
Saímos, eu e Carlos Blatt, logo cedo, por volta das seis horas da manha, rumo às águas ramificadas do rio de Barra Cunhaú, na tentativa de fazer uma boa pescaria de robalos por lá.
Chegando no Iate Clube de Barra de Cunhaú, tive o imenso prazer de conhecer Auricélio (Auriça), uma pessoa maravilhosa, cheio de alto estima, descontração, carisma, entre outras qualidades, que nos acompanhou nessa aventura nas misteriosas águas daquele rio.

Como todo começo de pescaria, iniciamos o dia mto confiantes e esperançosos, navegando sobre o espelho d’água que refletia nossos semblantes nas margens do rio cortejando nossa chegada.
Todos sabem que pescaria com iscas artificiais é mto cansativo, em virtude das várias vezes que se tem que trabalhar as diversas iscas até achar e convencer o peixe de atacá-la, não sendo diferente para nós, que só viemos a encontrar o primeiro robalinho no meio dia, na isca do sortudo Auricélio (brincadeira, o cara é bom mesmo... faz inveja até a Nelson Nakamura!), que não teve dificuldade para embarcá-lo e solta-lo após a foto.

Após outras várias tentativas em locais diversos, encontramos um pequeno cardume de robalinhos, que se escondia em meio às galhadas que se submergiam no rio. O primeiro a capturar foi Auricélio, seguido por Blatt e finalizado por mim. Foram robalinhos do mesmo tamanho, com aproximadamente 40 cm.
O mais impressionante desses ataques é que foram no mesmo cantinho, um atrás do outro, ensejando o momento fama, ou seja, a hora da foto. Por ultimo, Blatt fisgou um xerelete.



De repente, uma ventania protagonizava nossa história, tornando-se vilã a cada curva do rio e carregando a sujeira por toda sua margem.
Como se não bastasse o vento, tivemos um probleminha com o motor do Blatt Boat, que rompeu a “cordinha que puxa para funcionar o motor”. Então, encostamos para tomar uma cervejinha, é lógico!


Porém, esse probleminha com o motor se reverteu em um agradável momento que matei as saudades da escola de remo indo remando até uma casinha próxima onde fomos recepcionados por pessoas de altíssima hospitalidade, que nos ajudou e em poucos minutos conseguimos retornar à pescaria.


Sem mais nenhuma ação em nossas linhas, ficamos vendo o dia passar contemplando os majestosos saltos dos imensos Tarpons que pareciam ser os Imperadores do local.
Já no fim do dia, quando chegávamos ao leito do rio através de seus longos braços, deparamo-nos com Babys Tarpons se alimentando das sardinhas que trafegavam por ali.
Para não perder a oportunidade, paramos o barco e começamos a trabalhar com as iscas artificiais de meia água, quando de repente “ploft”, um baby entrou rasgando em minha isca que imediatamente se evadiu da boca do peixe, me deixando louco.
Mais alguns arremessos e outro ataque, sem sucesso para minha infelicidade.
Com os nervos à flor da pele, acreditando que seria naquele momento, avistei um movimento diferente na água, como se fossem as sardinhas correndo, e arremessei a isca bem no meio, começando imediatamente a trabalhá-la. Não demorou para o Baby colocar seu dorso fora da água e se direcionar na posição da minha isca arrancando um grito seco da minha garganta: EITA, É AGORA QUE ELE VAI ATACAR!
Dito e feito! Foi o ataque mais impressionante que já vi até hoje (ao vivo)! O Baby enlouqueceu, dando saltos à um metro de distancia do barco, tomando linha como se fosse seu ultimo suspiro e pronto, depois de alguns minutos embarcamos a fera. Só pra recordar que ele fez a maior bagunça quando nós o embarcamos.


Foi meu primeiro Baby Tarpon e dedico essa façanha aos guias Carlos Blatt e Auricélio, por terem me apresentado à esse suntuoso mundo maravilhoso que é a pesca no rio de Barra de Cunhaú, bem como à Alexandre Cardoso, por me ajudar bastante quando o assunto é pesca e à meu primo Alexandre Carreras, que sempre me acompanhou nas pescarias da vida. Da mesma forma homenageio a Comunidade Pesca-NE!

Um abraço para todos!
