Nova estratégia contra tubarões

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Nova estratégia contra tubarões

Postagem Número:#1/7  Mensagempor Chrony Joseph » 26/07/2013 - 06:50:57

Saiu no Jornal do Commercio de hoje uma série de matérias sobre as ações para conter os ataques de tubarões.

Fonte: Jornal do Commercio

Uma cruzada científica nas áreas de risco

Comitê vai deflagrar estudo inédito para identificar bichos, usando bonecos com chip de computador

O Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) inicia, nos próximos dias, uma linha inédita de pesquisa na cruzada para conhecer os animais da costa do Grande Recife e prevenir a ocorrência de ataques. O novo estudo, liderado pela presidente do Cemit, Rosângela Lessa, professora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (URFPE), consistirá no lançamento no mar de sete bonecos de salvatagem com chips instalados nos braços para que sejam atacados por tubarões. O objetivo principal é identificar, pelo tipo da mordida, a espécie envolvida. Até hoje, dos 59 ataques registrados, apenas em oito se conseguiu definir o tipo de animal responsável.

Até hoje, a única frente de pesquisa tocada no Projeto de Pesquisa e Monitoramento de Tubarões na Costa do Estado de Pernambuco (Protuba) eram as expedições realizadas pelo barco Sinuelo desde 2004, ano de criação do Cemit. O Sinuelo retoma suas atividades hoje, após ficar parado desde dezembro do ano passado por conta do atraso na liberação da verba por parte da Secretaria de Defesa Social (SDS), o que só ocorreu anteontem.

Os recursos, da ordem de quase R$ 1, 8 milhão, também serão aplicados na nova pesquisa, pioneira no mundo. O Cemit vai comprar, nos Estados Unidos ou na Inglaterra, países fabricantes, sete bonecos que serão utilizados nos testes de modelagem, além das pulseiras contendo chips para monitorar seus passos. "É uma inovação. Em havendo a mordida, vai ficar a impressão lá. Vamos ter, a partir do estudo, ter uma noção exata do número de espécies que participam do processo. Saberemos a espécie que atacou pela fórmula dentária, espaçamento entre os dentes e tamanho da boca", explica Rosângela. O Cemit só identificou a espécie que atacou oito das 59 vítimas de tubarão contabilizadas desde 1992. O cabeça-chata foi responsável por sete casos e o tigre por um.

A pesquisa também vai possibilitar uma análise do fluxo dos corpos que, diferentemente do caso da turista paulista Bruna da Silva Gobbi, não são resgatados imediatamente após o ataque e só chegam à praia quando devolvidos pelo mar. A mesma lógica servirá para os casos de afogamento, modalidade que este ano matou 55 vezes mais que os tubarões (110 contra dois).

"O cadáver, quando fica no mar, perdido, só reaparece dias depois, cheio de marcas de outras interações com vários tipos de animais. Isso dificulta o diagnóstico de causa da morte", diz ela, acrescentando que muitas vezes o Cemit não tem sequer acesso ao corpo no Instituto de Medicina Legal (IML), em Santo Amaro, área central do Recife, e que isso pode contribuir para uma subnotificação das ocorrências de ataques de tubarão.

"Não podemos mais esperar que o corpo seja devolvido pelo mar. Vamos lançar os bonecos de salvatagem para estudar o comportamento, fazer a validação e passar a ir atrás", complementou.

Os testes serão realizados nos 30 quilômetros de costa entre Maria Farinha, em Paulista, e o Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, incluindo os pontos mais críticos, em Boa Viagem, no Recife, e Piedade, em Jaboatão dos Guararapes. O projeto tem duração de um ano, quando serão apresentados os resultados.


Cabeça-chata mapeado

Outra pesquisa iniciada pelo Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit) por meio do Projeto de Pesquisa e Monitoramento de Tubarões na Costa do Estado de Pernambuco (Protuba) vai promover um mapeamento da movimentação dos tubarões da espécie cabeça-chata, uma das predominantes do litoral pernambucano.

A finalidade é identificar, por meio da microquímica, que áreas da costa do Grande Recife eles costumam frequentar durante cada fase da vida. A presidente do Cemit, Rosângela Lessa, afirma que a espécie é nativa da região, enquanto o tubarão-tigre tem nas praias da RMR uma rota de migração.

A especialista explica que o projeto vai se basear no estudo da vértebra dos tubarões capturados pela embarcação Sinuelo e por pescadores locais - parte do corpo do animal que, segundo ela, guarda as informações de todos os momentos da vida do bicho.

"Vamos vasculhar toda a rota cumprida pelos tubarões em sua vida através das substâncias microquímicas que ficam em suas vértebras, que são resíduos da composição da água do mar, que variam de local para local, conforme o formato da costa e das rochas. Cada área tem uma assinatura e para nós é essencial comprovar que os cabeças-chatas não caíram do céu, são nossos e temos que cuidar deles", pondera.

Os resultados do estudo reforçarão o trabalho preventivo. "As informações vão nos mostrar em que época eles fazem determinados movimentos e nos permitirão saber como manejar essa população", pontua.

Trata-se de ratificar o monitoramento dos tubarões. Dados do Cemit revelam que, em 81 meses em que o Sinuelo realizou varredura e captura dos animais, a média mensal de ataques foi de 0, 02. Nos 30 meses sem o serviço, foi registrada média de 0, 36 por mês - 18 vezes maior. Quase 400 tubarões já foram capturados pela embarcação.


As mentiras de um falso herói da praia

Em meio ao drama durante o enterro de Bruna da Silva Gobbi, na última quarta-feira, uma pessoa chamava a atenção por prestar tantas declarações num momento em que ninguém queria falar. Fábio Francisco da Silva se identificou como um dos bombeiros que teriam ajudado no resgate das vítimas em Boa Viagem. Tudo mentira.

O Corpo de Bombeiros nega que o rapaz tenha participado do socorro. Afirma que Fábio nunca foi da corporação. Agora, ele pode responder por alguns crimes, entre os quais falsidade ideológica.

Durante o velório, Fábio chegou em uma moto e ficou afastado da multidão. Relatava que tinha participado diretamente do resgate e ajudado até o momento em que Bruna foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira, Zona Sul, antes de ir para o Hospital da Restauração (HR), na área central, onde faleceu.

Nas entrevistas, chegou a citar até expressões usadas por militares, mas tudo não passava de uma farsa, de acordo com os bombeiros. "Conseguimos identificar, por meio de algumas informações, quem é ele. Nosso serviço reservado trabalhou e conseguimos identificar tudo", disse o tenente-coronel Valdy Oliveira, assessor de imprensa do Corpo de Bombeiros.

Por causa dos depoimentos falsos, Fábio pode ser indiciado por falsidade ideológica. "Entre outros crimes, como se passar por funcionário público, que é o crime de falsa identidade", explicou Valdy.

Todo o levantamento feito pelo serviço reservado do Corpo de Bombeiros vai ser encaminhado para a Polícia Civil. Um inquérito deve ser aberto nos próximos dias para investigar o caso de Fábio Francisco, que mora em Escada e é estudante de direito.


De olho em nova orla

Um dos focos do monitoramento marítimo que recomeça hoje com o barco Sinuelo será a área da engorda da orla de Jaboatão dos Guararapes. O objetivo é avaliar possíveis impactos ambientais das obras, que já movimentaram 400 mil metros cúbicos de areia, carregados de uma jazida na Praia do Xaréu, no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife.

"As pessoas envolvidas afirmam que a engorda será benéfica, mas o projeto é baseado em modelagem, ou seja, pode acontecer ou não o previsto. A dragagem sempre traz impactos. A argumentação é que se usou uma areia com uma granulometria maior e isso faria com que os impactos fossem temporários. Vamos observar a interação desse novo ambiente com os tubarões. Nosso foco será no monitoramento por causa da engorda. Sabemos que esses animais estão tão próximos à costa por causa do desequilíbrio ambiental", ponderou a presidente do Comitê Estadual de Monitoramento de Incidentes com Tubarões (Cemit), Rosângela Lessa. Segundo ela, a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), integrante do comitê, vai auxiliar nos trabalhos.

O perigo foi reforçado por Fábio Hazin, ex-presidente do Cemit e vice-presidente do Comitê de Pesca da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), em palestra anteontem no 65º Encontro Anual da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SBPC), na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

Cerca de 40% das obras de recuperação da orla de Jaboatão já foram executadas. A conclusão é prevista para setembro. A Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Habitação e Saneamento afirmou que está planejando ações de sinalização e conscientização, diante do provável aumento do número de banhistas.

Em nota, o prefeito de Jaboatão, Elias Gomes, negou que a engorda traga prejuízos ao meio ambiente e eleve o risco de ataques de tubarão. "A obra somente foi iniciada após percorrer todos os trâmites que resultaram no licenciamento pela CPRH. Todos os estudos técnicos necessários à elaboração do projeto e execução da obra foram realizados e aprovados em todas as instâncias ambientais e territoriais. A engorda apenas recompõe a praia, devolvendo a faixa de areia recreativa outrora existente e que foi encurtada em razão da erosão marinha", ressalta.


Ação reforçada em locais de correnteza

O Instituto Oceanário e a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) iniciaram um estudo para definir onde estão as correntes de retorno permanentes entre o Pina, Zona Sul do Recife, e Piedade, em Jaboatão dos Guararapes, onde ocorreram 76% dos ataques de tubarão no Estado, foco dos casos de afogamento e trecho onde há maior presença de banhistas. Os resultados servirão para que as áreas onde há o fenômeno sejam reforçadas pelo Corpo de Bombeiros. Foi uma corrente de retorno que arrastou a turista paulista Bruna da Silva Gobbi, 18 anos, para o mar aberto, a 20 metros da faixa de areia, onde ela foi atacada por um tubarão.

"Percebemos que as correntes de retorno possuem um papel preponderante em relação ao risco, pois elas jogam os banhistas de mais perto da praia para o mar aberto. Por isso, vamos reforçar as ações de educação ambiental nesses pontos, logo após mapearmos os locais", afirmou o presidente do Instituto Oceanário, Alexandre Carvalho.

O Corpo de Bombeiros dispõe de 250 homens atuando na orla do Grande Recife, distribuídos em oito postos. Além disso, o Oceanário conta com 26 educadores transitando na praia. A ideia é que este efetivo se concentre nas áreas de maior perigo.

Carvalho explicou que as correntes de retorno permanentes ocorrem onde há falhas nos arrecifes, gerando por vezes redemoinhos. "No espaço entre um arrecife e outro, a velocidade da água é muito maior. A área onde Bruna foi atacada era assim", informou.

O oceanógrafo Pedro Pereira, professor da UFPE e desenvolvedor do estudo, ressaltou que duas correntes de retorno já foram identificadas: na frente do Edifício Acaiaca, em Boa Viagem, e num trecho localizado 930 metros ao sul. "O projeto está sendo iniciado. Os resultados ainda virão. Baseados no conhecimento da área, poderemos fazer uma prevenção mais efetiva", comentou. Pereira citou como exemplo a Praia de Cupe, em Ipojuca, na Região Metropolitana, que tem uma corrente de retorno a cada 100 metros, média considerada muito alta.

O especialista disse que esse foi um fator preponderante para a morte de Bruna Gobbi. "No caso dessa menina, a corrente de retorno influenciou de forma decisiva", observou, acrescentando que a velocidade do fenômeno varia conforme a altura das ondas e das marés. Existem ainda as correntes de retorno não permanentes, relacionadas à topografia das praias, que mudam de acordo com o movimento da areia e não podem ser previstas.
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Postagem Número:#2/7  Mensagempor Kaito » 01/08/2013 - 05:45:56

Excelente reportagem! Bastante esclarecedora.
Muito jovem para morrer e velho demais pro rock in roll...
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Postagem Número:#3/7  Mensagempor Fernando Rego » 01/08/2013 - 17:48:44

Acredito que a melhor forma de prevenção é a informação, através dos meios de comunicação, mesmo sabendo que toda a orla já é sinalizada e o Corpo de Bombeiros fazendo sua parte, orientando e alertando dos perigos e riscos das correntes e os prováveis ataques!
Agora só depende do grau de responsabilidade e educação da população, porque tudo que é necessário está sendo feito!
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Postagem Número:#4/7  Mensagempor Chrony Joseph » 01/08/2013 - 17:59:05

É por aí Nando... O problema é que o "governo" autorizou uma matança... :evil:
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Postagem Número:#5/7  Mensagempor Fernando Rego » 01/08/2013 - 18:07:48

Fiquei sabendo que vários grupos estão se mobilizando para tentar pegar Tubarões, fazendo pescarias na beira das praias e embarcadas também e com este agravante das autoridades permitindo! Fica difícil! :roll:
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Postagem Número:#6/7  Mensagempor Chrony Joseph » 01/08/2013 - 18:13:13

Uma coisa é fato: Isso vai dar em MERDA! :roll:
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Postagem Número:#7/7  Mensagempor Fernando Rego » 03/08/2013 - 00:23:38

Será uma cena comum em nossas praias e não sabendo eles que nestas tentativas, só vão servir para atrair mais e mais os Tubarões para beira!
Porque fiquei sabendo que uma das iscas utilizadas, será o coração bovino! Isto não vai dar certo!
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