Museu da Pesca 06 – Matrinchã parte 01
Esse foi meu primeiro vídeo com selo próprio. O Mario continuou com a “Master Câmera” e eu abri a “Réia Produtora e Distribuidora de Vídeos ME”, porque na época era necessário obter um selo da Secretaria de Cultura autorizando a comercialização de vídeos, inclusive em locadoras. Sem esse selo, o vídeo era considerado pirata.
Esse vídeo foi “Matrinchã”, lançado também em 1991. Foi assim:
Estava eu um dia proseando na loja do Quico quando apareceu o Padilha. Eu ainda não o conhecia bem, mas entre pescadores essa barreira logo é superada. Conversa vai, conversa vem, e o papo girou em torno da pescaria do tucunaré e da matrinchã. Segundo o Quico e o Padilha, a matrinchã vencia a parada. Eu, como não conhecia esse peixe, fiquei só escutando, mas me interessei bastante pelo assunto. Resultado, começou aí os planos para fazermos um vídeo sobre a espécie.
Naquela época a matrinchã era peixe pouco conhecido pela maioria dos pescadores amadores, só tempos depois tornou-se popular, com sua introdução em “Pesque e Pagues”, mas até então só por fotos ou vídeos.
As gravações foram realizadas na Fazenda Matrinchã, localizada entre os rios Arinos e Claro, no Mato Grosso, bacia Amazônica. O Claro é afluente do Arinos.
Era uma região, na época, sem pesca predatória. Hoje não sei como está.
Na primeira etapa da pescaria descemos o Rio Arinos por quatro dias, rodando e pescando no pincho, e dormindo à noite em redes armadas na floresta, nas barrancas do rio, até montar acampamento definitivo perto da embocadura dos rios Marape e Alegre (também conhecido por Parecis), onde ficamos por dois dias.
Na segunda etapa pescamos no Rio Claro, já instalados na Fazenda Matrinchã, um belíssimo rio de águas claras e límpidas, sendo necessário ter um bom guia e alguma experiência no arremesso de iscas artificiais, pois o barco descia na rodada rapidamente e os pontos passavam muito depressa, e a precisão dos pinchos fazia a diferença.
Nossa primeira viagem para o Arinos foi em julho de 1991 e em setembro do mesmo ano voltamos para completar as gravações.
Voltei algumas vezes para aquele paraíso, mas em 1993 voltei com o Paulo Cesar Domingues para gravar o “ABC do Fly”. Mas isso é outra história que fica para outra vez…
Esse foi meu primeiro vídeo independente. Entretanto, só foi possível realiza-lo graças ao Padilha. Se não fosse seu apoio poderia ter parado antes disso. Devo muito a ele. Foi um vídeo que me deu grande prazer realizá-lo, e espero voltar a pescar em suas águas algum dia.
O lançamento desse vídeo foi realizado no restaurante “Hangar Grill”, na Chácara Flora, com a presença inclusive da imprensa. A produção e organização do evento foi obra do Padilha.
São muitas as imagens, e não quero perder nenhuma. Para não ficar enfadonho, vou postar em 05 partes. Aqui vai a primeira: