Pesca que protege tubarões e humanos

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Pesca que protege tubarões e humanos

Postagem Número:#1/10  Mensagempor Chrony Joseph » 09/02/2010 - 21:06:08

Fonte: Instituto Ciência Hoje

Projeto de monitoramento em Pernambuco evita ataques desses animais e preserva as espécies que habitam o litoral com o uso de tecnologias avançadas de captura e marcação.

Eles não são assassinos como pintam os filmes de Hollywood. Tampouco a carne humana faz parte de seus hábitos alimentares. No entanto, ataques de tubarões a pessoas acontecem no mundo todo, inclusive no Brasil. Para mudar esse quadro, o Projeto de Pesquisa e Monitoramento de Tubarões no Estado de Pernambuco (Protuba) captura e marca esses animais por meio de técnicas avançadas que permitem acompanhar o deslocamento dos tubarões e evitar sua aproximação das praias.

Pernambuco é o campeão brasileiro de ataques de tubarões: 53 casos já foram confirmados desde 1992


Cerca de 120 ataques de tubarões são registrados todo ano no mundo. No Brasil, o Nordeste é a região com maior número de casos. Pernambuco é o campeão brasileiro desse tipo de ocorrência: 53 ataques já foram confirmados desde 1992.

O monitoramento dos tubarões é feito pela Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) durante o fim de semana, período em que há maior concentração de banhistas nas praias. Um barco da universidade lança o chamado espinhel a cerca de um quilômetro e meio das praias de Boa Viagem e Paiva, em Recife. O equipamento é uma corda de 8 quilômetros de comprimento repleta de linhas secundárias com anzóis em sua extremidade e colocada à meia água para capturar os tubarões que saem do alto-mar em direção à costa.

Além do espinhel, são lançadas próximas à praia linhas de espera, que têm menos anzóis e agem como uma segunda proteção, caso algum tubarão consiga furar o bloqueio do espinhel. Durante o tempo em que permanece no mar, o barco recolhe os animais fisgados e repõe as iscas nos anzóis.

Os tubarões capturados recebem duas marcações, que permitem aos pesquisadores monitorá-los. Uma é um transmissor via satélite chamado PSAT (Pop-up Satellite Archival Tags), que se desprende do animal automaticamente após 45 dias e sobe à superfície para enviar dados como temperatura da água e localização do tubarão para os pesquisadores.

A outra é um transmissor de ondas sonoras que funciona em conjunto com uma rede de receptores acústicos implantada na faixa costeira de Recife. Cada tubarão recebe uma marca que emite uma frequência sonora única. Se o animal se aproxima da costa, os pesquisadores recebem o sinal e podem identificá-lo e monitorá-lo.

Veja como é feita a marcação e o monitoramento dos tubarões pelos pesquisadores da UFRPE.



“Essa tecnologia permite averiguar eventuais padrões de aproximação dos animais para as áreas de risco e de seu retorno para o alto-mar, além de ser extremamente útil na prevenção de ataques, pois possibilita estudar o comportamento das espécies agressivas”, explica o biólogo Fábio Hazin, diretor do Comitê Estadual de Monitoramento e Prevenção aos Ataques de Tubarão (Cemit) e coordenador do Protuba.

Espécies agressivas capturadas

De maio de 2004 a setembro de 2009, foram capturados 42 tubarões potencialmente agressivos, entre eles 23 tubarões-tigre e nove cabeças-chatas, os maiores responsáveis pelos ataques a humanos. Depois de marcados, os tubarões que representam perigo são liberados longe da praia. Os animais que eventualmente morrem no espinhel são levados para o laboratório da UFRPE para estudos ou têm a carne doada para o [url=http://www.nacc.org.br/home/index.shtml]Núcleo de Apoio às Crianças com Câncer[/url] (NACC).

“Se o tubarão for capturado imediatamente após o espinhel ter sido lançado, o máximo que ele vai passar é uma noite preso; mas como o espinhel permite que o animal continue a nadar normalmente, isso não causa nenhum problema”, diz Hazin. O biólogo conta que desde 2006 os anzóis comuns do espinhel foram substituídos por anzóis circulares, que causam menor trauma aos animais e aumentam a probabilidade de sobrevivência pós-captura.

Hazin ressalta que o método utilizado pelo Protuba é um dos mais ecológicos do mundo, pois a maioria dos animais capturados permanece viva. Em outros países, como África do Sul e Austrália, são usadas redes em vez de anzóis para capturar tubarões. O problema é que o sistema de redes também detém outros animais, como tartarugas e golfinhos, que acabam morrendo. “O nosso método é muito mais seletivo, além de fornecer mais informação científica sobre os tubarões por meio das marcações”, explica o biólogo.

Confira um vídeo em que o coordenador do Protuba, Fábio Hazin, explica as causas de ataques de tubarões a humanos.


Preocupação ambiental

O número de ataques de tubarões em Pernambuco teve um crescimento significativo com a criação do Porto de Suape, na Foz do Rio Ipojuca, em 1984. Segundo Hazin, a construção interferiu na dinâmica de reprodução dos animais e é a principal responsável pela sua aproximação da costa. A grande quantidade de matéria orgânica do esgoto doméstico lançado diariamente no mar e o aumento do número de banhistas e embarcações na praia são outros fatores que atraem os tubarões.

Para recuperar o ecossistema desses animais, desde 2006 o Protuba afunda embarcações em alto-mar, a aproximadamente 12 quilômetros da costa. Após cerca de um ano, os pontos dos naufrágios se transformam em uma espécie de recife artificial, que serve de berçário para os tubarões. Além disso, o Protuba promove, em conjunto com o [url=http://www.oceanario.org.br/]Instituto Oceanário de Pernambuco[/url], ações de educação ambiental em escolas e praias.

Saiba um pouco mais sobre o trabalho de recuperação ambiental do Protuba e assista a um naufrágio controlado na costa de Recife.
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Postagem Número:#2/10  Mensagempor Branco Jr » 10/02/2010 - 08:25:56

Posso estar errado, me corrigam se estiver enganado, mas esse Fábio Hazin fala muito bonito e ainda não apontou nenhuma solução para diminuir os ataques sem ter que proibir o banho e a pratica de esportes aquáticos nas praias. Ele só apontou as causas? e a solução? Não tem solução? Acho que o "buraco é mais embaixo!"
Pernanbuco teve o seu mercado de materias de surf wear praticamente estaguinado depois do aumento dos ataques e proibição da prática do surf, lembro que antes nosso estado estava sempre revelando talentosos surfistas para o cenário nacional e mundial, quem não se lembra das empresas que fecharam suas portas por causa disso?
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Postagem Número:#3/10  Mensagempor Clenio França » 10/02/2010 - 10:51:26

Meu amigo Branco, é muito difício ter um solução ideal, ou seja, uma solução que não impactize mais o meio ambiente e seja economicamente viável. Por exemplo a implantação de redes de proteção, elas são caras, imaine coloca-las em todo litoral de nosso estado teria um auto custo. Eu acho que devareia revitalizar muitos manuezais, ou sejas, marés que em locais estão muito impactados. Eu acho que não podemos desfazer a "cagada" qua fizeram no porto de Suape. Os tubarões perderam o seu estuario do rio. Esses peies são as vítimas de uma trabalho imaco ecologico mau feito :evil:. Como o velho ditado diz : Quando a cabeça não pensa o corpo padesse. :evil:
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Postagem Número:#4/10  Mensagempor FabioNunes » 10/02/2010 - 11:39:32

Clenio França, as de redes de proteção não seriam aplicadas em todo o litoral pernambucano, até pq a região de risco não abrange todo o nosso litoral. A implantação das redes se limitariam a áreas determinadas em pontos do litoral, para tornar possível a prática de esportes aquáticos e a utilização dos banhistas sem receios de ataques. Por exemplo, delimita-se 2km da orla e aplica-se as redes, naquela região seria permitida a prática de esportes aquáticos e o "banho de mar" dos banhistas.

Adicionado depois de 3 minutos:

Porém não sei até que ponto isso resolveria, e também quais "efeitos colaterais" trariam... é complicado falar sobre esse assunto.
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Postagem Número:#5/10  Mensagempor Clenio França » 10/02/2010 - 11:52:40

Essas redes não tem uma boa eficieci pelo que sei, baseados por proficionais.
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Postagem Número:#6/10  Mensagempor Lazarus » 10/02/2010 - 13:50:37

É perceptível um certo medo no teor das mensagens.

Não esqueçam que esses "terríveis tubarões" estão no seu habitat natural e é sempre o homem que o desequilibra, seja por medo ou por ganância. :wink:

Essas maravilhosas máquinas de limpeza dos oceanos, ao contrário do que se pensa, são muito úteis quando a natureza está em perfeita harmonia, quando o homem tem conhecimento da causa e não da brecha para o medo.

O tubarão, com relação à agressividade, está para o mar, como o leão, o tigre, o urso está para a terra.

As pessoas não saem matando todos eles porque eles são agressivos.

Quando há conhecimento, e isso envolve educação, passa a existir harmonia e por sua vez desenvolvimento sustentável como, por exemplo, os parques nacionais africanos.

Uma boa saída seria um investimento na educação da população a respeito desses e de outros temas que envolvem a natureza e a diminuição da sua ganância que vem desequilibrando-a.

Uma vez, utopicamente, corrigindo essas falhas, quem sabe o ser humano não poderia interagir normalmente com a natureza, como faziam há anos atrás, afinal, como está descrito no início da matéria, esses ataques se amplificaram no começo da década de noventa. :wink:

A natureza foi afetada e ela tem uma dinâmica de adaptação, custe o que custar ou a quem custar.

Cabe a humanidade adaptar-se a ela com o mínimo de impacto para ambos os lados.

Aos moradores de Boa Viagem/PE, conversem com os moradores mais antigos e constatem que a prática do surf e os banhos eram muito mais tranquilos antes do porto de Suape e do matadouro. :wink:

PS.: Humilde opinião 8)
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Postagem Número:#7/10  Mensagempor Rafael Monteiro » 10/02/2010 - 14:08:00

Realmente não tem muito oque fazer. Esse trabalho, tem como objetivo, entender melhor os hábitos dos Tubarões e com isso previnir a população de áreas de risco.
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Postagem Número:#8/10  Mensagempor FabioNunes » 10/02/2010 - 15:11:59

Lazarus, concordo contigo cara... Só estava tentando explicar o que li uma vez a respeito dessas redes de proteção. Assim como o Monteiro falou, não tem muito o que ser feito, o jeito é nos adaptarmos a esta "nova" situação, reeducando as pessoas para uma nova realidade. E quando existe conhecimento, concordo contigo que existe harmonia, pois surfo em area de risco e pesco em BV. :wink:
Tive a oportunidade de mergulhar com esses animais magnificos, e posso constatar que não são essas "Bestas assassinas". São animais majestosos que reinam no seu habitat natural. Amo o mar e tudo que derive dele, logo sou fascinado por tubarões. Acho o animal mais perfeito do nosso planeta. :D
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Postagem Número:#9/10  Mensagempor Fernando Rego » 10/02/2010 - 17:07:42

Concordo com todos, mas temos que daqui por diante, aprender a conviver com todos estes problemas.
Afinal de contas, eles estão em seu próprio ambiente e nós é que somos os principais responsáveis por tudo isto.
E a melhor forma é a prevenção.
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Postagem Número:#10/10  Mensagempor Lazarus » 11/02/2010 - 11:43:07

FabioNunes em 10/02/2010 - 15:11:59 escreveu:Lazarus, concordo contigo cara... Só estava tentando explicar o que li uma vez a respeito dessas redes de proteção. Assim como o Monteiro falou, não tem muito o que ser feito, o jeito é nos adaptarmos a esta "nova" situação, reeducando as pessoas para uma nova realidade. E quando existe conhecimento, concordo contigo que existe harmonia, pois surfo em area de risco e pesco em BV. :wink:
Tive a oportunidade de mergulhar com esses animais magnificos, e posso constatar que não são essas "Bestas assassinas". São animais majestosos que reinam no seu habitat natural. Amo o mar e tudo que derive dele, logo sou fascinado por tubarões. Acho o animal mais perfeito do nosso planeta. :D


Valeu brotherzinho e... "Acho o animal mais perfeito do nosso planeta".
Somos dois que achamos isso. :wink:
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