Museu da Pesca 198 – Pesca costeira – Tarpon 02
Bem, sendo repetitivo, volto a dizer que de cada dez tarpons fisgados, conseguimos embarcar um. Essa é a regra, segundo os especialistas. A dificuldade é imensa, principalmente em boca de barra, com o barco apoitado e sendo sacudido pela arrebentação. O Jum Tabata que o diga, quando aqui esteve e passou por essa experiência.
No bloco anterior o Branco perdeu um na beira do barco. Estava usando isca artificial. Nesse o Dinho consegue embarcar o seu, capturado com isca natural. Nos próximos blocos falaremos das iscas e materiais usados nessas pescaria em boca de barra. Quando o tarpon foi fisgado ainda estava claro, ao embarcá-lo já estávamos sem luz para as gravações.
Museu da Pesca 197 – Pesca costeira – Tarpon 01
Assim como a pesca de praia, a pesca costeira foi uma das que mais pratiquei por aqui nos primeiros anos de Natal, juntamente com a pesca oceânica, a bordo do Orion, do Gilberto Maia, aproveitando a proximidade da plataforma continental, distantes por volta de 15 milhas da costa.
A pesca costeira era feita embarcada ou a pé, em cima das pedras ao nível do mar, nos paredões rochosos que formam um cinturão acompanhando as praias, responsáveis pelas piscinas naturais que aparecem nas marés baixas.
Durante muito tempo fizemos ótimas pescarias embarcados, em Tibau do Sul, no barco de um velho pescador da região, o “Buck”, que de 15 em 15 dias nos levava à boca da barra para pegar tarpons, xaréus, tibiros, robalos, e o que mais estivesse por ali.
Agradeço essas pescarias ao Dinho, que tinha (ainda tem) uma oficina especializada em consertos de varas e molinetes, além de vender também materiais de pesca, inclusive iscas artificiais. Ele mesmo pescava com iscas de fabricação própria, muito eficientes. Além disso era (e ainda é) um especialista em pesca oceânica. Diria que é um ícone aqui em Natal, além de ser excelente pessoa, sempre pronto para ajudar os iniciantes. Ainda está em atividade, felizmente.
Quando o conheci, apresentado pelo Blatt, me convidou para fazer parte do grupo dessas pescarias e gravar as aventuras. Sem dúvida o Dinho foi um dos responsáveis por eu ter feito meu primeiro VHS por aqui, “A Pesca no Nordeste”.
A equipe era composta pelo Dinho, pelo Tinho (Aílton), pelo Branco (in memoriam) e eu, os três mosqueteiros mais D’Artagnan…
Como diria o Betão, vamos deixar de “lero-lero” e vamos às imagens. Vamos começar com a pescaria de tarpons na boca da barra. As imagens não estão muito boas, chuva com fim da tarde, mas vale o registro.
Museu da Pesca 196 – Rio Punaú
Outro riozinho fantástico era o rio Punaú. Assim que cheguei em Natal, ainda em 2001, fui apresentado a ele pelos amigos Katiúscio e Alexandre. Ficava para o norte, a partir de Natal, de onde distava 67 km, aproximadamente.
Naqueles tempos era comum pegar numa manhã mais de 20 robalos de bom tamanho, caminhando pelas margens do rio, a pé, dentro d`água ou nos barrancos.
O visual era deslumbrante, o peixe era um mero detalhe, mas já naquela época, quando cheguei por lá, os anos dourados tinham acabado, as pescarias estavam piorando, mercê das tarrafas e arpões. Os peixes mais procurados eram os robalos e os baby tarpons, mas o rio era frequentado também por caranhas, xareletes e ubaranas, além de outros. A notícia que temos é que nesse rio o maior baby capturado pesou 6 kg e mediu 90 centímetros, e há registros de robalões de mais de 10 kg. Mas esses tempos acabaram, infelizmente o rio assoreou, o peixe escasseou e virou mais um ponto para turistas do que para pescadores, muitas construções nas barrancas e por aí vai.
Anos depois, acredito que em 2006, tive o prazer de levar para lá a dupla Roberto Veras e Marcos Conceição. Como aconteceu?
Bem, recebi um dia uma ligação do Betão me contando que ele e o Marcão tinham feito um piloto de um novo programa de pesca que seria veiculado pelo SBT, com produção do Gugu Liberato. Recebi dias depois o piloto, em VHS, e era realmente maravilhoso, uma produção de alta qualidade.
Falei com o Gilberto Maia, e, apesar das dificuldades, ele viabilizou a vinda da equipe, composta pelo Betão, Marcão, Ricardo Lise (diretor), Magrão (cinegrafista), e um ajudante de áudio que não me lembro o nome. Esses três últimos eram funcionários da produtora ZYD, que participava de quase todas as produções da Zillig Editora. Eu mesmo, junto com o Ian de Sulocki, já havíamos gravado juntos com essa equipe em Arraial do Cabo, para o programa do Mateus. Era uma equipe afinada. Tivemos muitas aventuras, mas não cabe aqui contar as histórias. O fato é que nesse tempo ainda não éramos fregueses do Cunhaú, nem sabíamos de suas maravilhas. Foi nesse ano, 2006, se não me engano, que o Auricélio começou seu aprendizado no Cunhaú.
Depois de toda essa história deixo apenas um pequeno registro do que foi a pescaria no Punaú. Para compensar o grande texto, pequeno vídeo.
Apenas um comentário final: Ninguém soube desse novo programa, nem o que perdeu, apenas os amigos mais chegados dos envolvidos. Deixamos de ver matérias muito legais, assim como pescarias de xaréus e tarpons em Tibau do Sul.
Porque o programa não foi pra frente? Eu nunca soube…