Museu da Pesca 34 – Vídeo “Tucunaré o Gigante da Amazônia” parte 03
Como disse antes, não usávamos linhas exageradamente finas em nome da dita pesca esportiva, pois durante a briga corríamos o risco de estressar o peixe e levá-lo à exaustão, além da possibilidade de arrebentar a linha e deixá-lo escapar com a isca na boca. Todos esses fatores podiam comprometer sua sobrevivência, mas o fato é que cansei de achar iscas perdidas na briga com o peixe, às vezes um quilometro longe do ponto onde a linha arrebentou.
Durante os anos que frequentei a Amazônia só duas vezes achei tucunaré morto nos locais da pesca, indicando que o peixe tinha escapado na luta mas não sobrevivido à devolução às águas ou fuga. Considerando que normalmente ficávamos na mesma região de pesca durante a semana toda, a devolução do peixe praticando o pesque e solte ou fuga durante a briga comprovava que os danos colaterais eram desprezíveis.
O tucunaré nunca foi um peixe tão frágil assim, pois sobrevivia a agressões muito mais sérias que um anzol, como mordidas de boto, jacaré, ou outro predador qualquer, desde que o manuseio do peixe fosse feito com cuidados e sem abusos.
O Tupana é um lugar que deve ser conhecido, considerando as memórias daqueles tempos. Se alguém tiver informações dos dias atuais, gostaríamos de saber.