Arquivo da ‘Museu da Pesca’ Categoria

Museu da Pesca 16 – Arraial do Cabo 02

Continuando nossa pescaria, mais algumas informações. Como no verão a corrente do Brasil se aproximava da costa, trazendo espécies frequentadoras das águas azuis, e nosso foco sendo o dourado, marcávamos as férias e ida para Arraial nos meses de janeiro e fevereiro. O Ismar já era frequentador do local há algum tempo, e era quem organizava tudo, como aluguel da casa onde ficávamos e também contato com o Humberto, nosso guia.

Íamos com as famílias, e o grupo era formado pelo Ismar, pelo Conrado, pelo Nelson Turri, e eu, além de algum convidado de ocasião. Um deles era meu amigo da Ericsson, o Luiz Renó, companheiro constante de fins de semana nas pescaria pelo litoral de São Paulo.

Vamos às imagens, mas antes informar aos amigos que essas pescarias em Arraial tiveram seus melhores momentos no início dos anos 80, e por uns três anos fizeram nossas delícias. Voltamos alguns anos depois, já na era dos VHS, onde novamente fomos atrás dos dourados, e conseguimos captar algumas imagens com melhor qualidade, que mostraremos aos amigos oportunamente.

Museu da Pesca 15 – Arraial do Cabo

Aproveitando o clima de nostalgia ao recordar antigas aventuras, lembrei-me das pescarias de dourado do mar feitas em Arraial do Cabo, início dos anos 80.

Devo ao Ismar minha iniciação nas águas azuis. Como já contei, conheci o Ismar no balcão da loja Gonçalves Armas, e logo era um dos meus companheiros nas pescarias com iscas artificiais. Ele, sem dúvida, estava na minha frente, e entre uma pescaria e outra na cachoeira do França, ficava ouvindo ele falar das maravilhas que era pescar no mar aberto, no litoral do Rio de Janeiro, mais precisamente em Arraial do Cabo.

De tanto ouvir suas histórias, comecei a me entusiasmar e a me programar para acompanhá-lo em sua próxima viagem.

As saídas para as pescarias eram efetuadas no Porto do Forno e na Praia dos Anjos, em embarcações tipo baleeiras.

O nosso guia era o pescador Humberto, velho conhecido do Ismar.

Nos meses de verão a corrente do Brasil se aproxima de Arraial do Cabo, trazendo junto um dos mais belos e valentes guerreiro do mar, o “dourado” (Coryphaena Hippurus). Além de saboroso é um grande lutador, com muita resistência. Quando menos se espera, ao se errar o passaguá ou bicheiro para embarcá-lo, sai em disparada novamente, traçando uma reta perfeita na superfície da água, levando embora toda a linha que o pescador pacientemente recolheu, recomeçando tudo novamente. São muito fortes e velozes.

Costumam circundar o barco depois de fisgados, chegando às vezes a completar 360° em seu passeio, traçando uma circunferência perfeita. Briga no fundo, à meia-água, na superfície, de todas as maneiras, dando saltos espetaculares sem se entregar. Atende todas as expectativas de um pescador esportivo.

Na Praia dos Anjos há duas saídas para o alto mar. A mais usada é pelo Boqueirão, situado entre a Ilha de Cabo Frio (Ilha do Farol) e o continente (Pontal do Atalaia), e a outra saída é pela Ponta Leste.

Saindo-se pelo Boqueirão, vira-se à esquerda em direção à Ponta do Focinho, onde está localizado o farol. Da Ponta do Focinho até a Ponta Leste temos sempre um mar bastante “picado”, batendo de frente nas rochas, em função dos ventos e das correntes.

Se você vai pescar com iscas naturais e ainda não as providenciou, aí é o lugar. Basta soltar um “penacho” no corrico e esperar a ferrada de um bonito, normalmente na faixa de 1 a 3 quilos. Isso se as enchovas não estiverem por ali. Se estiverem, será uma festa!

Estávamos no início dos anos 80, o conceito de “pesque e solte” era ainda incipiente. Não julguem essas imagens com os valores de hoje.

É um retrato de nossa caminhada através do tempo. Para minha própria satisfação, vou dividir as imagens em 4 partes, para não ficar muito cansativo, pois as imagens foram feitas com filmes “Super 8 mm”, ainda não existia VHS na época, e foram feitas para consumo próprio e para os amigos, motivo pelo qual estou compartilhando agora. Vamos à primeira parte:

Museu da Pesca 14 – Iate Clube Rio Verde

Bem, pessoal, como estamos falando do passado, afinal essa série chama-se “Museu da Pesca”, vamos dar uma pequena pausa na produção dos vídeos VHS para falar um pouco de minha experiência antes disso.

Era muito pouca, grande parte baseada em livros e revistas brasileiras, consumia tudo avidamente.

Um dos pontos mais distantes de São Paulo que eu frequentava e que tinha um sabor de aventura era a pescaria no Paranazão, no Iate Clube Rio Verde. Adorava também corricar uns douradinhos na desembocadura do rio Verde, pertinho do clube. Mas minha pescaria favorita na região era subir o Verde e num pontinho especial que conhecíamos, pescar piaparas com equipamento leve. Uma maravilha.

Foi lá que vi pela primeira vez um bom “dourado” ao vivo, e também um “barbado”, acompanhando à noite um pescador da região na conferência de um dos espinhéis que armava por ali. Ganhei o “barbado” de presente. Estava numa excursão pelo “Ericsson Clube”, que eu tinha organizado. Trabalhava na ocasião na Ericsson do Brasil.

Frequentei muito o Iate Clube Rio Verde, muitas vezes com a família e amigos da Ericsson, principalmente depois que o amigo e compadre Luiz Roberto, o Soares, comprou um motor de Popa Evinrude 9,9 HP.

Foi uma tristeza quando o clube foi desativado. Era muito familiar, e era comum encontrarmos por lá o Ari Toledo, principalmente nos fins de ano.

Fizemos boas pescarias por lá, principalmente uma de piaparas com o Nilson Torres e o Lindolfo, ambos da Ericsson.

Na época eu já gostava de filmar minhas aventuras, com uma filmadora “Super 8mm”. O problema é que cada rolo de filme durava três minutos, e só sabíamos que a filmagem ficou boa depois de revelar os filmes, que demorava um pouquinho e ficávamos aflitos para saber o resultado. Fora que ainda tínhamos que editar e colar os pedaços, era trabalhoso mas gratificante. Trabalhoso sempre, porque não tínhamos experiência, e nem sempre gratificante com os resultados.

Pois bem, chega de prosa e vamos ao que interessa, principalmente para a velha guarda. Aos saudosistas ofereço algumas imagens daquele lugar e daquela época, independente da qualidade, nesse caso secundário. Essas imagens são de uma excursão de vários amigos da Ericsson, com suas respectivas famílias, aproveitando um feriadão ou férias, não me lembro. Acho que era fim de ano.

Até a próxima!

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