Museu da Pesca 219 – Primeiras visitas – Festival de robalos

Santo de casas não faz milagre, diz o ditado popular. Parece que é verdade. Depois de pescar e conhecer bastante o Cunhaú, estive em São Paulo e tive oportunidade de visitar algumas lojas de pesca, na esperança de encontrar velhos conhecidos dos bons tempos. Encontrei muitos, e falei maravilhas das pescarias de robalo no Cunhaú, convidando-os para conhecer. Achei que não acreditaram muito em mim, pois nenhum deles veio até hoje (2024), somente os mais chegados, que viriam de qualquer maneira, nem que fosse para visitar esse amigo.

A primeira dupla que veio de São Paulo foi o Ismar e o Conradinho Supimpa, e não se arrependeram, pois durante bom tempo recebi visitas de vários da turma, revezando as duplas. Alguns vieram mais de uma vez no mesmo ano.

Nessa ocasião os JJ e os jighead não eram mais surpresas para nós, o Auricélio já tinha se especializado e nos atualizado.

Apesar de avisado, o Auricélio não resistia e pescava também. Sabia que não fazia parte do pacote dividir os peixes (ação) com os clientes, mas era fominha o bastante para esquecer nossa orientação.

Mas isso faz parte do passado. O fato é que por várias vezes estavam todos do barco com peixe na linha, era bastante divertido.

Essa é uma das vezes que isso aconteceu, na primeira vinda da nossa turma para cá. Estavam todos usando camarão com jighead e a festa era com os robalos, menos um intruso que não foi convidado e apareceu para estragar a festa do Ismar.

Aliás, o Auricélio já tinha atendido diversos clientes, do estado e fora dele. Uma das surpresas mais agradáveis foi quando recebi um telefonema do Alfio, de São Paulo, me informando que viria pescar no Cunhaú e me convidando para acompanha-lo na pescaria. Foi muito gratificante, o Alfio pegou muitos robalos, e perdeu outros tantos, talvez devido ao dimensionamento do material, pois esbarrou em alguns robalões que não deram nem satisfação. Isso porque a pescaria era sempre de pincho nas galhadas, e sabemos que robalo grande nas tranqueiras é ponto para ele. Infelizmente perdi a maior parte das gravações, se conseguir nessa “garimpagem” de lembranças posto para vocês.

Estou me estendendo muito e o pessoal já está de cara feia. Vamos às imagens…

Museu da Pesca 218 – Os primeiros baby tarpons

Os primeiros baby tarpons que vi foi no Cunhaú. Quando cheguei em Natal não sabia de sua existência e abundancia por aqui, afinal só ouvia falar de tarpons em revistas de pesca e mesmo assim falando de pescarias principalmente em Miami e Costa Rica. Quando pescadores brasileiros queriam pescar tarpons, eram esses locais os principais eleitos.

Quando morava em São Paulo, vi uma vez uma matéria na revista Pescatur, editada no Rio de Janeiro, sobre uma estrutura de pesca para tarpons, o “Cricaré Praia Hotel”, em Conceição da Barra, no Espírito Santo. Era a revista de setembro/outubro de 1976, época que eu trabalhava na Ericsson. Endoidei e resolvi que iria pescar por lá atrás do tarpon, que pensava até então não existir no Brasil. Infelizmente não deu certo, mas fui presenteado mais tarde com o Cunhaú.

Desculpem se às vezes me alongo e mudo de conversa, mas as lembranças vão chegando e vou viajando, o que é comum entre nós, pescadores.

Sempre ouvi falar da dificuldade de se embarcar um tarpon, devido sua boca dura dificultando a fisgada. Diz a lenda urbana que de cada dez fisgados se embarca um.

A primeira vez que vi um baby estava com o Auricélio e o Miudinho, e não conseguimos embarcar nenhum nesse dia. Depois fomos aprendendo as manhas e as coisas melhoraram, mas realmente tem certo grau de dificuldade sua captura. Depois recebemos a visita de vários amigos de São Paulo, e como sempre acompanhei esses amigos nas pescarias, fui colecionando cenas para mais tarde usar em vídeos, DVDs, ou simplesmente boas lembranças.

No vídeo de hoje as dificuldades para se embarcar um baby, até se pegar a manha da fisgada. De sobra alguns robalinhos…

Museu da Pesca 217 – Rio Cunhaú ou Curimataú?

O rio Cunhaú sempre me fascinou com a variedade e quantidade de seus peixes. Sem medo de errar, digo que foi o melhor que conheci em todas minhas pescarias de mangue.

Todos meus vídeos de pescaria por aqui mencionam o rio Cunhaú, mas é um erro. Meu amigo Robert me alertou e resolvi esclarecer de vez qual o nome correto desse paraíso.

Subindo o rio a partir da barra, onde deságua, há uma bifurcação num local chamado Meral. Seguindo em frente, um pouco para a esquerda, é o rio Curimataú, e seguindo para a direita, uns 90 graus mais ou menos, é o rio Cunhaú, que chamamos de rio da Penha, como é conhecido por aqui.

Na realidade o rio Cunhaú desemboca no rio Curimataú, no Meral, onde se juntam e assumem o nome do primeiro, que deságua no mar e dá nome à vila de pescadores, Barra do Cunhaú.

As pescarias então são feitas nos dois rios, inclusive seus afluentes.

O rio de maior destaque é o Curimataú, de domínio federal, que nasce no município de Barra de Santa Rosa, na Paraíba, e entra no Rio Grande do Norte pelo município de Nova Cruz, desaguando no Oceano Atlântico, no município de Canguaretama.

Mas isso não muda em nada o palco das ações, apenas faz justiça aos envolvidos.

Isso dito, vamos lembrar nosso começo por lá. Nosso foco principal era os robalos, utilizando iscas artificiais. Usávamos basicamente plugs, e jigs quando íamos atrás das pescadas. Camarão artificial só “Doa” com lastro interno, ‘jumping jigs’ e camarões com ‘jig head’ só viemos a usar depois. Nós e o Auricélio começamos a conhecer o rio juntos, e normalmente a equipe era formada pelo Alexandre, o Auricélio, e eu. Nessa época eu pescava bastante, e só comecei a gravar mais depois que resolvi fazer um vídeo sobre a pesca do robalo, mas isso contaremos mais adiante. Outro companheiro de pescarias era o Carlos Blatt, que também pensava em se tornar um guia de pesca no Cunhaú, inclusive chegou a atender alguns clientes, salvo engano. Até hoje não sei por que não deu certo.

Essas primeiras cenas são provavelmente do começo de nossas pescarias no Cunhaú. Lembro-me que o Auricélio começou a operar lá por volta de 2006, mas já tinha adquirido alguma experiência do rio e atuação como guia. Acho portanto que seu treinamento começou em 2005 e talvez até 2004, isso só ele poderá confirmar.

Se por acaso alguma informação estiver incorreta, fiquem à vontade para corrigir, não sou dono da verdade.

Vamos relembrar…

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