Museu da Pesca 194 – Robalos no Ceará Mirim – Sem comentários

Na última postagem, Rio Ceará Mirim 04, prometemos explicar a situação que acabou com nossa pescaria.

Saí de Natal, onde nasci, com seis anos de idade, e voltei muito tempo depois, já com 55 anos, depois de morar nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Santos.

A pratica do pesque e solte era meio incipiente por aqui, o que era muito natural, pois no sudeste a propaganda era muito mais poderosa, em virtude do número de lojas de pesca, programas de televisão, revistas especializadas e livros sobre o assunto. Assim, não era muito comum se ver por aqui a devolução do peixe às águas após sua captura.

Ao longo do desenvolvimento da pesca amadora recreativa, algumas regras de bom senso e civilidade eram desenvolvidas, como o respeito ao espaço e ao ponto de pesca dos outros pescadores. Não eram regras escritas, eram regras baseadas no bom senso. Lógico que tinham exceções, como em todo lugar, mas explícitas como aqui na época, nunca vi.

Estávamos pescando no Ceará Mirim quando vimos um barco se aproximar de nosso ponto. Sem nenhuma inibição, um senhor começou a arrumar sua tarrafa e começou a jogar exatamente onde mandávamos nossas iscas artificiais. Como se não bastasse, um amigo do senhor apareceu atrás de nós, vindo da margem, indo nadando em direção exatamente do pesqueiro. Não acreditei nos dois comportamento, e não sei como consegui segurar o Miudinho, que estava quase explodindo. Os senhores não sabem o risco que correram. Até hoje penso se foi de propósito, de sacanagem, ou apenas resultado de falta de informação ou educação. Acabamos a pescaria e fomos comer uma tapioca na beira da praia e tomar uma para acalmar os nervos. Se fosse no sudeste não teria ficado barato.

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Sobre o autor

Marco Antônio Guerreiro Ferreira

 
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