Arquivo da ‘Museu da Pesca’ Categoria
Museu da Pesca 223 – O retorno 01
O resultado da pescaria do Ismar com o Conrado foi tão bom que o Ismar não resistiu e voltou no mesmo ano, dessa vez tendo como companheiro o Zé Carlos, nosso querido “boneco Michelin”. Naqueles tempos não tinha época boa, podia vir em qualquer data do ano que o sucesso estaria garantido. Bem, hoje também é assim….
De cara o Zé pegou uma caranha, e dali pra frente a festa foi com os robalos.
Essa pescaria inicial serviu para o Zé calibrar e se aperfeiçoar na prática da pesca com camarões artificiais com jighead, embora sua preferência fosse a pesca com plugs pinchando nas galhadas, mas em terra de sapos, de cócoras com ele.
O rio Cunhaú tinha ainda muitas surpresas para o pessoal, como veremos mais adiante, mas por hora vamos mostrando retalhos dos dias de pescaria na companhia inestimável dos amigos, onde os peixes faziam parte como companheiros de viagem.
Museu da Pesca 222 – O primeiro robalão
No começo pescávamos basicamente com plugs nas galhadas, meu esquema favorito até hoje, mas os robalos maiores quase sempre escapavam nos enroscos.
O maior que peguei pinchando assim foi um flecha de 4,5 kg, maravilhoso, que enganou-se e escolheu o caminho errado,
saindo da margem e indo para o meio do rio. Acredito que tivesse um enrosco por ali, mas não deu tempo dele chegar lá.
Nessa primeira visita dos amigos de São Paulo já usávamos JJ e camarão artificial com jighead.
Último dia da pescaria, fim de tarde, já escurecendo. Tinha sido um sucesso, mas faltava um robalão. Havíamos perdido alguns grandes, mas não servia de consolo. Para o pescador não basta sentir e ver o peixe, tem que embarca-lo.
O Ismar começou a se despedir da tarde quando o imprevisto aconteceu. A princípio achamos que era um xaréu pela corrida sem trégua nem descanso. O Ismar não conseguia pará-lo, e quando disse que o bicho estava indo para a margem, o Auricélio vaticinou: – É robalo! Segura senão vai para o enrosco. De nada adiantou a advertência, o bicho entocou. A partir daí só vendo, não adianta explicar.
Era a cereja do bolo…
Museu da Pesca 221 – Sernambiquaras
Daqui pra frente vou misturar as pescarias dos diversos grupos de amigos que passaram por aqui, indo e vindo na linha do tempo, senão as histórias do Cunhaú vão ficar muito longas e repetitivas. Vou tentar selecioná-las, se possível, dependendo das lembranças que tiver.
Uma grande surpresa foi conhecer finalmente o sernambiquara. Sabia um pouco sobre o peixe por intermédio do amigo Pedro Abate, que fazia pescarias maravilhosas nos costões do Forte dos Andradas, no Guarujá. Para entrar tinha que conseguir licença do exército. Combinamos algumas vezes de gravar uma de suas pescarias, mas nunca deu certo. Sabia pelas suas narrativas que era um valente brigador, pondo à prova as habilidades do pescador. Muitos anos depois, no Cunhaú, tive a comprovação do fato. Acredito mesmo que as pescarias no Guarujá deviam ser muito mais emocionantes, divido o grau de dificuldade do combate, no meio de pedras e ondas. Pelo menos no Cunhaú o ambiente era de calmaria.