Bacia do Pina

Recife, capital pernambucana, é conhecida mundo afora como a Veneza brasileira. O emaranhado de rios que entrecorta a metrópole nordestina lembra os canais da cidade italiana e faz da presença ribeirinha uma realidade sempre presente na vida de seus conterrâneos. Hoje, já fortemente marcada pela presença humana, não monstra mais a exuberância de outrora, porém, mesmo após anos de agressões, a vida natural teima e mostrar sua resiliência.

 

Um exemplo palpável dessa realidade é a Bacia do Pina,  composta pelas confluências dos rios Capibaribe (braço sul), Tejipió, Jordão e Pina. Com características estuarinas a região sofre os impactos ambientais causados pelo homem, principalmente despejo de esgotos domésticos e industriais. Tem grande importância para a população local, pois é a principal fonte de alimentação de comunidades carentes que subsistem em seu entorno através da pesca.

 

O rio Capibaribe, curso mais importante a cruzar o Recife, nasce na Serra de Jacarará no município de Po ção-PE e em seus 240 quilômetros de extensão banha 42 municípios, além de dividir a capital pernambucana antes de deságua no oceano atlântico. Seu braço sul une-se ao rio Tejipió, que nasce em São Lourenço da Mata e tem apenas 20 quilômetros de extensão. Juntos, se fundem ao rio Beberibe e encontram as águas salgadas da cidade nas proximidades do seu porto.

 

Um pequeno curso que parte do rio Tejipió alimenta a lagoa do Araçá, única lagoa natural ainda viva no Recife, localizada no bairro da Imbiribeira.  O espelho d’água, que hoje é centro de um amplo espaço de lazer, por pouco não desaparece do cenário recifense no inicio dos anos 80 quando o aquecimento do setor imobiliário fez necessária a criação de novos espaços para obras. Seu aterro só não se concretizou porque moradores travaram uma briga para preservá-la, que culminou a inauguração do projeto de urbanização da lagoa em 17 de dezembro de 1995. Tem uma beleza natural exuberante, sendo rodeada por vegetação de mangue. É conhecida pelos pescadores esportivos devido a grande quantidade de Camurupins.

 

O rio Jordão é o segundo menor da bacia do Pina. No seu início, quando recebe as águas do Tejipió, abriga viveiros onde são cultivados peixes e camarões. Mais adiante em seu trajeto localiza-se o Parque dos Manguezais, na Ilha de Deus, e, posteriormente, é dividido nos canais Jordão e Setúbal, que recebem esgotos domésticos.

 

O menor rio da bacia, o rio Pina, também apresenta em seu início atividade de piscicultura e carcinicultura e se divide ao longo do seu trajeto em três braços: Braço da Maré, braço do Aeroclube e braço do Parque dos Manguezais, formando estes dois últimos a Ilha de São Simão onde se encontra a rádio da Marinha do Brasil.

 

No braço do Aeroclube é onde há maior atividade da pesca esportiva, por ter fácil acesso tanto pela Rua Tomé Gibson que finda no Aeroclube, quando pela Praça Antônio Vilaça (ou das Casuarinas). Assim como na Lagoa do Araçá, o rio tem grande quantidade de Camurupins e atrai vários pescadores que praticam a pesca tanto nas margens como utilizando caiaques, sendo esta última um belo contato com a natureza, que ainda resiste no local, onde se pode vislumbrar a bela vegetação de mangues, além de garças e outras aves aquáticas que dão um show a parte, fazendo descrer que este local está dentro da cidade e a poucos metros de uma das mais movimentadas avenidas.

 

Foi por esta beleza encantadora e com o intuito de não divulgar o local aos demais que as aves foram confundidas com patos e passaram a chamar o rio Pina de “rio dos Patos”.

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Sobre o autor

Chrony Joseph

Idealizador do Pesca Nordeste 
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