"Outro aspecto importante a ser mencionado é a insuficiência volumétrica do rio São Francisco para o atendimento das necessidades do projeto. Segundo avaliação técnica realizada no Recife pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência – SBPC, o rio São Francisco já não possui vazões suficientes para esse atendimento. O rio é detentor de uma vazão alocável de apenas 360 m³/s, dos quais 335 m³/s já foram outorgados (desse volume estão sendo efetivamente utilizados 91 m³/s), ou seja, já há direito ao uso desses volumes. Portanto, o que resta no rio é um saldo de apenas 25 m³/s para ser utilizado em um projeto cuja demanda média é de 65 m³/s, podendo chegar a uma demanda máxima de 127 m³/s. As autoridades insistem em afirmar que a vazão de 25 m³/s é irrisória (cerca de 1%) se comparada ao volume regularizado do rio em sua foz, de cerca de 1.850 m³/s. Sobre essa questão, lembramos que os cálculos têm que ser feitos levando-se em consideração os volumes alocáveis do rio (os 360 m³/s permitidos para fins consuntivos) e não a sua vazão regularizada na foz (os 1.850 m³/s). Levando-se em consideração os volumes alocáveis e seus usos efetivos (360 – 91 = 269 m³/s), os 65 m³/s médios do projeto representam cerca de 25% e a vazão máxima, os 127 m³/s, 47% dos volumes alocáveis, respectivamente".