Museu da Pesca 05 – Rondônia 1991 parte 02
O rio Pau Cerne foi, com certeza, um dos mais belos que já vi (acho que já falei isso, e, pelo jeito, ainda vou falar várias vezes…)
Fica na margem esquerda do rio Guaporé, do lado Boliviano, e, para entrar, pagava-se uma pequena taxa ao guarda que morava com sua família, logo acima da entrada.
Não durou muito tempo e logo proibiram. Tempo depois ficou impossível entrar. Numa das minhas últimas viagens para lá, o rio Guaporé era fiscalizado por embarcações possantes e armadas até os dentes, por militares americanos. Cheguei a ser parado uma vez. Ao que me consta, era devido o tráfego de drogas.
Depois de ter lido a reportagem na Aruanã, virou prioridade conhecer o “Vale das Jatuaranas”. O Ismar, o Conrado, e os mergulhadores, tinham voltado para São Paulo, e o Morgado e o Moreira só chegariam uns dois dias depois. Tinha que ser agora!
Soube anteriormente pelo Toninho (Antonio Lopes) que a vigem foi sem problemas, e levaram duas horas do Cabanas do Guaporé até a cachoeira. Era época de cheia e não havia obstáculos pelo caminho.
Não me lembro a época de nossa viagem, mas com certeza não era na cheia. Levamos para chegar na cachoeira bem mais tempo, 4 horas ou mais. Rio lindíssimo, mas cheio de tranqueiras a cada curva. Hora troncos atravessando o rio, hora rasuras, hora galhadas bloqueando o caminho, atenção a toda prova.
Estávamos levando cinco colchões e seus respectivos mosquiteiros. Afinal passaríamos uma noite no mato. Gasolina extra, mantimentos, água, tudo necessário para nosso acampamento. Um grande panelão já ia até “os beiço” com arroz pronto misturado com algo que não me lembro, uma espécie de risoto.
Foi uma aventura maravilhosa, que descrevi minuciosamente em meus rascunhos e não cabe aqui.
Nesse vídeo vocês verão uma pequena parte dessa viagem, e as cenas onde aparece um acampamento com redes e o Morgado junto refere-se a outra tentativa que fizemos em outra viagem, mas na seca, garantidamente, e com aviso de que não chegaríamos lá. Fomos assim mesmo, e após seis horas de viagem não tínhamos percorrido nem um quarto do caminho. Desistimos e passamos a noite no mato, e no outro dia voltamos pescando tucunarés com isca viva, e cachorras na “Baía da Jaguaras”. Foi uma delícia e fiz par com o Morgado na pescaria.
A cenas nesse vídeo estão misturadas, sem ordem cronológica, apenas quis mostrar algumas das pescarias que fizemos.
A história completa dessa e outras aventuras em breve contarei aos amigos. Por enquanto fiquem com essas cenas, e qualquer dúvida sobre as imagens, é só perguntar que terei prazer em esclarecer.