Museu da Pesca 195 – Rio Sibaúma ou Catu
Sempre gostei de riozinhos, quanto mais estreito, melhor. Um de nossos preferidos era o rio Sibaúma, ou Catu, localizado a 93 km de Natal, para o sul, litoral leste do RN.
Deságua na praia de Sibaúma, fazendo divisa entre o município de Tibau do Sul e Barra do Cunhaú.
Local belíssimo, sua travessia é feita por balsas. Sempre que eu passava por ali espichava meu olhar para dentro do rio, até onde desse, imaginando as pescarias que poderiam ser feitas rio acima.
Acabou dando certo e em virtude de não ter estrutura nenhuma, íamos com o barco do Alexandre Cardoso, uma chatinha de 4 metros, equipada com motor Yamaha 8 HP e motor elétrico.
Às vezes o mato fechava e dificultava a passagem do barco, mas a vontade de conhecer o rio vencia as dificuldades. Até jacaré vimos nesse rio, mais para cima.
Era lindíssimo, só o passeio já valia a pena. Pescamos bastante nele, e normalmente os companheiros de pesca eram o Alexandre, o Carlos Blatt, o Katiúscio e eu. O Blatt e o Katiúscio revezavam, o barco ia sempre com 3 pescadores no máximo. O Alexandre era o dono do barco e eu a tripulação fixa. Uma vez levamos para conhecer e pescar o Guilherme Abduch, da “Turma dos Chegados”, em visita ao RN. Foram esses os privilegiados naqueles tempos.
Normalmente eu ia para pescar, somente gravei uma pescaria, mas mesmo assim pescando, e aqui coloco à disposição dos amigos.
Já falei muito, vamos à ação! A época? 2003/2004, acredito eu…
Museu da Pesca 194 – Robalos no Ceará Mirim – Sem comentários
Na última postagem, Rio Ceará Mirim 04, prometemos explicar a situação que acabou com nossa pescaria.
Saí de Natal, onde nasci, com seis anos de idade, e voltei muito tempo depois, já com 55 anos, depois de morar nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Santos.
A pratica do pesque e solte era meio incipiente por aqui, o que era muito natural, pois no sudeste a propaganda era muito mais poderosa, em virtude do número de lojas de pesca, programas de televisão, revistas especializadas e livros sobre o assunto. Assim, não era muito comum se ver por aqui a devolução do peixe às águas após sua captura.
Ao longo do desenvolvimento da pesca amadora recreativa, algumas regras de bom senso e civilidade eram desenvolvidas, como o respeito ao espaço e ao ponto de pesca dos outros pescadores. Não eram regras escritas, eram regras baseadas no bom senso. Lógico que tinham exceções, como em todo lugar, mas explícitas como aqui na época, nunca vi.
Estávamos pescando no Ceará Mirim quando vimos um barco se aproximar de nosso ponto. Sem nenhuma inibição, um senhor começou a arrumar sua tarrafa e começou a jogar exatamente onde mandávamos nossas iscas artificiais. Como se não bastasse, um amigo do senhor apareceu atrás de nós, vindo da margem, indo nadando em direção exatamente do pesqueiro. Não acreditei nos dois comportamento, e não sei como consegui segurar o Miudinho, que estava quase explodindo. Os senhores não sabem o risco que correram. Até hoje penso se foi de propósito, de sacanagem, ou apenas resultado de falta de informação ou educação. Acabamos a pescaria e fomos comer uma tapioca na beira da praia e tomar uma para acalmar os nervos. Se fosse no sudeste não teria ficado barato.