Museu da Pesca 01 – Itumbiara

Trabalhei durante 20 anos na Ericsson do Brasil, empresa maravilhosa, onde deixei muitos amigos. Lá era conhecido como Ferreira, meu nome de guerra. Pelo Ericsson Clube organizei muitas excursões de pesca, até minha saída, em 1988.

Nesse meio tempo conheci o Ismar e o Conrado nos balcões da Gonçalves Armas, loja na esquina da Libero Badaró com Avenida São João, onde sempre fazia ponto, pela conversa gostosa e bom atendimento dos proprietários e funcionários.

Foi ali que combinamos nossa primeira pescaria, Ismar e eu, de Black Bass, na Cachoeira do França.

A partir daí viramos assíduos frequentadores do pesqueiro “Porto Sossego”, do Sr. José e Dona Maria.

Só tempos depois, com a descoberta do tucunaré em Igaratá, viramos casaca, trocamos o verde do Bass pelo amarelinho do tucunaré, e não tivemos mais recaída.

Maiores detalhes desse tempo estão em meu livro, que se Deus quiser, um dia sai…

Ainda estava na Ericsson (1983) quando fiquei sócio da APIA, sede na Vila Mariana, se não me engano. Primeiro na tapeçaria do Faria, depois em um casarão alugado. Minha carteirinha de sócio perdi pelo caminho, mas vou postar a do Ismar, para matar as saudades do pessoal daquele tempo.

Foi lá que vi pela primeira vez uma gravação em vídeo da pesca do tucunaré. Vi iscas trabalhando e ataques na superfície, inclusive uma captura do Faria de um tucunaré de 9 kg, que dá um salto espetacular ao lado do barco. Endoidei! Fiquei imaginando o que eu faria no lugar dele (do Faria, não do tucunaré).

Na época era muito difícil fazer uma pescaria daquela, primeiro por falta de informações, e depois devido ao alto custo. Não me imaginava por aquelas bandas.

O tempo passou, descobriram o tucunaré em Igaratá, Santa Isabel, fato divulgado pela revista “Acampamento”, e viramos fregueses, dividindo com a pesca do robalo nossas preferencias.

Em 1988 saí da Ericsson, em julho, se não me engano. Fui demitido. No fim do ano me chamaram de volta. Fiquei um mês, mas vi que não era mais minha praia e pedi demissão. Aliás, o ambiente não era mais o mesmo.

Como eu gostava muito de pescaria e tinha uma lancha com alguns amigos, pensei em entrar no ramo do turismo de pesca, mas tivemos muitos problemas com a embarcação e o negócio não foi para a frente.

Foi aí que tudo mudou, meio sem querer. Tinha um amigo, o Mario Ferrari, dono de uma uma produtora de vídeos, a “Master Câmera”, especializada em aniversários, casamentos, institucionais, etc. Conversando com ele, surgiu a ideia de fazermos um vídeo de pescaria. Ele entendia de gravações, edições, coisas do ofício, e eu de pescaria. Partimos para a luta e nasceu uma das primeiras produções nacionais, o “Tucunaré”. Fui aprendendo na marra, e a partir daí nunca mais deixei esse caminho. Fiz mais um vídeo com o Mario, pela “Master Câmera”, e depois abri minha produtora, a Réia.

Equipamentos de ponta nunca fizeram parte de minha realidade, devido os custos. Também nunca fui um profissional de primeira linha, afinal não tinha experiência nenhuma, mas encarei minhas produções como um pescador antes de tudo, mais preocupado em mostrar a pescaria do que como diretor de fotografia. Outra coisa que sempre levei em consideração foi dar prioridade ao peixe e não ao pescador, afinal o foco sempre foi ele e a natureza. E foi assim até hoje.

Voltando ao vídeo escolhemos um dos peixes de maior apelo na época, o Tucunaré, pois Itumbiara estava no auge e eu e vários amigos já éramos velhos conhecidos dele, apresentados pelo Quico Guarnieri. Tínhamos dois barcos guardados no Arnaldo, em seu sítio em Bálsamo, e já tínhamos bastante conhecimento da região.

A gravação foi uma experiência gratificante, fomos aprendendo com os erros, mas acabou saindo. O vídeo foi gravado em duas regiões, Itumbiara e Rondônia, no Vale do Guaporé.

Essa é a primeira parte, em Itumbiara. Não é o vídeo original, e sim cenas dele…. Na próxima postagem continuaremos com Rondônia.

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Sobre o autor

Marco Antônio Guerreiro Ferreira

 
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