
Foi capturado na manhã de ontem no açude Itans um Pirarucu medindo 2 metros e 67 centímetros e pesando 190 quilos. O peixe estava encalhado uma pequena lagoa localizada no leito do reservatório, a altura da comunidade Nova Olinda. Fátima Macedo, chefe da Estação de Piscicultura Estevão de Oliveira, disse que foi procurada na última sexta-feira pelo diretor regional do Ibama, Armênio Costa que lhe informou sobre a localização do pescado.
‘‘Com as chuvas, o Pirarucu passou do açude para a essa lagoa. Com a estiagem a lagoa ficou separada das águas do açude. Na situação que ele se encontrava estava fácil de ser capturado pelos pescadores’’, declarou Fátima Macedo.
A diretora informou que ontem pela manhã pediu ajuda de funcionários do Dnocs que se deslocaram até à lagoa. ‘‘Eles colocaram uma rede e o Pirarucu malhou a cabeça. O pessoal retirou ele e colocou num caminhão. Transportamos até um viveiro da piscicultura. Mas infelizmente à tarde ele morreu’’.
Fátima Macedo demonstrava tristeza em não poder ter salvo a espécie. Ontem à tarde após a medição e a pesagem uma equipe da Estação Ecológica do Seridó, começou a avaliar a situação do pescado para realizar o trabalho de taxidermia (empalhar), visando deixá-lo em exposição no laboratório da pisciculutra, situado no Itans.
Há mais de sete anos que não era capturado um Pirarucu no Itans. A última ocorrência foi verificada no dia 8 de novembro de 1999. Um Pirarucu asfixiado por um anzol utilizado por pescadores, foi encontrado nas margens do açude. Após ser retirado das águas, em pouco tempo morreu. Pesou 185 quilos e mediu 2 metros e 55 centímetros.
O sexo do Pirarucu segundo Fátima Macedo só é conhecido através de exame de DNA feito na Piscicultura de Pentecostes no Ceará. A idade é avaliada através da escama do referido pescado. O que foi capturado em 1999 tinha aproximadamente 30 anos de vida.
O Pirarucu é um peixe carnívoro que se alimenta de outros peixes. ‘‘São 10 quilos de peixe para formar um quilo de carne num Pirarucu’’, disse Fátima Macedo Por esse motivo a Piscicultura de Pentecostes no Ceará iniciou um experimento com filhotes de Pirarucu usando ração. Na Piscicultura de Caicó, nove espécies de dois anos de vida já estão passando por essa experiência. ‘‘Mas já estamos alimentando com peixes porque não dispomos de ração suficiente para alimentarmos’’, declarou Fátima Macedo. O Pirarucu foi introduzido no Açude Itans em Caicó, em 1943.