Hoje vamos falar um pouco sobre os guias de pesca em Cunhaú em atividade até 2019, antes da pandemia, que é o final da série “Museu da Pesca”. De lá para cá o tempo se encarregará de acrescentar capítulos à nossa memória.

O Auricélio, originário de Solânea, na Paraíba, começou seu desenvolvimento a partir de 2006, e ao longo dos anos foi se especializando na arte de atendimento aos clientes e conhecimento do rio, onde operou até 2012, de onde saiu em busca de novos desafios, trabalhando para a “Fazenda Aquafort”, em Camocim, no Ceará, e posteriormente no Maranhão, em Tutóia. Já o Jefferson Lima (Dé), nativo da terra, nascido e criado em Barra do Cunhaú, iniciou seu trabalho de guia de pesca no início de 2013, atendendo clientes, e já era grande conhecedor do rio, embora seu ramo de atuação fosse outro. O negócio deu tão certo, além da lacuna deixada pelo Auricélio, que em 2014 começou a formação de novos guias de pesca, para atender a demanda do número de pescadores amadores recreativos. Foi nesse mesmo ano que iniciou sua participação também no “Carpe Diem Natal”, com o objetivo de divulgar e promover a pesca na região, abraçando o mercado de turistas/pescadores internacionais, tendo formado uma estrutura muito bem montada, atendendo também o nicho da pesca com mosca, em busca dos robalos e tarpons.

Foi e continua sendo uma experiência fascinante esse desenvolvimento da pesca esportiva na região, principalmente pelo fato de modificar os comportamentos e visão dos ribeirinhos quanto à preservação e manutenção dos recursos naturais, dando sua contribuição e conhecimento como guias de pesca, além da necessidade de proteção dos rios e mangues, com toda sua diversidade natural.

Para finalizar, uma característica especial do Dé, o nome por trás da estrutura local. Ele costuma “se presentear” com uma isca artificial de seus clientes, e os motivos são mais do que louváveis: Descobri que cada isca que ganha representa um pescador e uma história, e assim ele vai construindo um monumento em homenagem aqueles que passaram por aqui.

Bem, pessoal, hoje queremos prestar uma homenagem ao nosso amigo Marcão (Marcos Conceição), que infelizmente não está mais entre nós, e com quem tive o prazer de conviver e trabalhar. Para deixar claro, essas imagens são do programa “Pesca Alternativa”, gravadas pelo competente Zacharias, a quem mando meu abraço. Não me lembro da data desse programa.

Que Deus o tenha, Marcão.

A primeira vez que pensei em fazer um vídeo sobre o robalo morava ainda em São Paulo, e dividia com o Guila o aluguel do escritório que ele tinha em Pompéia, uma agencia gráfica.

A ideia era fazer uma produção de primeira, e para isso o pescador seria o Nelson Nakamura. Chegamos a fazer uma reunião em meu escritório com ele e o Gilberto Rebane, que na época trabalhava na Pesca e Companhia e era quem representava os interesses dele e da revista nessa negociação. Foi uma reunião só e correu tudo bem, mas infelizmente o negócio não foi para a frente, não me lembro o motivo.

Tempos depois, já em Natal, consegui fazer o DVD, mas não do jeito que queria, e sim do jeito possível. Fiz inclusive a apresentação, imaginem só, sem nenhuma experiência, mas foi o jeito. A história completa é longa, e por isso não coloco aqui, mas está no meu livro “Peixes Câmera Ação”. Quem sabe sai um dia…

Como lembranças das gravações aqui vai um pequeno trecho onde o Auricélio ensina a usar os JJ e os Jighead.