Museu da Pesca 25 – Vídeo “A Pesca Esportiva no Pantanal” parte 03
O rio Touro Morto está na minha lista dos mais bonitos que conheci. É afluente do Aquidauana e situa-se numa área quase permanentemente alagada, com poucos barrancos. Sua paisagem mostra principalmente vegetação rasteira, parcialmente submersa.
Parece que estamos pescando num aquário, onde vemos passar grande variedade de peixes, às vezes em cardumes, às vezes solitários.
Com águas muito limpas, segundo o pessoal da região nunca suja.
Pescamos com iscas naturais e artificiais. Com as naturais a isca da vez foi a tuvira, e com as artificiais optamos por iscas menores, tipo Red Fin 800 e Long A 14, pois com elas o foco eram as piraputangas, embora dourados menores também comparecessem.
Resolvemos também fazer uma pescaria de piavuçus, um dos mais gostosos de se pescar com equipamento leve, e também pouco procurado pelos pescadores que vão ao pantanal, sempre de olho no “trio de ferro”. Não sabem o que estão perdendo.
Pode ser capturado com varinha de bambu e também molinete ou carretilha, na pesca de arremesso.
Nessa pescaria usamos como isca o caranguejo. É uma pescaria muito divertida, e o pescador deve ficar atento à hora da fisgada, pois é um especialista em roubar a isca, dando “um baile” no pescador até ele “pegar o jeito” de fisga-lo.
Na sua próxima pescaria no Pantanal, marque uma hora para uma visita ao piavuçu, vale a pena.
Museu da Pesca 24 – Vídeo “A Pesca Esportiva no Pantanal” Parte 02
Quando se vai ao Pantanal a procura principal é pelo “trio de ferro”, o dourado, o pintado, e o pacu. Entretanto, tem muitas espécies interessantes para divertir o pescador. Entre elas destacamos a piraputanga, o piavuçu, o palmito, a cachorra o barbado, a jurupoca, e o jurupensem, entre outros. Para quem gosta de barra pesada, o jaú. E não esqueçamos as piranhas, famosas por sua sopa dita afrodisíaca. Mas nem todos estão disponíveis na mesma época. Nesse vídeo não pegamos muitas espécies nem grandes exemplares, mas nem por isso foi menor nosso prazer em travar contato com grande parte de seus representantes, mas é assim mesmo na maior parte das pescarias, o que vale é sempre a expectativa de uma próxima revanche.
Colocamos algumas pescarias com iscas naturais para quebrar o tabu de que a pesca dita esportiva é apenas com iscas artificiais. O que a define é o espírito da coisa, e não os equipamentos empregados.
Minha preferência é pescar com iscas artificiais, mas há uma pescaria que faz minhas delícias, e não abro mão sempre que a ocasião se oferece, a pesca do pacu na batida. Só quem fez sabe como é prazerosa, mas isso é questão de gosto, claro.
Mas chega de conversa e vamos às imagens:
Museu da Pesca 23 – Vídeo “A Pesca Esportiva no Pantanal”
Voltando à produção de vídeos, já na era dos VHS e S-VHS, o próximo foi “A Pesca Esportiva no Pantanal”. Gravamos na mesma região que o “Dourado”, mas dessa vez com os amigos Ismar e Conrado.
Contamos com o apoio inestimável do “Hotel Beira Rio”, em Miranda, que prontamente colocou sua estrutura à nossa disposição.
Na manhã seguinte à nossa chegada no hotel fomos até o Passo da Lontra, no rio Miranda, onde embarcamos com destino aos flutuantes, na confluência dos rios Aquidauana e Miranda. Lá seria o quartel general de nossa aventura. Iam conosco os guias Luizinho e Nilton, velhos conhecidos de outras pescarias.
Na época, a chamada pesca esportiva estava associada ao tipo de equipamento utilizado, bastava um equipamento leve, uma linha fina e um peixe predador e pronto, o pescador automaticamente enquadrava-se na categoria. E nem sempre praticando o pesque e solte, claro.
Até hoje uso o termo pesca esportiva para seguir a corrente e para que saibam do que estou falando.
Esporte significa competição, sem dúvida, e implica em um vencedor, dentro de regras bem definidas. Hoje em dia existem vários torneios de pesca por esse Brasil, para uma grande variedade de peixes, onde são disputados prêmios e recordes. Isso enquadra-se na categoria de esporte, para mim. Na América do Norte vejam como exemplo de pesca esportiva o “Bassmaster Classic”. Entendam que essa é uma opinião pessoal, não é regra nem verdade estabelecida. É assunto de controvérsia há muito tempo.
Fora das competições, prefiro classificar os pescadores como pescadores amadores recreativos, o que não lhes dá o direito de ficar detonando os pesqueiros com a matança, transporte, e até comercialização de peixes. Há os pescadores amadores conscientes e os não conscientes, essa é a diferença. E eventualmente os pescadores amadores são esportivos…
Esse vídeo foi lançado em 1992, e portanto as opiniões refletem o pensamento (meu) na época.
Sempre quis fazer imagens subaquáticas, mas não existiam GoPro e celulares naquele tempo que permitisse isso. Cases especiais tinham que ser feitos para adaptação das câmeras, mas eram caros. Como nem meus equipamentos eram de ponta, isso estava fora de questão. Entretanto, vendo um dia um programa de pesca americano, vi a solução, simples e barata, utilizada por eles.
Tirei as medidas de minha câmera e mandei fazer uma espécies de aquário, de acrílico, com a parte de cima aberta. Nas gravações, colocava a câmera dentro da caixa, bem ajustada, e mergulhava o conjunto na água sempre preocupado em não deixar entrar água por cima, e acompanhava os movimentos do peixe próximo ao barco. O problema é que não via o que estava sendo gravado, ia pela direção, mas mesmo assim tive resultados satisfatórios. Não era o ideal, mas quebrava o galho para um pobre produtor nacional.
Em nossa produção cabocla, não tínhamos a pretensão de ensinar ninguém, também estávamos no processo de aprendizagem, mas achávamos que alguma coisa deveria ser feita em termos de conscientizar o pessoal sobre a necessidade de preservação e respeito pela natureza, cuidando de nosso recursos naturais. Achávamos que essas ideias podiam ser passadas pelo exemplo. Muitas vezes vimos mudanças de atitude quando o pessoal percebia que estava sendo gravado.
Pescamos com iscas naturais e artificiais. Quando iscas naturais demos preferência às iscas brancas, como lambaris, sauás, sardinhas, etc., e os anzóis 8/0 encastoados com aço flexível de 10 a 15 cm.
Já com iscas artificiais basicamente usamos Red Fin 900 e Long A 16, muito eficientes, mas também com empate de aço encapado. Com a dentição do dourado não se brinca.
Nessa primeira parte algumas pescarias de dourados com iscas artificiais e naturais.