Desde as cinco da manhã batíamos o rio Cunhaú em busca dos robalos, mas sempre de olho no camurupim, que aparecia ora aqui, ora ali, mas dando sinais que não era o dia dele...
No rio estavam também alguns amigos da Paraíba, do Jampafishing: o Gaúcho, o Wagner e o Márcio Yoshio, que também trabalhavam as iscas desde a madrugada, sem sucesso.
Pois bem, mesmo sem combinar nada, às 13 h os dois barcos se encontraram à sombra do mangue para uma bebida gelada e uma prosa, pois o sol estava fazendo força para nos mandar embora.
Ah! Esqueci de falar que em nosso barco os pescadores eram o Nilton, o Alexandre e eu, todos de Natal.
Conversa vai, conversa vem, e o bom senso nos aconselhou a dar por terminada a pescaria.
Mas pescador, vocês sabem, é tudo fominha! Resolvemos voltar corricando. Afinal, isca na água é que pega peixe, e minimizaria o remorso de abandonar o campo de batalha.
Nessa altura já eram 13h30min. O barco do Gaúcho saiu na frente, e não se passou um minuto quando ouvimos a gritaria. Nós ainda estávamos escolhendo que isca usar.
A partir daí esquecemos cansaço, calor, fome, qualquer coisa. O Gaúcho estava engatado com um leviatã, e o final da história estava longe de acontecer...
Pequei minha câmera e comecei a gravar, com o único medo de acabarem as baterias, pois sei o quanto demora uma briga dessa. Filme eu tinha muito.
Meus amigos, quão impressionante é a corrida de um camurupim criado... Em questão de segundos, numa corrida desembestada, misturada com saltos espetaculares, quase esgota a linha do carretel, e, a partir daí, é uma luta de paciência, com o pescador se esgotando e o camurupim passeando calmamente, parecendo não estar nem aí... De vez em quando um salto para exibir sua majestade...
Nas palavras de nosso amigo Wagner, parecia que estávamos rebocando um tonel... Muito tempo depois, o Gaúcho parecia que ia desabar, e passou a vara para um breve descanso e um gole de água. Os felizardos foram o Wagner e o Márcio. E todos sabem que pescador só passa a vara para outro quando não há alternativa...
Após breve recuperação, assumiu o posto e resistiu galhardamente.
Após 2 horas e 30 minutos deu-se o holocausto, mas tenho certeza que todos saíram vencedores. Apesar das dificuldades em gravar, devido posicionamento do barco em função da corrida da maré, e estarmos sem bateria para o motor elétrico, para um melhor controle da situação, conseguimos fazer um apanhado do que foi a coisa.
Queremos lembrar que quando falamos segurar o peixe pela guelra, na realidade estamos falando pelo opérculo, apenas a adrenalina nos atrapalha e faz trocar “alhos por bugalhos”...
Aproveitem e parabenizem o Gaúcho e sua equipe, fizeram um belo trabalho.
As embicheiradas (?) foram todas pela boca, sem dano para o peixe, só lamentamos ter ido embora com a isca na boca, um fator de risco em toda pescaria com iscas artificiais, e, com certeza, o maior preço a ser pago por nós pescadores...
Que os espíritos da natureza o ajudem e nos perdoem...
Material usado
Vara de 7 pés, 40 lbs.
Carretilha Abu Garcia Ambassadeur 5601
Linha Power Pro 50 lbs
Líder Fluorcarbono 0, 73 mm
Nó usado para ligar multi ao líder - Albright
Isca Rapala X-Rap 12 CLN