por Oportunidades à vista
Fonte: Diario de Pernambuco
Barragem será liberada para atividades turísticas e esportivas, mas população precisa de qualificação
Em Bonito, a cena é rara: Gilberto José da Silva, 46 anos, morador do município, exibe um largo sorriso ao falar sobre a barragem de Serro Azul. Enquanto a maioria da população compartilha o sentimento de angústia sobre o que poderá acontecer ao meio ambiente e quais os impactos sociais da obra, o comerciante, dono de uma lanchonete no centro, esbanja otimismo. Em busca de novas oportunidades, ele está de olho nos frutos que o empreedimento pode render. “Vai ter gente de fora se hospedando aqui e muitos trabalhadores precisando chegar até a obra. Tenho um ônibus e espero oferecer transporte a todo esse pessoal. Sem contar que, com mais gente circulando, vai aumentar o movimento aqui no meu negócio”. Gilberto tem motivos para estar confiante. Além da própria construção, que deve recrutar cerca de 250 empregados - com preferência para a mão-de-obra local - as águas represadas do Rio Una poderão ser aproveitadas para o turismo, os esportes náuticos, a pequena irrigação e a criação de peixes. O potencial econômico e turístico da barragem é o tema da última reportagem da série (Des)caminhos de Serro Azul.
A barragem de Serro Azul terá capacidade para armazenar até 303 milhões de metros cúbicos de água. Os usos do líquido ainda não foram institucionalizados. Mas o secretário de Recursos Hídricos e Energéticos, João Bosco de Almeida, já confirmou que, além de servir para a contenção de cheias, a barragem será liberada para piscicultura e atividades turísticas e esportivas. “Já existe uma veia turística na região por causa das cachoeiras que poderia ser incrementada com os esportes náuticos. Há espaço, por exemplo, para a prática de tiroleza, implantar um teleférico ou mesmo fazer passeios de barco pelo lago até a cachoeira. São apenas sugestões que estamos dando. Cabe aos empreendedores apresentarem suas ideias para vermos no que podemos ajudar a implementá-las”, explica.
O empresário Glauco Pinto Ribeiro, 50, mantém um complexo com pousada, restaurante e clube na cachoeira Ecoparque, em Bonito, também conhecida como Corrente e Caritó. Investindo na região há 15 anos, ele já pensa em como a barragem poderá agregar valor ao seu negócio. “O parque poderá oferecer mais uma atração para o cliente que seria o esporte aquático no lago de Serro Azul. Vou observar esse projeto e conhecer meus limites para ver o que poderei proporcionar de entretenimento para o turista”.
Mas o aproveitamento do potencial econômico e turístico da barragem pode esbarrar na baixa escolaridade da população local. O problema foi identificado no Relatório de Impacto Ambiental (Rima) de Serro Azul, que registrou, ainda, que boa parte da mão-de-obra conhece apenas parte do processo produtivo da cana-de-açúcar ou do gado. O agricultor José Ginu dos Santos, 55, trabalha no canavial desde os 11 anos de idade e não tem ideia de como vai se adaptar à nova realidade. “Sair da cana para o peixe vai ser complicado, ainda mais começando do zero”, preocupa-se.
Para o professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) João Policarpo Lima, é preciso haver um esforço de capacitação e investimentos financeiros na região. “Agências de desenvolvimento, prefeituras e o governo do estado devem apoiar os pequenos empresários, com linhas de financiamento para quem se habilitar a aproveitar essas oportunidades, bem como oferecer assistência técnica e capacitação para a pesca e atividades náuticas”, indica. O secretário João Bosco garante que o governo vai preparar a população para os potenciais de Serro Azul.
Boas águas da Barragem do Prata
Fonte: [url=http://www.diariodepernambuco.com.br/2011/11/09/vidaurbana5_1.asp]Diario de Pernambuco[/url]
Bonito tem o exemplo de como uma barragem pode ampliar os horizontes de uma população. Com capacidade para acumular 42 milhões de metros cúbicos de água, a barragem do Prata, construída no rio de mesmo nome, transformou a vida dos ribeirinhos que, antes de 1999, quando foi inaugurada, só conheciam a agricultura como atividade produtiva, e com limitações.
Ariberto Ferreira da Silva, 28 anos, aprendeu a ser pescador e atualmente complementa a renda que consegue na lavoura da batata e do milho. “A barragem é mais uma opção para ganhar dinheiro. Aqui, dão mais a traíra e o camarão miúdo que a gente vende ou consome”, atesta. Nas áreas com condições para o banho, a barragem se transforma em espaço de lazer para os nativos, que a chamam de prainha. Patrícia Maria de Siqueira, 35, foi a primeira a montar um negócio às margens do lago. Há 12 anos, ela sustenta o filho com o dinheiro do bar. “Antes, eu ganhava R$ 10 por dia na agricultura. Hoje, quando o movimento está bom, chego a apurar até R$ 600. Essa barragem melhorou minha vida em 100%”.
As águas do Prata abastecem parte do Agreste do estado. Como precisam ter boa qualidade, não suportam a técnica de criação de peixes em tanque-rede por ser potencialmente poluidora. No entanto, o uso para a pequena irrigação é liberado. Sorte de Gilberto Arlindo da Silva, 36. O agricultor chegou a ir para São Paulo em busca de emprego. Voltou depois que a barragem ficou pronta e, agora, consegue até gerar postos de trabalho na época da colheita da batata-doce, irrigada com as águas do Prata. “Antigamente, só dava para plantar no inverno e ainda tinha que fazer torcida para dar certo. Hoje, dá para plantar duas vezes por ano e cultivar com água certa. É tanto trabalho que chego a precisar de ajuda. Só aqui nessas terras já são 40 pessoas trabalhando. Se não fosse essa barragem, acho que ainda estaria tentando a vida em São Paulo”.
Fonte: Diario de Pernambuco
Barragem será liberada para atividades turísticas e esportivas, mas população precisa de qualificação
Em Bonito, a cena é rara: Gilberto José da Silva, 46 anos, morador do município, exibe um largo sorriso ao falar sobre a barragem de Serro Azul. Enquanto a maioria da população compartilha o sentimento de angústia sobre o que poderá acontecer ao meio ambiente e quais os impactos sociais da obra, o comerciante, dono de uma lanchonete no centro, esbanja otimismo. Em busca de novas oportunidades, ele está de olho nos frutos que o empreedimento pode render. “Vai ter gente de fora se hospedando aqui e muitos trabalhadores precisando chegar até a obra. Tenho um ônibus e espero oferecer transporte a todo esse pessoal. Sem contar que, com mais gente circulando, vai aumentar o movimento aqui no meu negócio”. Gilberto tem motivos para estar confiante. Além da própria construção, que deve recrutar cerca de 250 empregados - com preferência para a mão-de-obra local - as águas represadas do Rio Una poderão ser aproveitadas para o turismo, os esportes náuticos, a pequena irrigação e a criação de peixes. O potencial econômico e turístico da barragem é o tema da última reportagem da série (Des)caminhos de Serro Azul.
A barragem de Serro Azul terá capacidade para armazenar até 303 milhões de metros cúbicos de água. Os usos do líquido ainda não foram institucionalizados. Mas o secretário de Recursos Hídricos e Energéticos, João Bosco de Almeida, já confirmou que, além de servir para a contenção de cheias, a barragem será liberada para piscicultura e atividades turísticas e esportivas. “Já existe uma veia turística na região por causa das cachoeiras que poderia ser incrementada com os esportes náuticos. Há espaço, por exemplo, para a prática de tiroleza, implantar um teleférico ou mesmo fazer passeios de barco pelo lago até a cachoeira. São apenas sugestões que estamos dando. Cabe aos empreendedores apresentarem suas ideias para vermos no que podemos ajudar a implementá-las”, explica.
O empresário Glauco Pinto Ribeiro, 50, mantém um complexo com pousada, restaurante e clube na cachoeira Ecoparque, em Bonito, também conhecida como Corrente e Caritó. Investindo na região há 15 anos, ele já pensa em como a barragem poderá agregar valor ao seu negócio. “O parque poderá oferecer mais uma atração para o cliente que seria o esporte aquático no lago de Serro Azul. Vou observar esse projeto e conhecer meus limites para ver o que poderei proporcionar de entretenimento para o turista”.
Mas o aproveitamento do potencial econômico e turístico da barragem pode esbarrar na baixa escolaridade da população local. O problema foi identificado no Relatório de Impacto Ambiental (Rima) de Serro Azul, que registrou, ainda, que boa parte da mão-de-obra conhece apenas parte do processo produtivo da cana-de-açúcar ou do gado. O agricultor José Ginu dos Santos, 55, trabalha no canavial desde os 11 anos de idade e não tem ideia de como vai se adaptar à nova realidade. “Sair da cana para o peixe vai ser complicado, ainda mais começando do zero”, preocupa-se.
Para o professor do Departamento de Economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) João Policarpo Lima, é preciso haver um esforço de capacitação e investimentos financeiros na região. “Agências de desenvolvimento, prefeituras e o governo do estado devem apoiar os pequenos empresários, com linhas de financiamento para quem se habilitar a aproveitar essas oportunidades, bem como oferecer assistência técnica e capacitação para a pesca e atividades náuticas”, indica. O secretário João Bosco garante que o governo vai preparar a população para os potenciais de Serro Azul.
Boas águas da Barragem do Prata
Fonte: [url=http://www.diariodepernambuco.com.br/2011/11/09/vidaurbana5_1.asp]Diario de Pernambuco[/url]
Bonito tem o exemplo de como uma barragem pode ampliar os horizontes de uma população. Com capacidade para acumular 42 milhões de metros cúbicos de água, a barragem do Prata, construída no rio de mesmo nome, transformou a vida dos ribeirinhos que, antes de 1999, quando foi inaugurada, só conheciam a agricultura como atividade produtiva, e com limitações.
Ariberto Ferreira da Silva, 28 anos, aprendeu a ser pescador e atualmente complementa a renda que consegue na lavoura da batata e do milho. “A barragem é mais uma opção para ganhar dinheiro. Aqui, dão mais a traíra e o camarão miúdo que a gente vende ou consome”, atesta. Nas áreas com condições para o banho, a barragem se transforma em espaço de lazer para os nativos, que a chamam de prainha. Patrícia Maria de Siqueira, 35, foi a primeira a montar um negócio às margens do lago. Há 12 anos, ela sustenta o filho com o dinheiro do bar. “Antes, eu ganhava R$ 10 por dia na agricultura. Hoje, quando o movimento está bom, chego a apurar até R$ 600. Essa barragem melhorou minha vida em 100%”.
As águas do Prata abastecem parte do Agreste do estado. Como precisam ter boa qualidade, não suportam a técnica de criação de peixes em tanque-rede por ser potencialmente poluidora. No entanto, o uso para a pequena irrigação é liberado. Sorte de Gilberto Arlindo da Silva, 36. O agricultor chegou a ir para São Paulo em busca de emprego. Voltou depois que a barragem ficou pronta e, agora, consegue até gerar postos de trabalho na época da colheita da batata-doce, irrigada com as águas do Prata. “Antigamente, só dava para plantar no inverno e ainda tinha que fazer torcida para dar certo. Hoje, dá para plantar duas vezes por ano e cultivar com água certa. É tanto trabalho que chego a precisar de ajuda. Só aqui nessas terras já são 40 pessoas trabalhando. Se não fosse essa barragem, acho que ainda estaria tentando a vida em São Paulo”.
