Chumbadas de pesca realmente causam perigo ao meio ambiente?

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Chumbadas de pesca realmente causam perigo ao meio ambiente?

Postagem Número:#1/4  Mensagempor Alexandre Cardoso » 22/09/2011 - 17:37:25

Pessoal, todo mês recebo a revista inglesa Tackle Trade World, que trás notícias sobre o mercado da pesca esportiva mundial, nesse mês saiu um artigo interessante que resolvi traduzir e repassar pois acho que seria de nosso interesse, e gostaria de ler a opinião dos amigos.

Fonte: TTW

"Em uma reviravolta sensacional um dos principais fabricantes europeus de produtos de pesca de chumbo, reagiu às afirmações de que essa substância poderiam ser proibidas, alegando que as chumbadas fabricadas por ele não representam absolutamente nenhuma ameaça ao meio ambiente - ou pelo menos em um ambiente de água salgada.
Na edição do mês passado, publicamos uma história sensacional em que em nome das Associações Comerciais Européias de Equipamento de Pesca, CEO o sr. Jean Claude Bel, afirmava que significava o fim do chumbo na pesca, alegando que ele será banido em seis anos.
No entanto, Massimiliano Schinaia, chefe das reivindicações da Companhia Italiana Fonderiaroma, ele tem evidências para provar que "poluição por chumbo é dada apenas pela parte solúvel do metal, e não do metal sólido.
Sua evidência vem através de um estudo realizado pela Universidade de Roma, que concluiu que chumbadas em água salgada não há de maneira alguma dissolução de particulas que poderiam ser potencialmente tóxicas.
É uma evidência tangível, pois de acordo com arqueólogos, já foram encontrados vários artefatos de chumbo em águas marinhas com mais de 3000 anos de idade e esses mesmos artefatos encontravam-se intactos sem sinal de corrosão ou dissolução que poderiam causar qualquer tipo de poluição.
Massimiliano compreende o risco de que alguns tipos de formatos de chumbo principalmente os pequenos, especialmente em água doce, mas sente que não há risco quando se trata de chumbadas de tamanhos maiores.
Ele disse a TTW: "A poluição por chumbo principal foi devido ao chumbo na gasolina e que foi completamente banido há muitos anos, diminuindo significativamente o nível de poluição por chumbo em terra e água.
"Em alguns países, pequenas chumbadas tipo "split shot" minusculos e pesos menores foram proibidos porque as aves que chegaram a ingerí-los pensando ser sementes morreram intoxicadas, mas eu sinto que não há problema com pesos maiores."
TTW postou a reportagem em seu site - "Chumbo: Presença na natureza, uso na pesca e o impacto sobre os ecossistemas". Quem tiver interesse em ler, é só clicar na fonte dessa matéria".
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Postagem Número:#2/4  Mensagempor Chrony Joseph » 22/09/2011 - 18:02:47

Interessante... Há um tópico que cita uma possível lei para proibição do uso do chumbo na pesca: Chumbo na pesca
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Postagem Número:#3/4  Mensagempor CacoMarinho » 23/09/2011 - 00:32:47

Interessante... Dia desses vi algo nesse sentido e até achei curioso.

Fonte: Chumbada Ecológica

Inconscientemente nós pescadores envenenamos os rios

Na fabricação das "chumbadas ecológicas" são empregados materiais como argila, areia e pó de pedra, os quais são biocompatíveis com o fundo dos rios e lagos, em substituição às tradicionais de chumbo, que contaminam a água e os peixes.

Na composição química das chumbadas cerâmicas entram 30% de alumina, 45% de sílica, 15% de ferro e 10% de cálcio. A empresa fornece o novo material para pesca por quilo ou em cartelas com 150 a 200 gramas, com folder institucional. Segundo a empresa, a aceitação no exterior tem sido boa. Devido à diferença de densidade, as chumbadas cerâmicas precisam ser maiores que as tradicionais de chumbo, o que não impede que sejam usadas da mesma forma, com a vantagem de, por serem maiores, não nos enroscar mesmos lugares que os menores feitos de chumbo. As chumbadas cerâmicas perdidas no fundo de rios e lagos deterioram-se mais rapidamente, não contaminando a água e o solo.

Como todo metal pesado, o chumbo degrada-se muito lentamente no meio ambiente, persistindo durante décadas no solo e no fundo de rios, lagos e represas. Não é metabolizado pelos animais e sofre o processo de bioacumulação, afetando mais os animais do topo da cadeia alimentar, entre os quais está o homem. O chumbo é comprovadamente carcinogênico (causa câncer), teratogênico (causa malformações estruturais no feto, baixo peso e/ou disfunções metabólicas e biológicas) e tóxico para o sistema reprodutivo (causa disfunções sexuais, aborto e infertilidade). A presença de quantidades elevadas de chumbo no sangue está relacionada a problemas neurológicos, com a falta de concentração e dificuldades na fala.


Pescaria Ecológica

Cerâmica substitui chumbada, com a vantagem de não poluir as águas dos rios e reservatórios

Cada pescador perde, por pescaria, entre 150 a 300 gramas de peso de chumbo (chumbada). São pelo menos 40 toneladas por temporada, acumulando- se nos rios, só na região do Pantanal Mato-grossense, segundo informações de órgãos estaduais ligados à preservação ambiental. Um envenenamento a conta-gotas, do meio ambiente e do homem. O chumbo, como todo metal pesado, é poluente, bioacumulativo e se degrada muito lentamente em ambientes naturais. Quer dizer, seus efeitos nocivos persistem durante décadas, contaminando os recursos hídricos e o solo.

Como não é metabolizado, o chumbo afeta especialmente os animais do topo da cadeia alimentar, entre os quais está o homem. O metal pode ser ingerido junto com água por pequenos peixes, acumulando se na carne e vísceras dos peixes predadores e dos carnívoros ou aves que deles se alimentam. Esse acúmulo exponencial, conforme se sobe ao topo da cadeia alimentar, é o que se costuma chamar de bioacumulação.

A presença de chumbo no organismo é comprovadamente carcinogênica (causa câncer), teratogênica (causa malformações estruturais no feto - baixos peso, disfunções metabólicas e biológicas), e tóxica para o sistema reprodutivo (causa disfunções sexuais, aborto e infertilidade). Problemas neurológicos, como a falta de concentração e dificuldade na fala, também estão relacionados com quantidades elevadas de chumbo no sangue. Os principais sintomas são desconforto intestinal, fortes dores abdominais, diarréia, perda de apetite, náuseas, vômitos e cãibras.

Em busca de uma alternativa de menor impacto, a pesquisa aplicada entrou na história e criou as "chumbadas ecológicas": pesos cerâmicos com uma composição especial - 30% de alumina, 45% de sílica, 15% de ferro e 10% de cálcio - não poluente e de fácil degradação.

Na fabricação da chumbada cerâmica são utilizados materiais como a argila, a areia e o pó de pedra, tornando o produto biocompatível com o solo dos rios, lagos e lagoas. Por isso, as chumbadas cerâmicas são adequadas na substituição das tradicionais, feitas de chumbo.

O peso cerâmico - ou ‘chumbada’ cerâmica – deteriora- se depois de um ano e meio mergulhada na água. Os resíduos se reintegram ao solo por completo.

O estudo para seu desenvolvimento foi realizado no Laboratório Interdisciplinar de Eletroquímica e Cerâmica (LIEC), integrado por pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos e do Instituto de Química da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Araraquara, no interior paulista. O produto já saiu do laboratório para as ruas e é fabricada em escala comercial pela Tecnicer, empresa instalada em São Carlos, São Paulo, que também é responsável pela distribuição no mercado.

Inicialmente havia a desvantagem do preço alto, que fazia o consumidor hesitar na hora de trocar o chumbo pela cerâmica. A diferença chegou a ser de 40%. Mas com a produção em escala o problema acabou: o custo de produção da cerâmica agora se igualou ao da chumbada tradicional. O tamanho das peças ainda é um pouco maior, devido à diferença de densidade dos materiais.

A peça cerâmica é maior que a de chumbo. Mas não a ponto de impedir a utilização ou atrapalhar a pesca. Ao contrário, a cerâmica enrosca muito menos, justamente por ser maior e mais arredondada. A chumbada cerâmica de menor diâmetro, já disponível no mercado, tem 15 mm e pesa 5 gramas. A maior tem 33 mm e chega a 45 gramas.

O país tem e domina a tecnologia, mas faltam ainda a consciência e uma legislação mais eficaz contra a poluição por chumbo, sobretudo nos mananciais. A utilização do metal pesado é proibida por lei em países como o Canadá, Estados Unidos, Nova Zelândia e Inglaterra, sendo que, neste último a proibição é de 1987.

No Canadá, a mesma medida entrou em vigor em 1997, ano em que se estima terem sido depositadas 500 toneladas de chumbadas no fundo dos rios e lagos, apenas por causa da pesca.

No Brasil, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara Federal de Deputados, deixaram escapar uma boa chance de livrar o meio ambiente de tal envenenamento.

Em dezembro de 2004, rejeitou o projeto de lei do Deputado Lobbe Neto, que proibia o uso de chumbo e seus derivados em materiais de pesca. O projeto deverá ser reapresentado, ainda na Câmara, para uma outra comissão.

"Perto de Cuiabá, Corumbá, Barra do Garça e outras grande cidades próximas de rios, já existe a profissão dos catadores de chumbo, pessoas que coletam chumbo perdido por pescadores para vender, sujeitando-se diariamente à contaminação”, conta Élson Longo, coordenador da pesquisa e diretor do LIEC.

“É uma questão de cidadania, esta proibição. O Pantanal, por exemplo, não é só uma reserva ecológica, mas um ecossistema importante, que abriga grandes estoques de peixes. Se poluído, vamos ter um rio Tietê. E a contaminação por chumbo é irreversível". A ameaça não paira apenas sobre o Pantanal, a maior planície sazonalmente inundável da Terra.

O Brasil tem a maior rede hidrográfica do planeta, com cerca de 1, 5 milhões de cursos d’água; 10% das espécies de peixes; a maior bacia de drenagem de água doce do mundo - a Amazônica -, além de vários rios que figuram entre os maiores do mundo, como o São Francisco, o Araguaia/Tocantins, o Negro e o Xingu. "Apenas 2, 5% do total de água disponível no planeta são doce, fundamental para a nossa sobrevivência, sendo o restante impróprio para o consumo.

Mas a água acessível ao consumo humano, encontrada em rios, lagos e alguns reservatórios subterrâneos, soma apenas 0, 3%, ou 100 mil km2. O Brasil tem 12% da concentração mundial de água doce, o que faz da preservação dessa água a prioridade do século", continua o pesquisador. Se a fonte secar, a derrota não será apenas do meio ambiente.

Somente com a pesca, segundo dados do Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora (PNDPA), o Brasil movimenta US$ 700 milhões/ano no setor.
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Postagem Número:#4/4  Mensagempor Savio » 23/09/2011 - 06:37:13

O homem tem degradado muito o meio ambiente, em todos os lugares que se passa vemos as terríveis consequências da falta de educação e higiene, esta medida só vem a ajudar.
"Só quando a última árvore for derrubada, o último peixe for morto e o último rio for poluído é que o homem perceberá que não pode comer dinheiro"
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