Museu da Pesca 23 – Vídeo “A Pesca Esportiva no Pantanal”
Voltando à produção de vídeos, já na era dos VHS e S-VHS, o próximo foi “A Pesca Esportiva no Pantanal”. Gravamos na mesma região que o “Dourado”, mas dessa vez com os amigos Ismar e Conrado.
Contamos com o apoio inestimável do “Hotel Beira Rio”, em Miranda, que prontamente colocou sua estrutura à nossa disposição.
Na manhã seguinte à nossa chegada no hotel fomos até o Passo da Lontra, no rio Miranda, onde embarcamos com destino aos flutuantes, na confluência dos rios Aquidauana e Miranda. Lá seria o quartel general de nossa aventura. Iam conosco os guias Luizinho e Nilton, velhos conhecidos de outras pescarias.
Na época, a chamada pesca esportiva estava associada ao tipo de equipamento utilizado, bastava um equipamento leve, uma linha fina e um peixe predador e pronto, o pescador automaticamente enquadrava-se na categoria. E nem sempre praticando o pesque e solte, claro.
Até hoje uso o termo pesca esportiva para seguir a corrente e para que saibam do que estou falando.
Esporte significa competição, sem dúvida, e implica em um vencedor, dentro de regras bem definidas. Hoje em dia existem vários torneios de pesca por esse Brasil, para uma grande variedade de peixes, onde são disputados prêmios e recordes. Isso enquadra-se na categoria de esporte, para mim. Na América do Norte vejam como exemplo de pesca esportiva o “Bassmaster Classic”. Entendam que essa é uma opinião pessoal, não é regra nem verdade estabelecida. É assunto de controvérsia há muito tempo.
Fora das competições, prefiro classificar os pescadores como pescadores amadores recreativos, o que não lhes dá o direito de ficar detonando os pesqueiros com a matança, transporte, e até comercialização de peixes. Há os pescadores amadores conscientes e os não conscientes, essa é a diferença. E eventualmente os pescadores amadores são esportivos…
Esse vídeo foi lançado em 1992, e portanto as opiniões refletem o pensamento (meu) na época.
Sempre quis fazer imagens subaquáticas, mas não existiam GoPro e celulares naquele tempo que permitisse isso. Cases especiais tinham que ser feitos para adaptação das câmeras, mas eram caros. Como nem meus equipamentos eram de ponta, isso estava fora de questão. Entretanto, vendo um dia um programa de pesca americano, vi a solução, simples e barata, utilizada por eles.
Tirei as medidas de minha câmera e mandei fazer uma espécies de aquário, de acrílico, com a parte de cima aberta. Nas gravações, colocava a câmera dentro da caixa, bem ajustada, e mergulhava o conjunto na água sempre preocupado em não deixar entrar água por cima, e acompanhava os movimentos do peixe próximo ao barco. O problema é que não via o que estava sendo gravado, ia pela direção, mas mesmo assim tive resultados satisfatórios. Não era o ideal, mas quebrava o galho para um pobre produtor nacional.
Em nossa produção cabocla, não tínhamos a pretensão de ensinar ninguém, também estávamos no processo de aprendizagem, mas achávamos que alguma coisa deveria ser feita em termos de conscientizar o pessoal sobre a necessidade de preservação e respeito pela natureza, cuidando de nosso recursos naturais. Achávamos que essas ideias podiam ser passadas pelo exemplo. Muitas vezes vimos mudanças de atitude quando o pessoal percebia que estava sendo gravado.
Pescamos com iscas naturais e artificiais. Quando iscas naturais demos preferência às iscas brancas, como lambaris, sauás, sardinhas, etc., e os anzóis 8/0 encastoados com aço flexível de 10 a 15 cm.
Já com iscas artificiais basicamente usamos Red Fin 900 e Long A 16, muito eficientes, mas também com empate de aço encapado. Com a dentição do dourado não se brinca.
Nessa primeira parte algumas pescarias de dourados com iscas artificiais e naturais.