Arquivo da ‘Museu da Pesca’ Categoria

Museu da Pesca 199 – Pesca costeira – Isca natural para tarpon

Esse tópico vai contra tudo que até a ocasião eu tinha lido e ouvido falar do tarpon. Até onde eu sabia, só na teoria, era uma heresia se usar encastoamento de aço, encapado ou não, em sua pesca, pois isso evitava os ataques às iscas, em virtude do olho grande e astúcia do peixe. Nessas pescarias na boca da barra, o tarpon atacava as iscas onde a arrebentação quebrava, no alvoroço das ondas, na quebradeira, e era com tanta volúpia que dificilmente ele veria o encastoamento, pelo menos era o que eu pensava. Cansei de ver tarpons fisgados nessa pescarias, todos com aço na ponta. Deixo a conclusão para vocês…

Museu da Pesca 198 – Pesca costeira – Tarpon 02

Bem, sendo repetitivo, volto a dizer que de cada dez tarpons fisgados, conseguimos embarcar um. Essa é a regra, segundo os especialistas. A dificuldade é imensa, principalmente em boca de barra, com o barco apoitado e sendo sacudido pela arrebentação. O Jum Tabata que o diga, quando aqui esteve e passou por essa experiência.

No bloco anterior o Branco perdeu um na beira do barco. Estava usando isca artificial. Nesse o Dinho consegue embarcar o seu, capturado com isca natural. Nos próximos blocos falaremos das iscas e materiais usados nessas pescaria em boca de barra. Quando o tarpon foi fisgado ainda estava claro, ao embarcá-lo já estávamos sem luz para as gravações.

Museu da Pesca 197 – Pesca costeira – Tarpon 01

Assim como a pesca de praia, a pesca costeira foi uma das que mais pratiquei por aqui nos primeiros anos de Natal, juntamente com a pesca oceânica, a bordo do Orion, do Gilberto Maia, aproveitando a proximidade da plataforma continental, distantes por volta de 15 milhas da costa.

A pesca costeira era feita embarcada ou a pé, em cima das pedras ao nível do mar, nos paredões rochosos que formam um cinturão acompanhando as praias, responsáveis pelas piscinas naturais que aparecem nas marés baixas.

Durante muito tempo fizemos ótimas pescarias embarcados, em Tibau do Sul, no barco de um velho pescador da região, o “Buck”, que de 15 em 15 dias nos levava à boca da barra para pegar tarpons, xaréus, tibiros, robalos, e o que mais estivesse por ali.

Agradeço essas pescarias ao Dinho, que tinha (ainda tem) uma oficina especializada em consertos de varas e molinetes, além de vender também materiais de pesca, inclusive iscas artificiais. Ele mesmo pescava com iscas de fabricação própria, muito eficientes. Além disso era (e ainda é) um especialista em pesca oceânica. Diria que é um ícone aqui em Natal, além de ser excelente pessoa, sempre pronto para ajudar os iniciantes. Ainda está em atividade, felizmente.

Quando o conheci, apresentado pelo Blatt, me convidou para fazer parte do grupo dessas pescarias e gravar as aventuras. Sem dúvida o Dinho foi um dos responsáveis por eu ter feito meu primeiro VHS por aqui, “A Pesca no Nordeste”.

A equipe era composta pelo Dinho, pelo Tinho (Aílton), pelo Branco (in memoriam) e eu, os três mosqueteiros mais D’Artagnan…

Como diria o Betão, vamos deixar de “lero-lero” e vamos às imagens. Vamos começar com a pescaria de tarpons na boca da barra. As imagens não estão muito boas, chuva com fim da tarde, mas vale o registro.

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