Aproveitando a boa vontade do Ian, ele nos ensina nesse bloco como confeccionar um chicote de praia. Infelizmente essas imagens, que faziam parte do programa “Caminhos da Pesca”, estão com o “timecode” impresso, mas o principal é a informação. Isso me lembra um absurdo que aconteceu num dos programas. A Record estava sob nova direção, recentemente comprada pelos evangélicos, e o programa da semana seria sobre as belezas de Bonito, em Mato Grosso do Sul. Infelizmente não participei dessa viagem, estava em outra gravação.

Qual não foi minha surpresa ao ver as cenas submarinas, maravilhoso trabalho do Magrão, operador da câmera sub, estarem maculadas no centro com um retângulo preto tapando parte das imagens. Achei esquisitíssimo o porquê daquilo, e ao perguntar ao Mateus Zillig, dono do programa e editor da Troféu Pesca, ele me informou que tinha sido por determinação da Record, para evitar roubo das imagens. Achei um absurdo, falta de respeito com o espectador e os envolvidos nas gravações. Alguém se lembra disso?

Salve, pessoal! Ontem fiz uma postagem, o “Museu da Pesca 184”, onde fiz alguns comentários sobre os motivos que originaram as gravações da pesca de praia. Afinal, de que vale contar o milagre se não mencionar o santo?

O que deixei de contar foi que um dos motivos principais, além do programa Caminhos da Pesca, era aproveitar a oportunidade para gravar um vídeo sobre pesca de praia, o mais completo possível. Era um velho projeto, desde que conheci o Ian numa Feipesca, quando montei um estande para apresentar minhas fitas VHS. Foi em 1995, e estava eu observando o movimento quando recebi a visita dele. Não o conhecia, mas ele se apresentou, falou da “Universidade da Pesca”, e disse que pretendia fazer um vídeo sobre pesca de praia, o que eu achava de participar da empreitada? Topei de cara, e a partir daí e vários trabalhos para a Troféu Pesca em conjunto, ficamos amigos. Entretanto, as coisas só acontecem no momento certo, e aquela visita a Natal era o momento certo.

Mas nem tudo corre de acordo com os planos. Nossa responsabilidade com as gravações do programa estava em primeiro lugar, e deixamos nosso projeto para o último dia. É evidente que não deu tempo, e gravamos o que pudemos. Muita coisa deixou de ser dita, como por exemplo especificações e dicas sobre anzóis, entre outros assuntos. O Ian já tinha me mandado um calhamaço de textos, mais parecia um livro, na verdade era uma apostilha do seu curso, e vimos que faltava gravar muita coisa. Mas não tinha o que fazer, paciência. Completaríamos depois, ou com o Ian voltando para Natal ou eu indo para São Paulo ou Rio, afinal com o andamento do programa fatalmente iríamos nos encontrar em breve. Mas dois meses depois, o programa acabou e o projeto foi esquecido.

Tempos depois, já na era dos DVDs, achei uma pena e um desperdício não usar o que gravamos naquela ocasião, e resolvi fazer um vídeo mais resumido, usando apenas o que tínhamos, mas coincidiu com o fim da era dos DVS e nem chegou a ser comercializado. Algum tempo depois chegou a pandemia, quando sem ter o que fazer e remexendo meus arquivos, achei a gravação do DVD e resolvi dar uma arrumada nele. O resultado foi um DVD que não é completo em suas informações, mas dá uma ideia básica do que seja pesca de praia, ainda mais que toda a competência do Ian não podia ser desperdiçada. Por isso o nome “ABC da Pesca de Praia”, e não somente “Pesca de Praia”. Foi feito para iniciantes e uma homenagem a esse mundaréu de adeptos dessa modalidade. Algumas cenas desse vídeo foram utilizadas nos VHS e DVD “A Pesca no Nordeste”, por isso algumas cenas já são conhecidas.

Para variar, deve ter pouca assistência, ainda mais porque tem 57 minutos, mas aconselho quem gosta da modalidade e é iniciante ver até o fim e aprender um pouco mais com o Ian.

Logo que cheguei em Natal, em 2001, os primeiros tempos foram de adaptação e conhecimento do local. Os primeiros pescadores que conheci foram o Alexandre Cardoso, o Carlos Blatt, o Katiúscio e o Tuã Torres. O Alexandre e o Blatt trabalhavam na loja “Mar & Rio”, o Tuã em outra loja, também de pesca, mas não me recordo o nome. O Katiúscio era um médico amigo deles, apaixonado pela pesca, inclusive pelo fly, que logo roubei (a amizade). Por intermédio dele conhecemos outra grande figura, o Juliano Lomonte, advogado. Todos jovens e na flor da idade, menos eu, já com bons anos no lombo.

Essa turma fez diversas pescarias juntos, de praia, de represa, de lago e de rio, que mostrarei e comentarei no devido tempo.

Como representante do programa de TV “Caminhos da Pesca” no Nordeste, logo recebi para gravar um programa os amigos Yadir Figueiredo e Ian de Sulocki, vindos de São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, e como não poderia deixar de ser, o foco do programa seria pesca de praia, pois estava conosco um especialista, o Ian, fundador no Rio da “Universidade da Pesca”, organização que além de ministrar cursos organizava excursões, atreladas ou não aos cursos oferecidos. Marcou época no Rio de Janeiro. Seguindo a linha de pouca conversa e poucas imagens, tinha decidido nesse tópico “pesca de praia” colocar algumas imagens de pescarias feitas nessa ocasião, sem maiores referencias, mas achei que seria injusto com o pessoal da pesca de praia. Afinal, é a modalidade que mais tem adeptos no Brasil, com essa vasta costa banhada pelo Oceano Atlântico.

Já ultrapassei o limite de conversa fiada, portanto vamos às imagens. Entretanto, como hoje é domingo, é dia de pescaria e passeios, e, portanto, vou apenas mostrar o trailer do DVD que fizemos sobre a modalidade. Amanhã conversaremos e mostraremos mais um pouco.