Vida longa aos equipamentos de pesca

Pescador é antes de tudo intrépido. Viajamos aos cantos mais remotos e nos aventuramos nas mais insólitas condições em busca dos melhores locais de pesca. Muitas vezes de sol a sol ou mesmo debaixo de chuva estamos lá, com as linhas esticadas na água a espera do embate com os peixes mais esportivos. Por isso não é raro chegarmos em casa exaustos, no fim das energias, e colocarmos o nosso material no cantinho reservado a ele sob o pretexto de “amanhã quando estiver descansado, dou uma limpada na tralha”. Mas eis que os dias passam e nosso equipamento continua intocado no mesmo lugar. Nos animamos para uma outra pescaria, preparamos os apetrechos e, quando chegamos ao pesqueiro, nos damos conta que o molinete não está mais tão azeitado quanto de costume, a vara está com grãos de areia e começa a apresentar ferrugem nos passadores e a fricção do nosso recolhedor de linha já não está tão suave como quando chegou em casa novo de loja.

Para evitar que o material se deteriore mais rapidamente é preciso tomar algumas providências que, após um tempo, se tornam hábito e contribuem enormemente para o aumento da vida útil de nossas quinquilharias de pesca. De acordo com Alexandre Cardoso, um dos profissionais de maior gabarito no assunto, ao chegar da pescaria é imprescindível lavar todo o equipamento em água doce corrente, de preferência no chuveiro, tomando o cuidado de não mergulhar molinetes e carretilhas, apenas colocá-los sob o fluxo de água e deixar que todas as partes sejam lavadas cuidadosamente. Alias, é um costume muito salutar aproveitar o banho pós pescaria para lavar as varas e dar aquela enxaguada no molinete o carretilha. Depois de lavar o material deve-se lubrificar os pontos críticos de atrito tais como manivela, eixo, rolamentos e outras partes que não demandem abertura completa da carenagem. O óleo ideal para essa utilidade é o de viscosidade ISO VG 10 (óleo Singer). Vale lembrar que não é preciso exagerar na lubrificação. Uma gota em cada ponto ou rolamento é suficiente.

Outro ponto a ser observado para cuidar bem do seu material é o transporte adequado das varas. Mas basta seguir algumas pequenas dicas do nosso especialista, Alexandre Cardoso, para aumentar a longevidade do seu equipamento. “Evite dar pancadas e quedas na haste dos caniços ocos de grafite ou carbono, pois isso pode causar micro rachaduras na estrutura do blank e eventual quebra durante a pescaria. Por isso carregue as varas de preferência em tubos destinados a esse fim, principalmente em viagens longas. Após o uso em água salgada, lave sempre os passadores e fixadores para retirar todo resíduo de sal com água doce, sabão e uma pequena escova. E, por último, nunca deixe varas dentro de automóveis fechados. Sob o sol, a temperatura no interior dos veículos se eleva a tal ponto que pode empenar seu material”, ressalta Cardoso.

Essas são as dicas básicas para aumentar a vida útil da sua tralha. Entretanto, mesmo o mais cuidadoso dos pescadores, notará desgaste, principalmente de molinetes e carretilhas, após algum tempo de uso continuo. Por isso, é necessário desmontar o equipamento e fazer uma limpeza minuciosa para posteriormente substituir a lubrificação interna. A recomendação de Cardoso é que em condições extremas de uso, molinetes e carretilhas sejam abertos pelo menos após cada quatro pescarias em água doce e a cada duas pescarias em água salgada, lembrando que mangue também é considerado água salgada. “Essa é apenas uma estimativa, pois não existe uma regra geral da freqüência com que o material deva ser desmontado. Isso depende de vários fatores, desde o local onde o equipamento é utilizado até a atitude do pescador com relação ao seu uso e manuseio”, comenta Cardoso. Em água doce, dificilmente haverá problemas de oxidação e, a não ser que o molinete ou carretilha caiam dentro do rio ou lago, quase não há necessidade de realizar o desmonte de peças.

Já em água salgada, devem-se fazer manutenções mais frequentes, pois mesmo que o equipamento não caia na água, principalmente nas carretilhas, há os respingos resultantes do recolhimento da linha que penetram nas engrenagens e, com o tempo, formam uma fina camada de sal que, se não for retirada, oferece o risco de travar rolamentos e oxidar peças, tornando a manutenção bem mais cara. No caso do material cair na areia da praia, lave em água doce no local e guarde para fazer uma limpeza mais minuciosa ao chegar em casa. Nada de continuar usando no mesmo momento.

Por falar em desmonte de equipamentos uma coisa que o pescador deve ter em mente é que a tarefa nem sempre é fácil, sobretudo em carretilhas e molinetes de maquinário mais complexo. O trabalho exige um pouco de talento e uma boa dose de paciência, por isso recomendamos cautela na hora de se aventurar nas entranhas de seu material de pesca. Não é incomum ouvir relatos de amigos contentes por terem realizado a própria manutenção no equipamento até descobrirem que, depois da montagem, uma ou mais peças ficaram sobrando. Uma opção para quem não é muito jeitoso com itens miúdos ou mesmo não quer se dar ao trabalho de sujar as mãos de graxa é procurar assistência profissional. Algumas lojas de pesca possuem suas próprias oficinas, entretanto o pescador deve ficar atento e procurar saber se o serviço oferecido no local é de boa qualidade.

É o caso, por exemplo, da capital norte-rio-grandense, Natal, que conta com a Cardoso Pesca. A empresa realiza limpeza e manutenção de molinetes e carretilhas, lubrificação, substituição de componentes danificados além da customização de equipamentos. Pelo módico preço de R$ 20 é possível receber o molinete ou carretilha tinindo após a execução do serviço. A taxa inclui desmonte de todas as peças, limpeza completa, remoção de pontos de ferrugem, sal e detritos, além da lubrificação com os melhores produtos disponíveis no mercado e montagem final. Para as carretilhas elétricas o preço fica em R$ 50. Os valores não incluem a substituição de peças quebradas. Uma boa pedida para quem quer aumentar a vida útil da sua tralha de pesca.

Serviço – Manutenção de equipamentos:

No Recife

O Ponto Certo
(81) 3455-2803 / (81) 8874-3252
Ari Moreira

Em Natal

Cardoso Pesca
(84) 3213-3895 ou (84) 9989-2608
Alexandre Cardoso
www.alexandre.pescanordeste.com.br

2 Comentários para “Vida longa aos equipamentos de pesca”

Sobre o autor

Caco Marinho

Jornalista e apaixonado pela pesca esportiva 
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