O governo francês deu o sinal verde para o extermínio de tubarões-touro (Carcharhinus leucas) nas águas em torno da Ilha Reunião (localizada ao leste de Madagascar no Oceano Índico), após um aumento de ataques de tubarão na área. O governo francês, em atitude nada ambientalista, está dando incentivos financeiros aos pescadores que matam o animal marinho ameaçado de extinção (Vulnerável segundo a IUCN).
Muitos especialistas em tubarões estão afirmando que a iniciativa drástica não vai funcionar e que existem outras alternativas mais humanitárias, o abate de tubarão é cruel, ridículo e ineficaz e segundo o site Animal Global, o objetivo é apenas tornar as águas mais seguras para surfistas.
Pescadores franceses estarão em busca de uma espécie de tubarões vulnerável para embolsar dinheiro do governo pela matança, o motivo segundo o governo é o aumento nos ataques a seres humanos onde a vítima morre.
Os incentivos financeiros entrarão em vigor já na próxima semana (segunda semana de agosto de 2012) e provocaram protestos de grupos de direitos dos animais que estão chamando o fato de "extermínio legalizado'''. A União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN - sigla em inglês), um importante grupo ambientalista que é responsável por produzir a lista de espécies ameaçadas mais famosa do mundo, a "lista vermelha", considera o tubarão-touro como "vulnerável", o que significa que pode enfrentar a ameaça de extinção num futuro próximo, e se depender dos franceses, este futuro será mais próximo do que imaginávamos.
De 2000 a 2010, não houve ataques de tubarão em Reunião, mas nos últimos dois anos ocorreu um pequeno surto deles, o mais recente na última semana de julho, quando um surfista de 22 anos morreu depois que um tubarão-touro mordeu e arrancou fora sua perna. Foi o sétimo ataque e a terceira morte desde o início de 2011. Os especialistas em ecologia de tubarões afirmam que estes animais não atacam seres humanos a menos que uma alteração em seu habitat esteja ocorrendo. Estas alterações geralmente são causadas pela ação antrópica (causada pelo ser humano), ou seja, a França está tentando tapar o sol com a peneira e botando a culpa em um inocente.
Em pleno século 21 é difícil crer que o governo de um país tão famoso pela sua filosofia humanista e local de nascimento de tantos ativistas ambientais tenha regredido ao ponto de promover uma matança (ineficaz) para contornar um problema de sua indústria turística. Os próprios surfistas, em sua maioria amantes da natureza estão achando que esta iniciativa é absurda e se a resolução for mantida, é possível que a matança de tubarões-touro cause mais problemas para o turismo da região do que os próprios ataques dos tubarões.