Niquim – O perigo oculto

O título acima mais parece nome de filme de terror e não é para menos. Camuflado sob o leito lamacento das águas nordestinas se esconde um verdadeiro monstro, capaz de causar pavor aos que já tiveram o infortúnio de encontrá-lo: o peixe niquim. O perigo não é tanto por seu tamanho, pois os indivíduos adultos atingem apenas 15 centímetros, entretanto, o diminuto animal carrega em seu corpo um poderoso veneno que pode causar dor intensa e até deixar sequelas permanentes quando inoculado na vítima.

O niquim é encontrado em toda região Nordeste, tanto em água doce quanto em salgada, porém os acidentes ocorrem com mais frequência nos rios. De hábito sorrateiro, o peixe fica a maior parte do tempo enterrado a espera de uma presa de passagem. E é justamente esse comportamento que demanda atenção redobrada dos pescadores ao caminharem no território do niquim. Isso porque ele possui espinhos móveis em seu dorso que se armam quando o animal é incomodado prontos para ferir pés e mãos desprotegidos.

Os espinhos também são encontrados nas laterais do peixe e se conectam a glândulas de um forte veneno que é injetado na vitima no momento do contato.  O cuidado deve ser ainda maior porque o niquim costuma habitar as partes de águas mais rasas, inclusive, áreas lamacentas próximas às margens. Por isso é de extrema importância usar um calçado de solado grosso e resistente, mesmo que você vá caminhar emersa do leito.

O veneno do niquim, causa uma dor intensa, que em nada se compara, por exemplo, à ferroada do bagre ou da arraia. Quem já teve a oportunidade de se furar com essas espécies de peixe sabe que o desconforto é grande, entretanto, na maioria das vezes, tolerável. Já com nosso monstro aquático a dor é significantemente mais forte e se irradia para a base do membro atingido. Além disso, pode causar uma inflamação severa e evoluir para um quadro de necrose que acarreta na perda da parte afetada por amputação.

Ainda não existe antídoto conhecido e o tratamento consiste em mergulhar o local atingido na água mais quente que a pessoa conseguir suportar até o veneno, que se decompõe com aumento da temperatura, perder seu efeito. A forma popular de cura para ferroada de niquim fala em urinar sobre a ferida, mas estudos afirmam que a eficácia do procedimento reside mais no calor do líquido do que nas substâncias presentes na urina. Em todo caso, é uma opção emergencial para aliviar os sintomas até a chegada ao hospital. Nas unidades de saúde é feita a analgesia do paciente, limpeza cirúrgica e drenagem de secreções.

61 Comentários para “Niquim – O perigo oculto”

  • Mascarenhas:

    eu também, ja fui vitima deste bicho feio, ao entrar na agua da praia de mangue seco, pisei de leve, sentir uma dor tao forte ao pisar e puxei i pe imediatamente, pensei que tivesse pisado em um caço de vidro, devido a dor que foi, quando cheguei na areia, vi as duas marças dos furos, e o pé ficou com uma parte dura, deitei na areia, ai veio um pessoal ve e dando opiniões, cada um dizia uma coisa, ate que chegou um pescador e me colocou mais medo ainda, dizendo ser um peixe de nome ninquim, muito venenoso, e eu nao sabia qual o tratamento, fiquei suportando a dor. e durante 10 dias este sofrimento, imagine, hein?

  • Ola pessoal, eu estou doido para pegar um niquim vivo, vou dewscontar tudo que ele fez no meu pe, o bicho e ruim, pixei em um peixe em Mangue seco, to com o pe dolorido ate hoje, e ja sao 30 dias do ocorrido, pensei que eu estivesse pizado em um pedaço de garrafa, doeu muito, dor horrivel, o pe ficou inchado. se eu pegar estepeixe vou jogar uma pedra enorme em sua cabeça iou n tocar fogo com gasolina, isto ainda e pouço pra ele.

  • neves:

    meu filho foi pego por um deste mas gracas a deus foi muito pequeno o furo no dedo da maõ mas eu fiquei com muito medo não conhecia este tipo de peixe foi no dia 2-01-15

  • Ozeias de Paula:

    Aqui na minha região tem desse monstro, graças a Deus nunca tive o azar de ser atacado por esse bicho. Já fui esporado por bagre, e dói bastante agora imaginem: ouvi falar que dói muito mais que ferroada de bagre já imagino o terror. Eu não sou pescador vou à praia por diversão, Ah e… galera, bastante CUIDADO também com a cobra do Mar que tem por nome de MUTUTUCA ela muito perigosa também, pesquisem sobre ela. Acho que o perigo dos (ANIQUIN MUTUTUCA são semelhantes. Boa sorte à todos.

  • Renata:

    Minha amiga pizou em um niquim hj as 12:00 dia e até agora chora com muita dor.Acabei de ler alguns comentários e fiquei assustada.Ela acabou de tomar dipirona está com febre e tomou tbm duzimicim amoxicilina cápsula 500 mg.Será q ela se sentirar melhor. Aff

  • josemar:

    Boa tarde,fui vítima desse peixe aqui em NATAL-RN,sofri com uma dor intensa até chegar em casa,aonde fui pesquisar sobre o caso ocorrido comigo, e descobrir:Que água bem quente sobre o ferimento diminui muito a dor , e isso realmente funciona ,logo em seguida coloquei alho bem amassado sombre a perfuraçâo,fazendo um curativo com alho seguindo orientaçâo do mesmo site,realmente funcionou muito bem.

  • David torres:

    Peguei um desse no dia 17 desse mês
    Na ilha do marajó .
    O segurei com minha luva
    Peixe mui bravo
    Tinha uns 30 cm infelizmente ele morreu pois a isca foi parar em sua garganta.fiz de tudo para salva_lo
    Aproveitei para usar de isca

  • Ana Carolina da Fonte:

    Também fui ferroada por esse peixe no pé enquanto nadava em águas rasas e mornas. Como também já fui picada por um escopiao, posso dizer que a dor é muito similar! Ambos foram no meu pe, causando dor intensa por mais de uma semana sem poder colocar o pé no chão. A diferença foi que a dor do escopiao foi um pouco maior escopiao a do peixe deixou meu pé todo roxo quase preto por.mais de uma.semana. fiquei com medo de perder os dedos.

  • Adelaide:

    Há alguns anos atrás fui picada pelo peixe-pedra. Foi terrível! Tive muita dor e febre. Tomei injeção de fenergan. Foi um dia inteiro com inchaço no pé. Isso aconteceu na praia de arauá na ilha de itaparica-ba, maré baixa com cascalhos.

  • Lindomar:

    Fui ferroado ontem em porto seguro por uma arraia dor insuportável

  • Natan Gutierrez Ferreira:

    Olá, fui ferroado caminhando sobre pedras para entrar no mar e surfar. Senti uma “picada” parecida com a de uma abelha, so que cada vez ficava mais inchado e dolorido. Segui surfando e a noite não aguentava de dor e inchaço. Tomei analgésicos por conta(Ato não aconselhável) e mergulhei meu pé na água mais quente que suportei. 3 dias depoia ainda continai inchado e pouco dolorido. Fica a dica para tomarem cuidado, pois dependendo do local atingido, pode ser grave, tento até que amputar algum membros. Alohhaa

Sobre o autor

Caco Marinho

Jornalista e apaixonado pela pesca esportiva 
Seções
Facebook
Twitter
Instagram