Museu da Pesca 20 – Motel do Severino 01 e 02

Levei meu filho ao Pantanal duas vezes, a primeira quando ele tinha nove anos. Levei também para Juquitiba e praias, mas ele foi diplomado em Itumbiara, tanto como pescador como piloteiro. Lamentavelmente aos 15 anos, por aí, jogou o diploma de pescador fora e abraçou outros hobbies. De vez em quando participa de alguma pescaria aqui em Natal, mais para pegar sol do que para outra coisa, mas realmente perdi um companheiro de pesca, o melhor.

Na adolescência ele aprendeu a amar e apreciar as coisas da natureza. Quando pescava, matar peixe não era com ele, soltava tudo, assim como eu, que já tinha superado minha fase de matador.

Usava nessas pescarias no Pantanal iscas naturais, porque era proibida a utilização de iscas artificiais na região, devido as garatéias, com a possibilidade de apreensão do material e multa. A exceção era para as colheres, porque tinha anzol único, muito usadas no corrico para a pesca do dourado. Tempos depois corricamos muito com as Red Fin 900, mas com as garatéias e argolas trocadas, pois eram fracas para enfrentar um dourado, embora de um modo geral os plugs que usávamos não aguentavam muito tempo, eram logo detonadas. A vantagem das iscas artificiais tipo plug é que não torciam as linhas no corrico, ao contrário das colheres.

Com relação a esportividade do material, zero. Paoli Malcolm ou similar, linha 0,60 mm, e anzol encastoado Mustad 92247, tamanho 8/0, varas Yamato, Grillon, Dacos, por aí, todas barra pesada. Com o tempo fomos evoluindo e aliviando o material. Lembro que vi uma vez um japonês pescando dourados usando linha 0,40 mm e equipamento leve. Achei muito atrevimento dele.

Íamos uma a duas vezes por ano ao Pantanal, aproveitando as férias e feriados prolongados. Eu, como sempre, era quem organizava e coordenava a turma, tanto da Ericsson como de amigos em geral. Isso serviu como treinamento para quando ingressei na mídia da pesca esportiva. Além de meus vídeos, trabalhei nos programas “Pesca & Lazer” (Manchete), “Caminhos da Pesca” (Record), e “Pesca & Companhia”, todos eles maravilhosos.

Foram anos gratificantes, em que ia na companhia de amigos, e dessa época tenho poucas fotos e filmes em Super 8 mm, que deixo aqui como memória daqueles tempos. Os pesqueiros mais frequentados eram o “Motel do Severino”, em Porto Morrinho, e o “Pesqueiro Tarumã”, do Ivan Porto, um pouco mais abaixo, quase ao lado do outro.

Estou falando muito pouco das aventuras nessas pescarias, os textos são apenas orientação para colocar os vídeos e dar uma pequena noção do geral. A história completa fica para outra mídia.

Comentários fechados.

Sobre o autor

Marco Antônio Guerreiro Ferreira

 
Facebook
Twitter
Instagram