Pescar! Uma atividade que une diferenças

É preciso constatar, e não apenas dizer, pois é fato: a atividade da pesca reúne, ao longo da história da humanidade, os mais distintos praticantes, quer sejam homens ou mulheres, jovens ou adultos, mais ou menos abastados, das diversas etnias raciais, crenças religiosas e de naturalidade, ideologias e profissões, enfim, todas estas pessoas convergem para um único propósito quando o assunto é lazer: compartilhar alegrias com amigos, conhecidos, desconhecidos ou entes familiares.

Deveras, nesse contexto, é importante ressaltar que o esporte da pesca não se constitui de uma casta, cerrada, mas da mais aberta das atividades que o ser humano pode adentrar, participar e compartilhar.
Ademais, embora ainda que se tenham notícias de competições nesse setor, é possível afirmar que se tratam de eventos isolados, ao contrário do que efetivamente acontece quando na maioria das vezes os pescadores se encontram para mais uma aventura, seja onde for, na água doce ou salgada, e que nesse momento deixam de lado os mais dolorosos problemas e diferenças pessoais, que fazem parte do dia a dia de qualquer ser humano, para, assim, vivenciarem um sentimento que é difícil descrever, ainda que que se faça uso das mais sortidas palavras do vocabulário humano, qual seja, a grande emoção de medir forças com um peixe, quase sempre na expectativa de capturar o grande troféu de suas vidas.

Não seria muito dizer que o pescador apaixonado pelo esporte dedica quase que integralmente a sua existência ao aprendizado das técnicas e de tudo o que está em volta dessa atividade, especialmente explodindo de ansiedade no momento que antecede e durante a pescaria, não acabando por aí, eis que depois vêm as histórias contadas aos familiares, amigos e companheiros da pesca, e então já marcando a próxima aventura, recomeçando tudo, ou seja, digamos, o círculo vicioso.

Brincadeiras sem maldades, curtições, zoações, troca de experiências, sempre estão presentes nas pescarias e nas reuniões de pescadores e que na maioria das vezes sempre contribui para criar, reforçar e manter os laços de amizade, diferentemente de outras relações sociais que instigam uma competitividade efetiva, injusta e apenas de cunho material e financeira, em busca da sobrevivência do homem.

É certo, sim, que a história da pesca começou e ainda persiste nalguns setores como sendo fonte sobrevivência ou de renda. Mas aqui se fala do pescador amador, esportivo, para os quais se destina o presente texto, vale ressaltar.

Com efeito, hoje em dia, especialmente com os recursos da internet, é fácil perceber esse fenômeno da união, da pacificação, da identidade de objetivos e opiniões, em torno da pesca esportiva. São multidões dos mais variados recantos do planeta compartilhando a cada dia informações, imagens, experiências e tudo mais relacionado à pesca esportiva.

Nesse contexto, repita-se, a experiência mostra que é possível compartilhar pescarias com pessoas de diversas origens, culturas, profissões, enfim, com todas as diferenças já citadas e que dificilmente nos deparamos com divergências pessoais, especialmente no dia da pescaria. Ademais, é fato relevante que, mesmo com pescadores que falam línguas diferentes, quando o assunto é pescaria, o idioma é universal, não existindo dificuldades de comunicação, ao menos, como já dito, quando o tema está relacionado às coisas da pesca.

Enfim, de tudo o que foi dito se extrai que a pesca amadora, esportiva, de longe, contribui expressivamente para a boa formação da personalidade de um indivíduo, ensinando-o a não enxergar diferenças pessoais como motivo de discórdia, o que muitas vezes é recorrente nos noticiários, mas, ao contrario, que sirva para a construção e expansão de uma doutrina da aceitação das diferenças de cada indivíduo, não apenas ao praticar a pesca, mas em todas as relações sociais. Esta seria, então, a essência da atividade de pesca amadora.

Vamos pescar, então, galera!

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Gustavo Adelino

 
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