de pequenos barcos torna o acesso aos melhores pontos muito mais confortável. É comum ver pescadores de Caruaru, cidade próxima, navegando pelo espelho d’água nas tradicionais chatas de alumínio, mas também é possível fretar canoas de madeira dos caiçaras locais.
Fizemos uma pescaria exclusiva com iscas artificiais e, mesmo em um dia considerado fraco, ainda conseguimos fisgar alguns bonitos exemplares. O nível da água no lugar estava um pouco abaixo do esperado o que fez a vegetação do fundo, conhecida popularmente como “coentro”, ficar mais perto da superfície. Isso prejudicou o uso das iscas de barbela e jigs que acabavam se enroscando nas plantas e perdendo o trabalho ideal. Mesmo assim, alguns pontos estavam livres desse problema e nos serviram bem durante nossa investida.
Na barragem do Prata além da traíra, encontramos o tucunaré amarelo, espécie que pode atingir um tamanho considerável e conhecido pela sua resistência à tração do pescador. De fato, já foram fisgados exemplares pesando cinco quilos. Briga boa pra ninguém botar defeito. A nossa pescaria começou pouco movimentada, as iscas quase sempre se prendiam no “coentro” durante o trabalho e arrastavam um pedaço da vegetação. Ao tira-las da água era preciso remover as plantas das garatéias e, após um tempo, o procedimento acabava por irritar o pescador. Entretanto, foi só aparecer o primeiro peixe para a animação tomar conta de todos. O trabalho da Aile Magnet, fabricada pela Duel, foi irresistível e terminou com a captura de um tucuna com pouco menos de um quilo, mas que já exibia a protuberância na cabeça apelidada pelos pescadores de “cupim”, um indicativo de que o peixe está no período reprodutivo.
Depois de fotografar e soltar o animal, continuamos a pescaria. Após alguns arremessos, ouve-se o grito:
-Peguei. Esse é grande
Porém, quase imediatamente, vem a voz:
-Largou… Pegou de novo.
Um grande tucunaré havia atacado a isca de um dos convidados na pescaria, uma wave 80, da Marine Sports, sem, no entanto ser fisgado. Imediatamente após o ocorrido, um pequeno tucuninha atrevido deu o bote no plug de meia-água e acabou posando para foto no lugar do que seria o maior peixe do dia.
Em seguida, outro tucunaré fisgado deu um baita trabalho para ser embarcado, não pelo seu tamanho, mas porque foi mais esperto que o pescador e conseguiu se entocar entre a vegetação da barragem. A retirada demandou muita mão de obra e foi preciso desenrolar a linha das plantas com cuidado para evitar que o animal fosse machucado. Porém, após alguns minutos de esforço, o bicho saiu para a foto. Perto do lugar, uma nova captura e a alegria estampada no rosto pela satisfação de poder observar de perto as cores desse peixe.
No final da pescaria na barragem do Prata ainda é possível usufruir da estrutura rústica, contudo agradável, de alguns barzinhos que ficam às suas margens e oferecem petiscos e bebidas diversas a um preço bem acessível. Sem dúvida uma bela pedida para aqueles que desejam se aventurar na captura desse belo e valente animal que é o tucunaré.
Por falar em tucunaré, vale deixar claro que a barragem do Prata não é a única em Pernambuco a abrigar essa espécie. Na verdade, quase todas as principais barragens do Estado contam com esse animal. Só para exemplificar podemos citar algumas mais próximas da capital, Duas Unas, Bita e Tapacurá. Então fica a dica de ótimos locais para aqueles que ainda não tiveram a chance de fisgar esse tipo de peixe.
Roteiro – Vindo por Recife, segue-se pela BR 232 até a cidade de Bezerros onde se toma o girador em direção a PE 103 rumo a cidade Camocim de São Felix. Em seguida vem a cidade de Bonito e de lá se chega a Alto Bonito, local onde fica a Barragem do Prata. A maior parte do caminho conta com estradas em condições adequadas. A exceção é um pequeno trecho entre os distritos de Bonito e Alto Bonito, onde o pavimento está em péssimo estado e demanda um pouco de paciência do motorista para atravessá-lo. Porém, de modo geral o caminho é bastante tranquilo e, até mesmo no trecho mais complicado, a bela paisagem agrestina praticamente nos faz esquecer a buraqueira que se assoma a nossa frente.
Quero parabenizar a todos que fazem da pesca um esporte sério,achei bastante interessante a matéria.Realmente muitas pessoas não sabem que o Tucunaré é um peixe comum no nordeste.A paisagem é perfeita,uma ótima opção para relaxar.
Gostaria de parabenizar o Caco Marinho pela simplicidade e tão bela descrição de um agradável dia na barragem do prata, realmente no tocante a pescaria um dia considerado fraco, mas no quesito da companhia sem sombras de dúvidas um dia muito mais que agradável;
Quanto a beleza do local, é extremamente relaxante aproveitar o verde da paisagem dos morros que adornam esta tão exuberante barragem.
Oi galera pescadores de tucunaré eu morava em londrina paranà tinha muito tucunaré por la aqui moro a 8 meses gostaria de saber s vcs tem algum contato da barrage do prata ou da cidade de bonito desde já agradeço