Não sei se é o mesmo caso, mas deu no JC hoje que a mancha é oriunda de uma operação de lavagem de porão de um desses navios. A materia cita ainda que tal procedimento so pode ser feito em alto mar e jamais perto da costa.
Do Jornal do Commercio
Navio deixa rastro de sujeira no mar
Publicado em 09.10.2010
Segundo Capitania dos Portos, tudo indica que mancha é resultado de lavagem irregular de porão de embarcação. Responsáveis estão sujeitos a multas
Uma mancha escura apareceu na manhã de ontem, no mar do Recife, no trecho entre o molhe do porto e a Praia de Boa Viagem, na Zona Sul da cidade. Segundo informações da Capitania dos Portos do Recife, ao que tudo indica, o rastro negro foi deixado por um navio, em uma lavagem de porão. Técnicos da capitania chegaram a essa conclusão ao identificar resíduos de trigo e milho na substância que manchou o mar e assustou quem passou pelo área. Até as 20h de ontem, os responsáveis pelo crime ambiental não haviam sido identificados.
De acordo com o chefe do Departamento de Tráfego Aquaviário da Capitania dos Portos, comandante Hélio Araújo, o órgão recebeu a denúncia de um suposto vazamento de óleo por volta das 10h. Logo iniciaram uma diligência no local e constataram que o produto não tinha origem mineral. “Tudo indica que são resíduos de uma lavagem de porão de alguma embarcação”, afirmou Araújo.
Caso a suspeita se confirme, o navio responsável pelo despejo dos dejetos pode ser multado. “O caso se enquadra na Lei de Segurança do Tráfego Aquaviário nº 9537, de 1997”, informou. A cada item desrespeitado, a multa prevista é de R$ 40 a R$ 3, 2 mil. O derrame dos resíduos da lavagem de porão é permitido apenas em alto-mar, em distância e profundidade especificada pela lei.
Se a denúncia inicial, de vazamento de óleo, tivesse se concretizado, a norma adequada seria a Lei do óleo, nº 9966/2000, que prevê multa de R$ 7 mil a R$ 50 milhões, dependendo da extensão do derrame e do laudo do Ibama para avaliar o impacto ambiental.
Ontem à noite, equipes da Capitania dos Portos permaneciam no mar para tentar identificar o navio que provocou a mancha. Há dois suspeitos na costa do Recife: o navio Natalie Brook, de Malta, país do continente europeu, que transportava açúcar, e o Anastácia, de nacionalidade desconhecida, que não estava previsto para atracar no Porto do Recife. O agente marítimo do Natalie Brook contactou o porto para informar que a embarcação não havia apresentado vazamento. Até o fechamento desta edição os fiscais da capitania não haviam voltado ao continente com novas informações. O comandante Araújo, no entanto, não descarta a possibilidade de outro navio ter passado e liberado as substâncias.
A mancha, de coloração próxima ao marrom, alastrou-se rapidamente. É o que atesta o vendedor Leonardo Cordeiro, 33 anos. Ele estava caminhando quando passou pela área atingida, por volta das 10h. “Quando voltei, umas duas horas depois, já estava bem grande. Levei um susto”, contou Leonardo, que mora em Brasília Teimosa.
Mesmo com o material ainda desconhecido espalhado pelo mar, às 11h30, a reportagem flagrou dois homens se banhando nas proximidades do restaurante Casa de Banho.