Arquivo da ‘Museu da Pesca’ Categoria
Museu da Pesca 04 – Rondônia 1991 parte 01
O sucesso do vídeo “Tucunaré” nos incentivou a partir para o próximo, ainda com o selo da “Master Câmera”. Já tínhamos algumas gravações inéditas de lá, mas em reunião com a Evidencia Turismo, veio a ideia de lançarmos em 1991 um vídeo sobre a pesca esportiva na Amazônia, aproveitando a realização no próximo ano da Eco-92, no Rio de Janeiro. E Rondônia seria o estado representante.
Para isso caprichamos na montagem das equipes. Na primeira fase os pescadores foram Ismar Gomes, Luiz Conrado e Wagner Ferrari, além de mim e do Mario, com a parceria da Evidencia Turismo, representada pelos sócios Marco Antonio, Edson Santo, e Walquir Brito.
Além disso, convidamos uma empresa de mergulho de São Paulo, nas pessoas do proprietário Robert e seu amigo “jacaré”, para fazer umas tomadas submarinas.
Infelizmente essa parte ficou prejudicada devido as águas escuras e elementos em suspensão, não tínhamos equipamentos de iluminação, mas a experiência valeu a pena.
Na segunda fase participaram o Humberto Moreira e o Eduardo Morgado, que chegaram no Guaporé depois da volta para São Paulo do Ismar e do Conrado. O Wagner ficou comigo e o Mario, pois aproveitaríamos o espaço entre a partida e a chegada deles para finalmente conhecer o “Vale das Jatuaranas”. Foi uma viagem inesquecível, desejada desde que vi a matéria do Antonio Lopes na revista Aruanã.
Foi nessa ocasião que começou a “Turma do Chegado”, mas isso é história para outra vez, já devidamente inscrita em outros rascunhos.
O Rio Pau Cerne foi uma experiência única, uma viagem inesquecível, e merece um capítulo à parte, objeto da próxima postagem. Como já disse, essas cenas fazem parte dessas viagens, não necessariamente do vídeo, são apenas registros que não quero perder.
Finalizado, “Amazônia – Paraíso Perdido da Pesca” foi lançado em fins de 1991, no Clube Pinheiros, com coquetel de lançamento e as presenças de Orlando Villas Boas e o Príncipe da Casa de Orléans e Bragança.
Foi meu último vídeo com a Master Câmera, a partir daí segui sozinho, com foco apenas na pesca amadora recreativa, dito esportiva. Mas a amizade, ajuda e apoio do Mario continuaram. Graças a Deus conheci várias pessoas que me ajudaram na caminhada e se tornaram meus amigos e Mecenas, sem os quais teria procurado outros rumos.
Vamos à primeira parte:
Museu da Pesca 03 – Rondônia
Cá estou no Vale do Guaporé, ansioso por conhecer as águas da Amazônia. Nosso objetivo era gravar a pescaria do tucunaré, para finalizar o vídeo iniciado em Itumbiara.
Isso foi possível devido a parceria com a Evidência Turismo – Ligue Pesque, que nos deu todo apoio e incentivo possível.
Em Itumbiara reinava o tucunaré azul, e agora iríamos conhecer uma nova espécie, o tucunaré “Pitanga”, assim chamado pelo pessoal da região. O tucunaré azul vimos até de 5 kg em Itumbiara, e o Pitanga chegava até 6kg, segundo a propaganda do “Hotel Cabanas do Guaporé”, em Pimenteiras, nosso anfitrião. Na realidade o maior que vimos por lá pesava uns 4 kg, mas isso em nada desmerecia a espécie.
O rio Guaporé foi um dos mais belos que conheci, principalmente por seus caminhos e atalhos, principalmente para chegar nas baías que faziam ligação com o rio, tanto do lado Boliviano como do lado Brasileiro, divisa entre os dois países.
Do lado Boliviano tínhamos que conseguir licença para entrar, era mais conservado, já no lado brasileiro era a casa da mãe Joana, sem controle.
Voltei várias vezes à região, para outras produções ou simplesmente acompanhar grupos de amigos e clientes.
Lembro aos amigos novamente que essas cenas não são pedaços do vídeo, apenas cenas de pescaria que fizeram parte ou não da produção. Outra coisa se refere à trilha sonora. Sabemos que uma boa trilha aumenta a qualidade e emoção, mas deixamos de colocar por se tratar apenas de registros, queríamos conservar os sons originais do lugar, embora nem sempre conseguíssemos captar de forma adequada. Quando rever as cenas, quero ver como eram em sua origem.
A equipe era formada mais uma vez pelo Ismar, pescando, e eu e o Mario, gravando. Selo da “Master Câmera”.
Foi nessa ocasião que conhecemos as cachorras, capturadas com iscas artificiais em águas mais rápidas, e a isca preferida era a RED FIN 900, com garatéias reforçadas.
Pescamos muitas cachorras, tucunarés e apaiaris, até um Apapá se apresentou, pulou, nos cumprimentou e foi embora.
Como esse vídeo foi um dos primeiros feitos no Brasil, foi um sucesso, nos incentivando a produzir outro, objeto de nossa próxima postagem.
A cena que mais marcou nesse vídeo foi um ataque de um tucunaré a uma isca de superfície, gravada pelo Mario Ferrari, que chamamos de “ataque do torpedo”. Foi a mais comentada do vídeo, tanto que coloquei nesse caso a imagens retirada do vídeo original, com trilha sonora e tudo. Alguém viu e se lembra?
Até a próxima, pessoal!
Museu da Pesca 02 – Point Pesca
Hoje deveria continuar com a viagem à Rondônia, a segunda parte do vídeo “Tucunaré”, mas uma conversa puxa outra, e como num bom bate papo entre amigos, vamos comentando as coisas de acordo com as lembranças no momento, sem se preocupar muito com a cronologia.
Ao ler o comentário do amigo Roberto Dutra sobre Itumbiara, lembrei o quanto o Luiz Saburo foi importante na minha caminhada. Ele foi um, dentre muitos, que possibilitou minha viagem nesse maravilhoso mundo da pesca.
As reuniões na casa de esquina no bairro da Saúde eram inesquecíveis, uma festa. Sempre movimentada, pois além da lojinha que funcionava lá, a amizade e companheirismo fazia do cantinho seu “quartel general”.
Além disso, tinha a “reunião oficial”, toda quarta feira, aberta a todos. Com R$10,00 (não lembro a moeda na época) bebia-se e comia-se sem limite, um belo churrasco no quintal. Para os mais chegados, um uisquinho para completar…
Tempos depois o Saburo inaugurou a loja “Point Pesca”, na avenida do Cursino (se não me engano). Era uma loja completa, mas preferia a casinha.
Foi nesse tempo que começaram minhas viagens à Amazônia, no Miss Bebel, que antes eram organizadas pelo Saburo, até construir o fantástico Marco Polo, uma referência na época. Mas isso são histórias que vou contar para a frente.
Para matar as saudades, aqui vai um vídeozinho desse tempo. Toda vez que vejo essas cenas, bate uma puta saudade, muitas “figurinhas carimbadas”. Por onde andarão?