Fonte: JC On Line - Blog Ciênicia e Meio Ambiente
Pescadores que se sentem prejudicados por dragagem realizada no início do ano no Porto de Suape, sul do Grande Recife, realizaram ontem protesto na praia. Eles temem que a próxima retirada de lama do canal interno do porto, prevista para outubro, também cause impactos na pesca e no meio ambiente marinho.
Os sedimentos, afirmam os pescadores, são jogados nos cabeços, áreas onde se concentram os bancos de peixes, crustáceos e moluscos. “A licença concedida pela CPRH (Agência Pernambucana de Meio Ambiente) permite que a lama seja despejada a uma profundidade de 22 metros, mas é jogada perto da praia, a profundidades de 15 e até oito metros”, diz Jasilma Amorim Müller, uma das organizadoras do protesto.
Os manifestantes denunciaram os impactos da dragagem ao Ministério Público e a Suape. A assessoria de imprensa da empresa informa que a diretoria de Meio Ambiente está verificando a procedência das informações.
Além da dragagem, os pescadores temem impactos sobre a pesca do desmatamento de 691 hectares de vegetação nativa, autorizado pelo governo do Estado, mediante projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa. São 508 hectares de mangue, 17 de mata atlântica e 166 de restinga. “Sem mangue não tem pescado. Muitas espécies que pescamos no mar se reproduzem no mangue”, diz o presidente da colônia Z-1, Augusto de Lima. Ele cita a serra, a cioba, a guarajuba e o xaréu.
Para o pescador, o desmatamento causará prejuízos irreversíveis. “O governo do Estado não vai achar lugar para plantar 508 hectares de mangue. O que se perder com esse aterro não se recuperará nunca mais”, opina.
Eles reclamam, ainda, do descarte de água quente no mar pela termelétrica do complexo industrial e portuário. A mortandade de peixes provocada pela ação está sendo investigada pelo Ministério Público Federal, que abriu procedimento administrativo no dia 5 de julho.
O presidente da Colônia Z-8, que inclui a Praia de Suape, pediu indenização à empresa portuária pelos danos à pesca e ao meio ambiente. Uma proposta de termo de acordo coletivo chegou a ser apresentada à administração do porto, mas o documento ainda não foi assinado.
“Queremos uma indenização para a colônia, que deixou de receber a mensalidade dos seus associados, uma vez que esses deixaram de ter renda, e um pagamento de dois salários mínimos a cada um deles”, explica Laílson Evangelista de Souza.
Muitos analfabetos, os pescadores do Litoral Sul alegam não ter outro ofício. “Não sei lei nem escrever. Mas pesco desde criança. Com 45 anos e nessas condições, não consigo emprego nas empresas de Suape. Sem o mangue e com tanta lama e lixo industrial no mar – pois todo dia encontramos ferro retorcido e até chamas de aço – em pouco tempo não vamos mais ter como sobreviver”, declara Silvan Calixto da Rocha.
Nos freezers da peixaria de Manuel Sebastião de Santana, uma das duas existentes na Praia de Suape, o reflexo da queda da produtividade pesqueira do lugar. “Tenho capacidade para 1.200 quilos, mas só 200 quilos são de pescados daqui. Depois da dragagem tive que comprar peixe congelado no Recife. Antes, era o contrário. O que sobrava a gente mandava para lá.”
Pescadores que se sentem prejudicados por dragagem realizada no início do ano no Porto de Suape, sul do Grande Recife, realizaram ontem protesto na praia. Eles temem que a próxima retirada de lama do canal interno do porto, prevista para outubro, também cause impactos na pesca e no meio ambiente marinho.
Os sedimentos, afirmam os pescadores, são jogados nos cabeços, áreas onde se concentram os bancos de peixes, crustáceos e moluscos. “A licença concedida pela CPRH (Agência Pernambucana de Meio Ambiente) permite que a lama seja despejada a uma profundidade de 22 metros, mas é jogada perto da praia, a profundidades de 15 e até oito metros”, diz Jasilma Amorim Müller, uma das organizadoras do protesto.
Os manifestantes denunciaram os impactos da dragagem ao Ministério Público e a Suape. A assessoria de imprensa da empresa informa que a diretoria de Meio Ambiente está verificando a procedência das informações.
Além da dragagem, os pescadores temem impactos sobre a pesca do desmatamento de 691 hectares de vegetação nativa, autorizado pelo governo do Estado, mediante projeto de lei aprovado pela Assembleia Legislativa. São 508 hectares de mangue, 17 de mata atlântica e 166 de restinga. “Sem mangue não tem pescado. Muitas espécies que pescamos no mar se reproduzem no mangue”, diz o presidente da colônia Z-1, Augusto de Lima. Ele cita a serra, a cioba, a guarajuba e o xaréu.
Para o pescador, o desmatamento causará prejuízos irreversíveis. “O governo do Estado não vai achar lugar para plantar 508 hectares de mangue. O que se perder com esse aterro não se recuperará nunca mais”, opina.
Eles reclamam, ainda, do descarte de água quente no mar pela termelétrica do complexo industrial e portuário. A mortandade de peixes provocada pela ação está sendo investigada pelo Ministério Público Federal, que abriu procedimento administrativo no dia 5 de julho.
O presidente da Colônia Z-8, que inclui a Praia de Suape, pediu indenização à empresa portuária pelos danos à pesca e ao meio ambiente. Uma proposta de termo de acordo coletivo chegou a ser apresentada à administração do porto, mas o documento ainda não foi assinado.
“Queremos uma indenização para a colônia, que deixou de receber a mensalidade dos seus associados, uma vez que esses deixaram de ter renda, e um pagamento de dois salários mínimos a cada um deles”, explica Laílson Evangelista de Souza.
Muitos analfabetos, os pescadores do Litoral Sul alegam não ter outro ofício. “Não sei lei nem escrever. Mas pesco desde criança. Com 45 anos e nessas condições, não consigo emprego nas empresas de Suape. Sem o mangue e com tanta lama e lixo industrial no mar – pois todo dia encontramos ferro retorcido e até chamas de aço – em pouco tempo não vamos mais ter como sobreviver”, declara Silvan Calixto da Rocha.
Nos freezers da peixaria de Manuel Sebastião de Santana, uma das duas existentes na Praia de Suape, o reflexo da queda da produtividade pesqueira do lugar. “Tenho capacidade para 1.200 quilos, mas só 200 quilos são de pescados daqui. Depois da dragagem tive que comprar peixe congelado no Recife. Antes, era o contrário. O que sobrava a gente mandava para lá.”