Museu da Pesca 144 – Saudosismo – Lojas de pesca 02 – Um dia na Point Pesca
Grande parte de minhas aventuras pela Amazônia começou na Point Pesca. Além da ajuda inestimável do Saburo, foi um dos pontos de reuniões e encontros mais fantásticos que conheci. Todas as quartas-feiras tinha churrascada por lá, numa casa de esquina na Vila Brasílio Machado, perto do Alto do Ipiranga, e um dos churrasqueiros era meu amigo Zé Carlos, o boneco Michelin. O Ismar era figurinha carimbada, assim como o Feijão, o Guila, o Barba, o Conradinho Supimpa, o saudoso Jorge Hasegawa, e outros também inesquecíveis, mas para nomeá-los precisaria de várias horas para tal.
Mas churrascos, sashimis, e outras iguarias, faziam parte do dia a dia da Point, além do uísque amigo do Saburo. As excursões para Manaus também saíam de lá, por volta da 23:00 horas, pois o voo da Transamérica de Cumbica para Manaus saía às 2:00 horas da matina.
Depois a loja mudou para a Av. do Cursino, muito melhor aparelhada, mas eu preferia a casa antiga.
O tempo passou, mudei para Natal, e um dia recebo uma ligação. Era o Saburo, perguntando se eu estava disposto a fazer uma aventura com ele. O plano era ele sair de São Paulo rebocando seu barco, me pegaria em Natal e subiríamos a costa até o Maranhão e até onde desse, batendo os rios do litoral em busca de tarpons e robalos. Claro que topei, e combinamos voltar a conversar dentro de um mês.
Passados 15 dias recebo outra ligação. Era o amigo “poita” informando o falecimento do Saburo. Fiquei sem chão, e até hoje quando vejo um tarpon pulando lembro do Saburo. Que Deus o tenha!