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Pescaria para turista
Bem, o robalo, como sabemos, é preferência nacional. Até bem pouco tempo atrás, aqui no Rio Grande do Norte, não era peixe muito apreciado, era peixe de segunda, pois tinha a fama de ter gosto ruim por ser uma espécie que comia morcego, lenda urbana local. De onde vinha essa fama não sei, só sei que era assim, parodiando Chicó (com licença do Suassuna).
Com o tempo isso mudou, sendo hoje bem conceituado e, portanto, bem procurado. Tudo por culpa da mídia. Egoísta, eu preferia que fosse como antes, pois teria esse tesouro só para mim.
Como já disse em outra ocasião, as pedras são seu refeitório, e é lá que vai em busca de seus petiscos, quando a maré sinaliza. É peixe madrugador e noturno, de fim de tarde em diante. O sol forte não é com ele, não comunga com os turistas em busca de um bronzeado.
Nos mangues e rios a história é outra, se alimenta de acordo com o movimento e altura das marés, independente do horário.
É uma opção bem interessante para os pescadores que vêm fazer turismo em nosso estado com a família, pois o tempo gasto com essa pescaria na praia é exatamente o tempo que o pessoal está despertando e se preparando para o café da manhã.
Para o litoral sul, é só escolher uma praia ao gosto do freguês. Entre as mais próximas de Natal, indicamos as praias de Tabatinga, Camurupim e Barreta. Vamos para Barreta!
De minha casa, no bairro de Lagoa Nova, seguimos para Ponta Negra, onde tomamos a direção de Pirangi pela Rota do Sol, sempre margeando o litoral, e quarenta e quatro quilômetros depois, cravados, chegamos ao pesqueiro, no Bar do Tatá. É um pesqueiro interessante, pois faz uma enseada que serve de abrigo não só para os banhistas, mas principalmente para os barcos de pesca locais, que aproveitam as marés cheias para entrar e sair do porto seguro. Nas marés secas, é comum ver as embarcações na areia, à espera das marés ideais.
Na ponta dos arrecifes, local de entrada e saída dos barcos, é ponto excelente para a pesca de tarpons e xaréus, mas só nas marés bem baixas temos condições de chegar lá, ficando até começar a encher, e por pouco tempo, motivo pelo qual deixamos de pescar nesse local, pois quase sempre o horário do peixe não coincide com o nosso. Um pequeno barco com bom calado seria o suficiente para explorar o pesqueiro, ficando a distancia segura das ondas.
Por esse motivo nos limitamos quase sempre a uma pequena enseada do lado oposto, na praia, em cima das pedras, um dos locais preferidos. Existem outros pontos, explorados também pelo pessoal que pesca com mosca, uma minoria por aqui, mas em time que está ganhando não se mexe, não é?
Saindo bem cedinho, por volta das 4:30 horas, chegamos por volta das 5:15 horas, mais ou menos, em tempo de ver o sol sair de seu mergulho noturno no horizonte.
Tudo fechado para um café da manhã, só nos resta preparar a tralha. Como nesse ponto basicamente a pescaria é de robalo, a tralha é mais aliviada. Uma vara de 6’6 pés, até 20 libras, já está de bom tamanho, e a linha usada é de 16 libras (0,34mm), monofilamento, atada a um líder 0,52mm, de fluor ou mesmo mono. Atualmente estou dando preferência às linhas de monofilamento para o líder, porque atrapalham menos o trabalho das iscas, principalmente as pequenas. Nesse caso uso líder colado. Já quando a pesca é mais pesada, xaréus, por exemplo, e utilizando iscas grandes, aí uso líder de flúor atado com nó Albright.
As iscas podem ser de meia água ou superfície. Dou preferência às de superfície, quando o mar permite, está mais calmo, mas normalmente as de meia água são mais utilizadas. Os tamanhos variam de 9 a 12 centímetros, em média, e também os camarões artificiais, grubs, shads e jigs revezam no banco de reserva.
Mas como cada louco com sua mania, o maior robalo da foto foi capturado pelo amigo Katiuscio com uma varinha barra leve de praia, duas partes, para arremessos até 18 g, linha 0,23mm com líder fluorcabono 0,41mm e isca de 9cm. Como ele é um grande adepto de material leve, não se importa com o tamanho do adversário e sim com a briga. Foi assim que conseguiu capturar esse belo robalo, e até que a briga não foi essas coisas, segundo ele, pois o bicho teimou em ficar numa determinada zona, um tipo de poção, e só saiu quando se entregou, depois de 10 minutos de queda de braço. Mas com certeza ele sabia que seria solto, daí a “colher de chá”.
Esse amigo pesca mais com mosca do que com bait, e nesse tipo de pescaria e nesse local utiliza principalmente uma vara # 6, linha sinking tip e streamers.
Arremessamos de 20 a 30 metros além das pedras, e trazemos as iscas lentamente, com trabalhos de paradas e recolhimentos, com velocidades alternadas, mas sempre tendendo para o lento, a não ser quando a força e velocidade das ondas nos ditam as regras, senão é enrosco certo, pois a correnteza leva para as pedras.
Normalmente as capturas acontecem cedo, até umas 8/9:00 horas, mas isso não é regra infalível, pois em pescaria muitas vezes a regra é a exceção. E também não são muitos os peixes capturados, de dois a três por ponto explorado, nos bons dias, mas em compensação não raro temos surpresas quanto ao tamanho. Mas sempre vale a pena, e depois disso é se reunir com a família e curtir a praia, sempre imaginando que tipo de peixe e de que tamanho está escondido em cada pedra. A pescaria nunca termina, mesmo que só na imaginação. Eita bicho fanático que é pescador!
Barra do Cunhaú
Situada no litoral sul do Rio Grande do Norte, Barra do Cunhaú está a 90 km de Natal e 110 km de João Pessoa, no município de Canguaretama, via de acesso pela BR-101.
Seu primeiro núcleo de colonização foi à aldeia Gramació, hoje o município de Vila Flor. Foi aqui, nos engenhos de Cunhaú, onde aconteceu um dos massacres que deu origem aos mártires, cujo decreto de beatificação foi proclamado pelo Papa, em 21 de dezembro de 1998, processo que se encontra agora rumo à canonização, no aguardo da comprovação de um milagre, de acordo com as regras da igreja católica.
Os massacres aconteceram em 16 de julho de 1645, no engenho de Cunhaú, e em 03 de outubro de 1645, em Uruaçu, praticados pelos holandeses e índios Tapuias e Potiguares, chefiados pelo mercenário alemão Jacob Rabbi.
Cunhaú possui (ainda) um grande manguezal, que funciona como um viveiro natural de ostras, caranguejos e outras espécies marinhas, apesar de bastante depredado devido à criação de camarões. Agrega uma vasta área voltada à carcinicultura, que contribui com grande parcela para a liderança do Rio Grande do Norte na exportação de camarões. São as duas faces da mesma moeda.
Segundo o historiador potiguar Câmara Cascudo, Cunhaú significa “lugar onde as moças bebem água”.
Vila de pescadores é banhada pelo rio Curimataú, que se juntando com o Rio Cunhaú, deságua na barra que lhe dá o nome.
Polo turístico por excelência, começa a partir de agora a despontar como ponto para a pesca esportiva em mangues, com o aparecimento da primeira estrutura do estado para tal pratica. Até bem pouco tempo, era impossível se achar para alugar um barco que atendesse as necessidades básicas da modalidade, como barcos de alumínio, motores de popa e elétrico. É o primeiro e único barco montado para tal fim, mas pelo menos é o primeiro passo.
A pescaria de robalos em mangues é uma das mais gratificantes. Em compensação, é uma das mais difíceis, porque você tem que conhecer muito bem o rio, seus pontos e melhores marés. Um neófito pode bater um dia inteiro atrás do peixe, não ter nenhuma ação e ficar convencido de que lá não tem robalos. Por outro lado, um conhecedor pode realizar uma pescaria de sucesso em apenas uma hora, bastando conhecer a combinação pontos/marés. É claro que nunca pode ser uma pescaria garantida, mas de modo geral o conhecimento aproxima muito o pescador do sucesso.
Em Barra do Cunhaú pode-se optar por duas pescarias distintas, uma na boca da barra, atrás de grandes peixes como tarpons e xaréus, e outra pescando no mangue, atrás dos robalos.
No presente caso fomos atrás dos robalos. Iscas artificiais é a modalidade escolhida, e o objetivo é conhecer o rio, tarefa que levará um bom tempo, mesmo porque teremos que conhecer o comportamento dos peixes nas quatro estações, no nosso caso (nordeste) apenas verão e inverno (período das chuvas). Além disso, precisamos conhecer qual a influencia das marés na corrida do rio, altura em que adentram o mangue, etc, coisas desse tipo de pescaria.
Nas grandes marés, costumam entrar grandes cardumes de peixinhos no rio, principalmente no verão. São sardinhas e outra espécie que os nativos chamam de arenque. Da última vez que presenciamos tal fato, estávamos sem passaguás ou outro apetrecho que nos permitisse capturar um exemplar para realmente identificar a espécie. Mas o fato é que a pescaria vira uma festa.
O que acontece? Grandes concentrações de peixinhos vão subindo o rio, formando como se fosse um só corpo, para se proteger. Em baixo deles estão os predadores, no caso robalos, xaréus, pescadas e até mesmo tarpons, mas os mais comuns são as pescadas e os robalos. De repente, a explosão! Vindo de baixo, o ataque! A água ferve com os estouros dos ataques, aqui e acolá. Os pescadores nativos, em barquinhos a remo, vão acompanhando essa subida, e nós atrás, maravilhados. Lembra-me os estouros de cardumes de tucunarés na Amazônia, saudosa lembrança…
Jogamos todo tipo de isca artificial, de superfície e meia água, mas não estamos preparados com a isca certa e não sofremos nenhum ataque. Por sua vez, os nativos vão fazendo a festa… Usam camarões vivos com chumbadas, e assim que se dá o estouro, jogam em cima. Embora não seja toda jogada uma fisgada, vimos vários robalos flecha na faixa de 2/3 quilos serem capturados. No nosso caso, faltaram em nossos estojos iscas como jigs, grubs, jumping jigs, etc. Tenho certeza que seriam bastante eficazes, mas aprendemos a lição, na próxima estaremos preparados, afinal estávamos só conhecendo o rio…
Depois dessa ocasião voltamos com uma maré morta, não aconselhável para esse tipo de pescaria de “estouro”, mas mesmo assim tivemos alguma ação, como essa pescada branca e um “bagrote vulgaris” que entraram nos jigs.
Conversamos sobre esse tipo de pescaria com um casal amigo que gosta de pescar, e resolveram conhecer o local usando camarões vivos. O resultado foi uma bela pescada amarela, além de robalos e baby tarpons.
Outra coisa interessante é que em todos os barquinhos de madeira dos pescadores, víamos uma fumacinha saindo de um recipiente colocado logo à frente deles. Perguntados, nos informaram que era lenha queimando para se proteger das mutucas e maroins. Um pouco mais à frente ficamos com uma baita inveja de não ter também a tal fumacinha… Nas próximas pescarias, calças, meias e camisas de mangas compridas…
Apesar da pouca experiência nesse rio, já temos devidamente catalogados alguns excelentes pontos, principalmente um que é um verdadeiro berçário de baby tarpons. O interessante é quando estão em franca atividade, acusando sua presença com suas evoluções e também com as bolhas de ar que soltam ao respirar. Dizem que nessas horas não atacam as iscas, mas nossa experiência mostrou o contrário. Talvez uma exceção para uma determinada situação que não chegamos a perceber. Também já vimos grandes tarpons batendo em diversos pontos do rio, mas ainda não dá para estabelecer um padrão.
Quanto aos robalos, não fogem à regra: Bem mais para cima do rio, a maior parte das capturas é de pevas, e mais para baixo, em direção à barra, predominam os flechas.
Outra coisa de suma importância é o “Pesque e Solte”. Por aqui não é muito praticado, mas está em nossas mãos dar o exemplo. A natureza pede socorro e agoniza. Não é só a soltura do peixe que vai resolver o problema, o pesque e solte é apenas um dos vetores da solução. Depredação, poluição, desmatamento, pesca predatória com redes, tarrafas, mergulho, envenenamento das águas, ocupação do solo indiscriminadamente, entre outros agravantes, contribuem para o desaparecimento de muitos paraísos. Temos direito de levar peixe para casa, mas com bom senso. Façamos então a nossa parte.
Muita água ainda vai rolar até mapearmos todo o rio, mas agradáveis surpresas nos aguardam. Aos amigos que vierem em visita à terrinha e quiserem fazer uma pescaria em Barra do Cunhaú, está dada a sugestão.
Material usado na pescaria:
- Vara 10 a 25 lbs, 6 pés, carretilha com multifilamento 20 lbs, líder monofilamento 0,60 mm.
- Vara 10 a 17 lbs, 5.6 pés, carretilha com monofilamento 14 lbs, líder 0,52 mm fluorcarbono.
- Iscas artificiais de superfície e meia-água, de 7 a 11 cm.
Iniciação às iscas artificiais
Há algum tempo atrás já tinha mandado um e-mail aos participantes do Pesca-NE sobre o assunto, uma vez que alguns dos companheiros (não gosto dessa palavra, por motivos óbvios) eram iniciantes na pesca com iscas artificiais. Na ocasião éramos muito poucos e não cogitávamos que a criação de um portal dirigido ao nordeste já estava nos pensamentos de seu criador.
No RN é grande a dificuldade de adquirir esses brinquedinhos maravilhosos, e mesmo com a chegada da Centauro em nossa capital as dificuldades continuaram. Talvez por ser um mercado pequeno, apesar de solicitarmos determinados tipos de materiais, nunca fomos atendidos pela direção. Fiquei esperando por mais de seis meses uma linha Triumph de monofilamento na bitola de 20 lbs e nunca chegou. Tive que adquirir em São Paulo, através de amigos. O mesmo caso serve para iscas artificiais.
Outra prova de nossa exclusão frente ao mercado foi quando estava gravando um DVD sobre a pesca no nordeste e solicitei para um fabricante de iscas artificiais ajuda no sentido de nos fornecerem algumas iscas para teste na pesca do tarpon, devido não só as dificuldades de se obter iscas por aqui, mas também devido ao fator financeiro. Apesar de confirmarem, até hoje estou aguardando, há mais de um ano, apesar de ter cobrado algumas vezes, até ficar com vergonha. Adianto que não se trata da Borboleta.
Em tempo, não fizemos o DVD e estamos parados com o projeto.
Durante todos esses anos que estive em campo, pesquei muito menos do que deveria e gostaria.
Entretanto, presenciei e observei muitos estilos e idéias diferentes, o que foi um aprendizado para mim.
Tenho amigos que conhecem profundamente os diversos tipos de iscas artificiais. Não é o meu caso. Confesso que os invejo e admiro.
Mas o que quero colocar ao pessoal que está se iniciando, é uma idéia do que usar, pois hoje em dia existe uma infinidade de marcas e modelos à disposição do pescador, e os novos lançamentos não param. Essa é apenas uma sugestão que permitirá pescar a maioria dos nossos peixes, é somente um ponto de partida, pois a estrada não tem fim.
Vamos pensar primeiramente num dos mais cobiçados peixes de mangue, praias, e rios que tem ligação com o mar, o robalo, que agora com a criação de uma estrutura em Barra do Cunhaú para a pesca esportiva, torna acessível aos pescadores do RN e estados vizinhos essa modalidade.
Existe uma infinidade de iscas utilizadas em sua pesca, mas há alguns tipos que são imprescindíveis na caixa de pesca de qualquer pescador:
- Long A da Bomber, nos tamanhos 13 a 15. O tamanho 16 sómente quando estamos à procura de robalões, em locais sabidamente freqüentados por eles. Mas robalões mesmo, entre 10 a 25 quilos…
- Red Fin – Os tamanhos ideais são a Red Fin 800 e a Red Fin 900, sendo a 900 para robalões. Mesmo critério usado com as Long A.
- Mirrolure 7MR – Essa não pode faltar… Compatível com as Long A 13/14 e Red Fin 800… Na mesma linha, um modelo Provoker vai bem…
- Mirrolure 44MR – Também muito eficiente e não pode faltar…
- Stick da Mirrolure – Não sei o nome do modelo. Ideais para quando os robalos estão manhosos, trabalho lento…
- Camarões artificiais, jigs, shads e grubs. Os robalos adoram… Iscas preferidas pelo Blatt…
Outra preferência nacional é o tucunaré. Para tucunarés de represa, cujo peso pode ir até 5 quilos, essas iscas atendem qualquer necessidade:
- Long A 13 a 15 (foto acima, vide robalo).
- Red Fin 800 para a maioria dos casos, mas em Itumbiara usamos por diversas vezes o modelo 900 com sucesso, em busca dos maiores. Lá foi onde vi os maiores tucunarés de represas (até 5,5 quilos) (foto acima, vide robalo).
- Jumpin’Minnow – Pode parecer grande, mas não é. Lembrem-se que o tucunaré não tem pescoço e portanto não conhece seu tamanho, atacando iscas as vezes maiores do que ele. Essa isca é tão versátil que é a minha preferida e mais usada para os grandes tucunarés da Amazônia.
- Devil’s Horse da Smithwick – Isca de hélice, muito eficiente, mas também muito fraca. É necessário dar um reforço com Araldite nos pitões, senão o tucunaré arranca tudo (mesmo os pequenos).
- Colher Johnson Silver Minnow – Eu prefiro o tamanho ¾, mas é conveniente ter também o tamanho ½. É muito útil no sudeste quando tem frente fria (o que não é o caso por aqui), pois o tucunaré vai para o fundo e você pode deixar a colher afundar antes de trabalhar, mas sua principal virtude é que você pode joga-la no capim (ela tem proteção anti-enrosco), em enroscos, etc, onde o tucunaré está batendo, sem o problema de enroscar a isca (as vezes acontece, claro) e que normalmente não seria alcançado por outro tipo de isca.
- Rapalas CD7 e CD9 – São iscas que vale a pena ter algumas em sua caixa, mas não estão em minhas preferências… A vantagem é que ao arremessar, pode deixar ir à profundidade desejada, pois são iscas “sinking”, não flutuam.
- Mirrolure 44MR – Usei também muito tempo para o tucunaré. Bastante eficiente… (foto acima, vide robalo).
Para aqueles que pretendem pescar no Amazonas, em busca dos grandes tucunarés, as iscas que não podem faltar são:
- Jumpin’Minnow – Em minha opinião a campeã, pois pode ser trabalhada de várias maneiras, inclusive como Stick. Trocamos as garatéias e argolas originais por outras mais reforçadas (foto acima, vide tucunaré de represa).
- Zara Excalibur (Super Spook) – A segunda na minha preferência. Isca espetacular, mas só faz o trabalho de zara, e as amplitudes de movimentos são mais largos. Não trabalha como stick. Costumamos trocar as garatéias e argolas originais por outras mais fortes, retirando a garatéia do meio. Um eventual aumento no tamanho das novas garatéias é compensado pela retirada da do meio.
- Top Dog – A terceira na minha preferência. Além do barulho (sêco) e trabalho característico (amplitude curta), arremessa muito bem, melhor que as duas anteriores.
- Iscas de Hélice – Apesar de funcionarem muito bem, levantando tucunarés, cansei um pouco delas (opinião pessoal), mas são obrigatórias em sua caixa. Uma isca bastante eficiente é o da Deconto modelo Bicuda – 130. Não há necessidade de se usar aquelas iscas monstruosas que os americanos tanto gostam que mais parecem garrafas de Coca-Cola com uma hélice atrás… O trabalho é extenuante e a vara tem que ser parruda…
- Long A 16 – Ideal para grandes tucunarés. Isca de meia água (foto acima, vide robalo).
- Red Fin 900 – Idem (foto acima, vide robalo).
- Yo-Zure – Não sei o modelo, mas a Cristal Minnow é uma das opções.
- Juana da Borboleta – Idem.
Voltando para nossa terrinha (nordeste), seja para pesca embarcada (no mar), de pedras ou praia, temos as seguintes considerações:
As iscas artificiais que uso na pesca de xaréus e tarpons são adaptadas, de fabricação nacional ou importadas, por falta de opção, como já disse. Nessas iscas faço um furo na barriga e introduzo grãos de chumbo de caça, até ficarem com peso entre 45 e 50 gramas. Tapo depois com Araldite ou Durepox. O inconveniente é que perdem sua flutuabilidade, mas como o trabalho é feito com recolhimento rápido e surfando as ondas, o problema não é tão grave. São fabricadas em Natal dois modelos de iscas artificiais (pelo Dinho), artesanais, com o mesmo design, mas de tamanhos diferentes, com 50 e 60 gramas de peso. São as iscas artificiais mais usadas por aqui para a pesca do xaréu e do camurupim, sendo extremamente eficientes.
Dessas iscas modificadas, umas das que deram bons resultados foram as iscas da Borboleta, modelos Big Bob, Little Bob e Ballyhoo. Esses modelos também se mostraram excelentes sem nenhuma modificação para os dias de vento fraco.
Mas qual o porquê da necessidade dessas iscas serem tão pesadas, que compense inclusive a impossibilidade de um trabalho mais esmerado? O vento, meus amigos.
Durante duas temporadas pesquei camurupim e xaréu na boca da barra de Tibau, embarcado, e pude constatar a necessidade de uma isca pesada para se conseguir uma boa distancia de arremesso, pois lá você pesca todo o tempo com o vento na cara, vindo do mar para a terra, sempre. Você tem que arremessar sua isca o mais longe possível, na arrebentação, que é onde os peixes estão comendo, e a embarcação, por motivos óbvios, não pode ficar muito perto das ondas, onde é pouca a profundidade. Uma isca com pouco peso, contra o vento, dificilmente atingirá o ponto ideal.
Em dias com pouco vento, o ideal é a utilização de iscas sem adaptação, com o peso e trabalho originais e que flutuem, pois permitirão um trabalho mais esmerado, aumentando as chances de uma fisgada. Aqui em Natal é mais difícil o leque de opções disponível, mas sabemos que existem iscas com pesos de fabrica suficientes para utilização tanto em dias com ou sem vento.
Essas considerações servem tanto para pesca embarcada como desembarcada. Como última consideração, acho conveniente levarmos iscas modelo Krill, tipo jumping jig, quando a pescaria for embarcada. Não tenho experiência nem nunca usei esse tipo de isca, mas pelo que falam deve ser bastante eficaz.
Com relação à Jumping Jigs (pesca vertical), não temos experiência aqui no RN, e tampouco esse tipo de pesca é praticado, mas temos certeza que com a quantidade de “cabeços” que temos, é sucesso garantido. Vamos aguardar e torcer para que venha para cá algum especialista no assunto, para ensinar como se pesca e qual o material necessário, pois o que sabemos é só por revistas e programas de televisão, mas nada como na prática.
Complementando a matéria, finalmente finalizamos o DVD “O MUNDO DAS ISCAS ARTIFICAIS”, segue abaixo 10 partes:































































































